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3 de agosto de 2013

Mídia Ninja & Fora do Eixo: um grande coletivismo do aparelhamento político

Geralmente nem me dou ao trabalho de ler as colunas do Álvaro Pereira na Folha, porque o cara é um mala sem-alça, um completo pé no saco. Hoje, porém, recebi a "sugestão" de lê-la, e até que valeu a pena (tirando o estilo bem chatinho dele, há algumas verdades interessantes):

"Ator de Jiraya' vem ao Brasil e treina Mídia Ninja do Fora do Eixo." "Frente fria chega ao sudeste e congela cachês de artistas do Fora do Eixo." "Pablo Capilé oferece asilo a Edward Snowden na Casa Fora do Eixo."
 
Já deu para perceber qual o principal alvo do site de humor forado beico.tumblr.com: o coletivo artístico Fora do Eixo. Originário de Cuiabá, liderado pelo publicitário Pablo Capilé, o FdE é hoje uma potência nacional, baseada em São Paulo na casa que leva o nome da organização.

O Fora do Beiço faz mais vítimas, como se vê por estas outras manchetes: "Parapsicólogos alertam para o perigo de foto hipnotizante de Caetano"; "No Rio, papa Francisco promove caônização' [sic] de Criolo".
Velhos e novos ídolos da MPB, a cena indie estatal, o noticiário político, os fatos musicais: nada escapa da "razzia" bem-humorada do Fora do Beiço.

Em um texto sobre um suposto encontro do papa com o rapper messiânico Criolo, um trecho sublime: "Num papo franco, o papa Francisco descobriu afinidades com Criolo --ele é jesuíta, que catequiza os índios, e Criolo é augustino (que vem de Augusta'), e catequiza os indies".

Nas últimas semanas, a cena que gira em torno do Fora do Eixo, tão zoada pelo Fora do Beiço, ganhou evidência. Foi graças à Mídia Ninja, um grupo, aninhado no FdE, de jornalistas não remunerados, que vêm cobrindo como "insiders" as manifestações recentes pelo Brasil.

No Rio e em SP, apesar do amadorismo e da completa falta de isenção, marcaram gols jornalísticos. Estavam onde a "grande mídia" não conseguia estar, ajudaram a derrubar mentiras da PM. Tornaram-se, com mérito, assunto internacional.
A Mídia Ninja é um dos braços de uma televisão na internet operada pelo Fora do Eixo, a Pós TV. É por isso que me lembrei do Fora do Beiço para abrir este texto. Porque acompanho a Pós TV desde o começo, em 2011. Trabalho em televisão, procuro seguir as novidades. E é só com bom humor que dá para falar de uma coisa tão malfeita.
Pode ter sido falta de sorte, mas nas dezenas de vezes em que tentei ver a Pós TV, o que encontrei, de tão primário, deveria se chamar Pré TV. Áudio e imagens sofríveis. O conteúdo, de um tédio abissal.
 
Tirando as transmissões recentes dos ninjas, nunca vi um programa que não fosse: a) discurseira; b) debate ou entrevista em que todos têm a mesma opinião.

Como se dirige aos já convertidos (seus programas são vistos por poucas centenas de pessoas), a Pós TV não tem nenhuma preocupação de contextualizar. Os convidados passam horas falando sem ser identificados. Ou pelo menos passaram nos programas que segui.
 
Pena que o "Fora do Beiço" não deve ter assistido a um dos eventos mais curiosos da história recente da Pós TV. Ele seria capaz de descrevê-lo com muito mais humor. Foi logo depois do primeiro "streaming" de grande repercussão da Mídia Ninja.
No dia 18/6, já no estertor de uma manifestação gigantesca em SP, marcada por agressões à "grande imprensa", houve um conflito brutal entre manifestantes e a PM na rua Augusta. Nenhuma outra TV estava lá. A Mídia Ninja fez uma transmissão eletrizante, e digo isso sem nenhuma ironia.
 
No dia seguinte, o responsável pelo trabalho foi entrevistado na Pós TV. O apresentador fez uma rápida introdução e mandou a primeira pergunta. O rapaz só fez desfilar o jargão prolixo do Fora do Eixo.
Em poucos segundos, o próprio entrevistador pareceu perder o interesse: começou a ler e digitar em um iPad. Depois de uns cinco minutos, o ninja parou finalmente de falar, o apresentador disse algo, o ninja retomou o discurso, o entrevistador voltou ao iPad e eu fechei o computador.
 
No sentido contrário da diversidade que o FdE apregoa, a linha da Pós TV me parece monolítica: propagar a ideologia digital-coletivista da organização. Se alguma vez apresentou uma voz dissonante, eu infelizmente perdi.
De tão fraca e cheia de si, a Pós TV acaba fazendo humor involuntário. Bem diferente do Fora do Beiço, que não leva ninguém a sério. Até o slogan da conta no Twitter ironiza o jeito FdE de falar: "Semeando parcerias e polinizando a fertilidade efervescente culturo-colaborativa. Coletivamente falando".
 
Não faço ideia de quem é o gênio que escreve. Merece um programa on-line. Não na Pós TV, claro.

Usei esse artigo (publicado na Folha de São Paulo de hoje) para introduzir dois vídeos que deixam bem claro quem está por trás do Mídia Ninja, e do tal Fora do Eixo (aumente o volume):

 


Pois é….
Muita gente andou saudando a tal "Mídia Ninja" como algo "revolucionário" no jornalismo.
Bobagem.
Trata-se de mais um grupo financiado e usado pelo PT.

Mídia ninja 1

Mídia ninja 2
Mídia ninja 3
Parabéns aos cretinos que exaltaram esse grupelho como algo "novo" no jornalismo!! (um exemplo que nunca decepciona no quesito "cretinice" segue logo abaixo)


ATUALIZAÇÃO: Depois que 2 representantes do Fora do Eixo participaram do Roda Viva (tentei assistir, mas eram tantas bobagens que não aguentei), começaram a surgir algumas verdades inconvenientes sobre esta facção do PT. Leia algumas delas AQUI.


16 de junho de 2013

Vergonha alheia num novo patamar

Depois de ler muitas coisas sobre os atos (chamados, erroneamente, de "protestos pacíficos") que ocorreram nas últimas 2 semanas em São Paulo (e em algumas outras capitais), estou em choque.

Vamos aos fatos primeiro.

O Movimento Passe Livre (MPL) é um movimento social brasileiro que defende a adoção da tarifa zero para transporte coletivo, que foi fundado em uma plenária no Fórum Social Mundial em 2005, em Porto Alegre. (íntegra AQUI)

O MPL e as manifestações ocorridas são capa da Veja e da Época desta semana.
A matéria da Época, em particular, merece ser lida com muita atenção. A íntegra está AQUI. Segue um pequeno trecho:

Criado em 2005, por jovens num acampamento do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o MPL se diz independente de partidos políticos – mas se escora em alguns. Organiza-se por meio de redes sociais na internet, e alguns de seus membros defendem princípios anarquistas. Dizem lutar por transporte público gratuito e de qualidade para a população. Uma das principais bandeiras é a migração do sistema de transporte “privado” para um sistema gerido diretamente pelo Estado, com a garantia de acesso universal a qualquer cidadão, por meio do “passe livre” – o fim de cobrança de tarifa.
O apelo das autoridades para que suas reivindicações sejam apresentadas de modo pacífico, pelos canais democráticos tradicionais, não surtiu efeito até agora. O ativismo do MPL envolve ação direta, na rua.“A única maneira é parar o trânsito”, diz a estudante de letras da Universidade de São Paulo (USP) Raquel Alves, de 20 anos, militante do MPL. “Infelizmente, o vandalismo e a violência são necessários, para que apareça na mídia. Se saíssemos em avenidas gritando musiquinha, ninguém prestaria atenção.”

Destaquei em negrito (e cor diferenciada) a frase de uma militante deste movimento - o termo correto seria "militonta", na verdade.
Perceba, caro leitor, que a "militonta" não hesita em usar os termos corretos: VANDALISMO e VIOLÊNCIA
Ela SABE que o movimento usa de violência, e justifica: é o único jeito de aparecer na mídia!!
Não há propostas - é apenas VONTADE DE APARECER NA MÍDIA.

Já que ela não foi selecionada para o BBB, nem foi convidada a posar para a Playboy ou ser fotografada na ilha de Caras, resolveu se juntar a meia dúzia de outros "militontos", inventar um discurso que não se sustenta, para aparecer na mídia.

Obviamente ela não está sozinha - abaixo, um rápido perfil de outros 4 militantes do MPL (a imagem está na Veja SP dessa semana):

Os líderes1

Honestamente: depois de ler as "idéias" (muitas aspas) desses 4, não sei se choro, se rio, ou se faço ambos.

Cidadão "anti-trabalho" de 38 anos, que tem carro. Comprou como? Imagino que não tenha sido trabalhando...

O professor de história parece ser daqueles que distorcem os fatos conforme a ideologia manda - decerto ensina aos pobres alunos do ensino médio (que desgraça a educação no Brasil!!!!) que nazismo é de "extrema-direita"; que Che Guevara era um anjo caridoso formado pela somatória das personalidades de Jesus, Gandhi e Madre Teresa de Calcutá; que as guerras são fruto do imperialismo americano malvado; que o homem é explorado por burgueses sujos, mal-intencionados, que esfolam o proletariado para obter lucros nojentos; que o governo deve sustentar todos etc.

A outra enxerga presos políticos porque meia dúzia de incautos foram presos ao depredar lojas, bancos, estações de metrô, queimar ônibus… Tudo isso resulta num preso político, e não tem nada a ver com vandalismo, destruição de patrimônio público etc.

Honestamente: dá vontade de chorar.

São tantas coisas absurdas ditas por militantes desse MPL, mas tantas, que não dá nem pra discutir. 

Não dá!

"Se nem a polícia tem sido capaz de controlar, não somos nós que vamos conseguir". Mas… QUEM CRIOU OS PROTESTOS QUE DESCAMBARAM PARA VANDALISMO E VIOLÊNCIA? Foi a Polícia Militar? Foi o Haddad? Foi o Alckmin? Foi o Barack Obama?

Essa gente não tem a menor noção do que seja RESPONSABILIDADE, nenhum SENSO DO RIDÍCULO. São moleques (a despeito da idade cronológica, o que importa é a mental, intelectual) que acham que estão brincando de acampar.

Mas o pior mesmo é ver milhares de pessoas aceitando participar disso.

Que vergonha.

Como professor, sinto muita pena de ver estudantes manipulados de forma tão rasteira, vil, por gente mal-intencionada e/ou nitidamente incapaz de entender o contexto em que vive. Tenho a impressão de que esses 5 "militontos" começariam a chorar compulsivamente se descobrissem que o Muro de Berlin caiu, que o socialismo acabou no século passado, que "nazismo" é na verdade um corruptela de "National Sozialistische Deutsche Arbeiterpartei" (N.S.D.A.P.) ou em português, Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, que Hitler inspirou-se fortemente em Marx para escrever Mein Kampf etc...

Já imaginaram se esses "militontos" tivessem que trabalhar para comprar um carro, e depois descobrir que o governo cobra 40% de imposto no valor do carro, além do IPVA (mais 4% todo ano)? Já imaginaram se tivessem que descobrir o que é meritocracia - e, pior!, depender dela? Os tolinhos pretender casar e ter filhos? Vão sustentá-los como? Esperando alguma "bolsa" do governo? Eles correm o risco de descobrir que o governo NÃO consegue sustentar toda a população! Que choque!

E eles dizem que querem transporte gratuito… Apenas não dizem COMO fazer isso. Cobradores e motoristas vão trabalhar de graça? Troca de pneus e óleo e manutenção de motores e supensão serão gratuitas? Ou vai ter "bolsa-busão"?

Mas não é só isso - como eu disse, sinto vergonha desses "militontos", e pena de quem se deixa manipular de forma tão explícita.
E como tem gente que se aproveita!

A CNN tem uma iniciativa interessante, chamada iReport. Qualquer pessoa pode enviar uma "reportagem" para a CNN, que disponibilizará a versão preliminar na internet e deixará aberta para a votação de outros usuários registrados no site. Tudo gratuito.

Neste sábado, vi o título da matéria no Facebook, com o link. Cliquei.

A reportagem (repito: PRELIMINAR) está AQUI. Depois de ler, fui obrigado a me cadastrar e incluir um comentário. Ei-lo (corrigi 2 ou 3 erros de digitação que só notei depois de ter inserido o comentário, e não localizei, no site da CNN, um recurso para editar/corrigir):

There are so many mistakes, misconceptions and maneuvers in such a small article that it's hard to pick just one or two. Although, to stick with the main topic - the riots - I'll pick the final piece.

 

"The protests are not mere isolated, unionized movements or extreme left riots, as some of the Brazilian press says."

Yes, they are.

Every single organization/social entity involved in the riots are part of extreme-left wing parties (e.g. PCO, PSOL, PSTU, PCdoB - the "communist party of Brasil" in a free and direct translation), as it has been demonstrated beyond any doubt by a small part of the press - as most of the media is more concerned in discussing how many protesters, journalists and police officers were wounded, if the law enforcement overreacted or not.

All the people speaking on behalf of the riots' organization belong to one of the extreme-left parties - which usually receive very few votes during elections, and do not have enough strenght to aprove any of their projects in the Congress. Therefore, they choose to make their points using violence, riots, land invasions and other felonies and/or misdemeanors.

Such organizations are planning and executing protests in every major city of Brazil: Sao Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba and so forth. In every city, all the same people are involved in - they travel from one riot to the other Their names are public, and this information was widely published in the press.

The most discussed organization is called "Movimento Passe Livre" ("free pass movement"). Four of their spokespersons had an article published by Folha de Sao Paulo (the biggest newspaper in Sao Paulo State) on Thursday (06/13). They endorsed Brazil should have "tarifa zero" (cost free) public transportation because capitalism doesn't work, and the profit driven companies in charge of the bus system in Sao Paulo should be shut down. This is the very same desire publicly proposed by these extreme-left parties. The moviment has the very same agenda - and it's not a coincidence. But most important: during the riot people were carrying flags, and all the names of these extreme-left parties were on display - it's easy to see it in every picture taken by every newspaper in the major press in Sao Paulo. Conclusion: those organizations are not trying to hide their participation, their agenda.

 

"It is not a teenage rebellion. It is the uprising of the most intellectualized portion of society who wants to put a stop to these Brazilian issues. "

As a matter of fact, the major problem with this allegation is its inaccuracy: nobody knows the profile of those who participated of the riots. If anybody says it was a majority of poor people, or college students, or low wage groundworkers, it's a lie. There were at least 5,000 people in last Thurday's riot in Sao Paulo, and it was absolutely impossible to conduct some sort of poll to investigate age, education level, wealth or any other useful information to sustain this sort of assertion.

 

"The young national mid-class, which has always been unsatisfied with the political oblivion, has now "awaken" - in the words of the protesters."

Again: it is impossible to establish if it is a middle-class moviment or not. The article seems to have such confidence in the assertions, but there is absolutely no evidence to support any of those statements whatsoever.

Is it OK to use an educated guess (at the most) in order to write about a serious situation? In a third class press maybe; in a prestigious news channel definitely not. These vehement conclusions do not represent the truth - they might be one's opinion, but it's important to reveal stronger proof to claim this is not politically orientated, because all the evidence so far indicates the exact contrary.

 

Yes, the country is facing a terrible economic moment, corruption is a permanent threat, and the infrastructure problems are affecting individuals and companies trying to do business in Brazil. Once again, Brazil's future as a developed country is in jeopardy - but that's another strong reason to avoid fallacious illations. 

I remember reading, a couple of days ago, a report about riots in Sweden on The Economist: "Kjell Lindgren, a Stockholm police spokesman, provided the most convincing explanation: “There is no answer.” ".

Right now, trying to explain the recent riots in Brazil might me a similar case - although there are incomparable differences between Brazil and Sweden. 

Ao ler alguns dos comentários feitos na tal "reportagem teste", MAIS vontade de chorar. Mais desânimo.
Tem gente culpando a privatização dos "neoliberais" do PSDB, outros culpam a oposição "de direita do PSDB" (DIREITA???? O PSDB???? Cara, vai estudar um pouco, porra!), outros culpam o FMI, outros culpam a imprensa, a polícia violenta, bla bla bla.

Muro de lamentações em inglês macarrônico.

Contudo, o que eu vi foi outra coisa: 90% dos comentários falam algo como "ainda bem que a CNN mostrou isso, porque a mídia brasileira não mostra!". 
O sujeito se cadastrou, inseriu o comentário (repito: no ingles macarrônico), e não percebeu que a reportagem foi escrita por um brasileiro, que mora em São Paulo, e está disponibilizada para ser aprovada ou não para TALVEZ, UM DIA, entrar na programação/site da CNN.

Firefox 19
A quantidade de bobagens (intencionais ou não, calcadas na má-fé ou na ignorância, não sei) e mentiras e falácias que estão circulando em virtude do busílis causado por estes tais protestos me parece algo sem precedentes!

Felizmente vejo coisas boas também - ainda que em quantidade bem menor. Duas coisas que li e recomendo: a primeira, AQUI me deixou boquiaberto. Sensacional Mesmo.
Complementarmente, este AQUI

O que me parece certo, neste momento, é que ainda irão surgir mais informações novas.
Eu havia, ontem, decidido não voltar a este assunto. Porém, continuaram surgindo novas informações - da maior relevância. As reportagens da Época e da VejaSP (que traz o perfil dos 4 militontos conforme a imagem lá em cima) eu só vi à noite. E em virtude dos absurdos que li, não me contive.

Assim, por ora, a minha certeza é que conforme forem surgindo os fatos concretos sobre esse MPL, muita gente que entrou no barco dos protestos de alegre (ou de idiota útil) vai se afastar.

Não tenho dúvida de que as pessoas - a maioria silenciosa - estão fartas de inflação descontrolada, economia estagnada, corrupção em níveis estratosféricos, caos na saúde, educação precária (se bem que esta é a tábua de salvação de 90% dos políticos no Brasil) e todas as mazelas que estão acumuladas.

E, como já disse, protestar contra isso é ótimo. Mas protestos inteligentes, e não atos de vandalismo liderados (e manipulados) por movimentos do nível (?) desse Movimento Passe Livre

 

20 de maio de 2013

Marilena Chauí e seus discípulos: da farsa ao ridículo escrachado

Ok, é mais do que evidente que Marilena Chauí não merece ser analisada ou debatida de forma séria, porque ela não é séria.

Seria mais ou menos como tentar fazer uma análise musical do funk carioca - como não é música, é impossível!

Mas como diversão….

Depois das sandices que esta pobre coitada disse na semana passada (que já apresentei, em vídeo, AQUI), ando acompanhando algumas reações.

O Marcelo Tas escreveu em seu blog sobre o caso AQUI.
Um dos comentários no blog dele é esta pérola da arte de falar muito e não dizer rigorosamente nada:

Firefox 7

Este desavisado, na vã tentativa de justificar o injustificável, desembesta a escrever uma burrice atrás da outra, num looping infinito, um exercício de ignorância apenas comparável à sandice da filósofa petista.
É pra rir ou pra chorar? 

Aí, descubro um site de uma "REVISTA" (?) que não tem o mínimo de vergonha na cara.

Publicam uma "reportagem" (sinceramente, não sei como qualificar aquilo, então vou com o termo reportagem mesmo) que não apenas desfila toda a desonestidade intelectual da Marilena Chauí, mas também, para colocar a cereja sobre o bolo, conta com a redação típica de um adolescente viciado em redes sociais, de alfabetização abaixo de precária. 

O textículo está AQUI.

Perceba, claro leitor, que a pegadinha é o conceito que dona Chauí adota. Ela parte de um constructo (EXCLUSIVAMENTE) marxista - qual seja: contraposição de apenas dois extratos sociais, a burguesia e o proletariado - para analisar a classe média e, a partir daí, destilar seu ódio, sua ignorância, sua raiva, seu preconceito, sua insanidade verborrágico-intestinal.

Analisar a classe média, fruto do capitalismo democráticos, sob a ótica do marxismo, que só enxerga proletariados e burgueses em guerra permanente, é o fim da picada!
 

Mas, em se tratando de Marilena Chauí, tudo é possível.

Firefox 6

17 de maio de 2013

O mito da caverna e o mito da classe média terrorista e fascista

O ano era 2007.
Eu escrevi, no meu falecido blog (AQUI) que Marilena Chauí era uma farsante.
Os comentários que foram enviados ao blog são, na maioria, algo entre o hilário e o patético.
Dão, no geral, um verdadeiro tom farsesco. Tem gente se achando séria, mas analfabeta e burra, e tem aqueles mais diretos, assumidamente grotescos, que simplesmente escrevem "Fuck you!". Sim, está lá no link, o comentário escrito em 08 de março de 2008.
Há outros. Vale a pena dar uma olhada geral.

Hoje, porém, assisti a um vídeo estarrecedor.
Ou revelador apenas, já que eu já tinha a percepção clara e cristalina que a musa do PT na USP é uma senhora esquizofrênica e/ou de um mau caratismo sem paralelo na história do mau caratismo.
Eis o vídeo, curtinho (vale assistir, ao menos para rir da doença mental dessa patética pessoa):


Complementarmente, recomendo a leitura deste artigo AQUI. Diferentemente do vídeo, o texto é bem longo, detalhado. Mas para quem quiser se divertir, vale a pena.
Eu já disse ao Flávio, mais de uma vez, que certas figuras não merecem o tempo que ele gasta dissecando e espancando as declarações e manifestações patéticas de gentinha da estirpe de Chiauis, Saderes e outras aberrações que só no Brasil são tidas como "intelectuais".
São pessoas medíocres, no máximo, que falam bobagens homéricas, mas que por razões diversas (algumas das quais, confesso, me recuso a tentar entender) acabam alçadas a "formadores de opinião" ou alguma expressão que o valha.

A questão central, porém, é o conceito de CLASSE MÉDIA.
É disso que quero tratar.

O fato de uma esquizofrênica desqualificada como a Chauí falar esses absurdos sobre a classe média me fez lembrar do problema imenso que o desgoverno do PT causou ao mudar os critérios de classificação das classes sociais.
Para quem não se lembra, a SAE - Secretaria de Assuntos Estratégicos (que tem status de Ministério, como se no Brasil do PT houvesse necessidade de 39 ou 40 ministérios!) foi criada apenas para alojar mais algumas centenas de cumpanheiros, reforçando a estratégia de locupletar-se no poder que o PT sempre teve.

O tempo foi passando, e a tal SAE foi juntando teias de aranha.
Para dizer que a Secretaria tinha alguma função, algum burrocrata resolveu inventar uma mudança nos critérios de classificação das classes sociais. Com isso, instaurou-se uma situação verdadeiramente SURREAL.

Aplicando-se os novos critérios, pessoas com renda familiar per capita entre R$ 290 e R$ 1.019 são as que formam a classe média brasileira.
O sujeito que ganha, mensalmente, R$ 290,00 é classe média???? Como assim?

Com duzentos e noventa reais por mês ele certamente não tem plano de saúde, não consegue pagar escola do filho, e, convenhamos, não conseguem nem comprar uma cesta básica! Celular? Só se for parcelado em 20 vezes, e aí fica sem dinheiro para comprar crédito.
Esse critério inventado pelo PT é mais do que surreal; trata-se de uma gambiarra acintosa.

O governo desgovernado afirma que esta "nova classe média" representa 54% da população do Brasil - o que significa dizer que a Marilena Chauí ODEIA 54% da população do país! Marilena Chauí afirma que a maioria do Brasil (54%, repito, segundo dados do próprio governo do PT da Marilena Chauí) é arrogante, reacionária, conservadora, ignorante, petulante, terrorista!
A maioria do Brasil é um atraso de vida, segundo Marilena Chauí.
A maioria da população brasileira é fascista (se bem que ela prefere o som de "faxista", como fica claro no vídeo)

Dá pra entender por que ela é uma farsa.

O pior é que a partir dessa gambiarra da mequetrefe Secretaria de Assuntos Estratégicos, a mídia empolgada (e incapaz de resistir a publicar manchetes falaciosas mas capazes de atrair a atenção) se deixou levar pela bobagem e deu imenso destaque à tal "nova realidade" do Brasil.

E o que as empresas têm a ver com isso?
Muito.

Em primeiro lugar, a Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (Abep) apresentará em breve o Novo Critério de Classificação Econômica Brasil, que estará à disposição do mercado a partir de 1º de janeiro de 2014. Detalhes estão AQUI.
Esses critérios são da maior relevância para que as empresas consigam planejar suas ações de SEGMENTAÇÃO.
Aguardo ansiosamente pela divulgação oficial, para averiguar se o novo documento se deixará levar pela bobagem do factóide ignóbil ou se evoluirá de forma racional e coerente.

Em segundo lugar, há pelo menos 2 anos temos visto, lido e ouvido uma comoção nacional em torno dessa "nova classe média", como se ela passasse a representar a salvação da economia do país.
Nem vou perder tempo achando links e mais links de matérias de revistas como Exame e outras que têm dado destaque imenso à tal "nova classe média", primeiro devido à enorme quantidade, e segundo porque o conteúdo das matérias é fraco demais. (Muita quantidade, nenhuma qualidade...)

Quando você parte de um conceito equivocado, tudo o que você conclui dali em diante está furado.
Errou no conceito, errou em todo o resto.
E muita gente se empolgou com essa gambiarra que ajudou a criar o mito da "nova classe média".
Isso me lembra o mito da caverna, de Platão.

Como o filósofo já demonstrou de forma brilhante, a maioria da humanidade vive na condição da ignorância, presa ao domínio das coisas sensíveis (eikasia e pístis), mas completamente alhures ao domínio das idéias (diánoia e nóesis).

Aliás, a charge abaixo é simples, mas ilustra perfeitamente isso (clique para ampliar, se preferir):

 

Se o leitor quiser divertir-se lendo bobagens produzidas pela Secretaria com status de Ministério, originalmente criada para prover uma boquinha ao Sr. Roberto Mangabeira Unger, pode fartar-se AQUI.
Se, por outro lado, o leitor preferir se entreter com o ilusionismo do PT para transformar o fracasso em sucesso, pode rumar para este link AQUI.
Vale conhecer, também, o trabalho do Marcelo Neri, da FGV/RJ, sobre as transformações econômicas e sociais numa pesquisa disponível para download AQUI.
ATUALIZAÇÃO: As patéticas declarações vomitadas pela Marilena Chauí foram tema de alguns textos memoráveis, que definitivamente valem a pena ler. AQUI, por exemplo, uma crítica ao livro da Chauí que é adotado pelo MEC há décadas (e lhe rendeu, em direitos autorais, valores suficientes para classificá-la como "rica" ou "muito rica" sob estes absurdos critérios recém-adotados pelo PT, como aponta corretamente o Reinaldo Azevedo AQUI).
Ao ler alguns textos recentes, fui direcionado a este AQUI, um pouco mais velho (do ano passado), mas ainda assim relevante para contextualizar a situação precária daqueles que ainda chamam Marilena Chauí de "intelectual". Esta senhora ultrapassou, há tempos, todas as barreiras que separam um ser humano de uma ameba congelada em coma induzido.
 

18 de abril de 2013

Frases BRILHANTES (1)

"A grande maioria de nossas importações vem de fora do país" (descoberta científica!) .

"Eu gostaria de ter estudado latim, assim eu poderia me comunicar melhor com o povo da América Latina" (fantástico!) .

"Se não tivermos sucesso, corremos o risco de fracassarmos" (gênio!)

"O Holocausto foi um período obsceno na história de nossa Nação. Quer dizer, na história deste século. Mas todos vivemos neste século. Eu não vivi nesse século" (raciocínio surpreendente!)

"Uma palavra resume provavelmente a responsabilidade de qualquer governante. E essa palavra é estar preparado" (Nobel pra ele, rápido!)

"O futuro será melhor amanhã" (gênio!)

"Nós temos um firme compromisso com a OTAN. Nós fazemos parte dela. Nós temos um firme compromisso com a Europa. Nós fazemos parte da Europa"

"Um número baixo de votantes é uma indicação de que menos pessoas votaram" (grande!)

"Nós estamos preparados para qualquer imprevisto que possam ocorrer" (coitada da gramática!)

"Para a NASA o espaço ainda é uma alta prioridade" (fenomenal!)

"Não é a poluição que está prejudicando o meio ambiente. São as impurezas no ar e na água que fazem isso" (a Marina Silva sabe disso?)

"É tempo para a raça humana entrar no sistema solar" (como é que é?)

"Se um cortador de cana tem que trabalhar 60 anos para se aposentar, por que um professor universitário se aposenta com 53?" (presidente Lula, aposentado com 50 anos)

"Não me pergunte o que é ainda, que eu não sei, e não me pergunte a solução, que eu não a tenho, mas vou encontrar, porque o país precisa crescer" (presidente Lula, em novembro de 2006) (Deixa o homem trabalhar!)

"Roberto Marinho não faz outra coisa a não ser mentir para o povo" (Lula, em 1987).

"O Brasil perde um homem que passou a vida acreditando no Brasil. Como dizia nosso amigo Carlito Maia, tem gente que vem ao mundo a passeio. Tem gente que vem ao mundo a serviço. Roberto Marinho foi um homem que veio ao mundo a serviço. Quase um século de vida de serviços prestados à comunicação, à educação e ao futuro do Brasil. À família, aos amigos e aos funcionários das Organizações Globo, rendo as minhas homenagens póstumas. Declaro três dias de luto oficial". (presidente Lula, em 2003)

"E, para nossa felicidade, muitos companheiros que eram militantes de esquerda na década de 80 estão se transformando em governo. Então, nós passamos a ter uma relação privilegiada com presidentes e com ministros que eram militantes, junto conosco, do Foro de São Paulo, tentando encontrar uma saída democrática para a esquerda na América Latina". (presidente Lula, em 1 de setembro de 2005, na formatura dos novos diplomatas, no Instituto Rio Branco).

Em 12 de dezembro de 2006, em reunião com a Coordenação de Movimentos Sociais (CUT, MST, UNE, MTST, UBES, CONAM, etc) no Palácio do Planalto, Lula elogiou a obediência na China: "na China é que é bom. Não tem partido, e quando o presidente manda, todo mundo obedece. Aqui, eu mando e nem o PT me obedece" (O Globo, 14 de dezembro de 2006)

"Naquela época, se houvesse eleição, Médici ganhava. E foi no auge da repressão política mesmo, o que a gente chama de período mais duro do regime militar. A popularidade de Médici no meio da classe trabalhadora era muito grande. Ora por que? Porque era uma época de pleno emprego" (Luiz Inácio Lula da Silva depoimento a Ronaldo Costa Couto, in Memória Viva do Regime Militar).

"Essas coisas acontecem. A democracia não é só coisa limpa" (Lula, em comício com Humberto Costa, seu ex-Ministro da Saúde, indiciado por corrupção)

"Se a gente não cumprir, é porque houve fatores extraterrestres que não permitiram que cumpríssemos" (Lula, renovando promessas para um segundo mandato).

"Democracia é bom, mas tem hora" (Lula, referindo-se à expulsão de Paulo de Tarso Venceslau, do PT, por ter denunciado corrupção no partido, revista Isto É, 25 de março de 1998).

"Não sou e nem nunca fui socialista. Como posso ser a favor de um regime no qual quem produzir oito garrafas de cerveja ganhará o mesmo que quem produz dez?" (Lula, revista VEJA, 13 de agosto de 1997).

"Como meu adversário tem 9 minutos no programa eleitoral e eu apenas 3, ele pode mentir 3 vezes mais" (candidato Lula, JB, 15 de setembro de 1994).

"O presidente FHC não tem autoridade moral para criticar os que fazem saques no Nordeste, pois é um saqueador profissional (...) FHC é mentiroso e demagogo" (Lula, em Fortaleza/CE O Globo, 6 de maio de 1998).

"Não tomei Viagra, mas estou com um tesão da porra. Vamos fazer campanha para ganhar" (candidato Lula, 28 de maio de 1998, em Petrolina/PE, O Globo, 29 de maio de 1998).

"Com uma canetada só, vou resolver o problema da reforma agrária no Brasil" (candidato Lula, Folha de São Paulo, 2 de junho de 1998).

"Ele (Celso Daniel) se encontrará com Marighela, Guevara, Paulo Freire, Henfil, Betinho, Chico Mendes, Toninho e os sem terra" (Declaração de Lula sobre a morte do prefeito Celso Daniel, jornal Correio do Povo, Porto Alegre, 16 de janeiro de 2002, página 2).

"Não é um simples comício. É uma aula de pós-graduação de sociologia política" (Lula, no comício em que beijou a mão de Jader Barbalho)

"Não é mérito, mas, pela primeira vez na história da República, a República tem um presidente e um vice-presidente que não têm diploma universitário. Possivelmente, se nós tivéssemos, poderíamos fazer muito mais" (Primeira Leitura 13/09/2003 e Radiobrás).

"Estou vendo aqui companheiros portadores de deficiência física. Estou vendo o Arnaldo Godoy sentado, tentando me olhar, mas ele não pode me olhar porque ele é cego. Estou aqui à tua esquerda, viu, Arnaldo! Agora, você está olhando pra mim..." (Site da Radiobras, 27/06/2003).

"Há males que vêm para bem". Ao agradecer ao presidente da Rússia pelo apoio que seu país estava dando às investigações do acidente de Alcântara, quando morreram 19 técnicos (Citação reproduzida por vários jornais).

"Tem lei que pega e tem lei que não pega. Essa do Primeiro Emprego não pegou"

"Eu sou filho de uma mulher que nasceu analfabeta."(falando no Dia Internacional da Mulher, em 8 de março de 2004 - Radiobrás da data e vários jornais).

"Um brinde à felicidade do presidente Al Assad". O presidente sírio não se levantou nem ergueu a taça porque os muçulmanos não ingerem bebidas alcoólicas (Tribuna da Imprensa, 4 de dezembro de 2003)

"Daqui a dois ou três anos possivelmente não estaremos aqui, talvez sejam outros. E nem será o Tony Blair que estará convidando, será outra pessoa". Em reunião de Chefes de Estado em Londres, onde o regime é parlamentarista e o mandato do primeiro-ministro não tem prazo para acabar (O Globo, 15/07/2003 e jornais do mundo inteiro)

"Um país que constrói um monumento daquela magnitude tem tudo para ser mais desenvolvido do que é atualmente". Na Índia, referindo-se ao Taj Mahal, em 29 de janeiro de 2004 (Citado por Miriam Leitão, em O Globo de 01/05/2004)

"O governo tenta fazer o simples, porque o difícil é difícil", na 1ª Conferência Nacional do Esporte, em 17 de junho de 2004 (Folha de São Paulo, 18/07/2004).

"O Atlântico é apenas um rio caudaloso, de praias de areias brancas, que une os dois países". Falando no Gabão sobre a aproximação entre o Brasil e aquele país (O Estado de São Paulo, 27 de julho de 2004).

"O continente sul-americano e o continente árabe (???) não podem mais, no século XXI, ficar à espera de serem descobertos". Falando na Síria, em 04 de abril de 2004 (Diário de Notícias, 04 de abril de 2004).

"O Brasil só não faz fronteira com Chile, Equador e Bolívia". Falando a empresários, em Nova Iorque, no dia 23/06/2004, sem saber que temos 3 mil quilômetros de fronteira com a Bolívia (Revista Veja, 30 de junho de 2004).

"Eu fui agora ao Gabão aprender como é que um presidente consegue ficar 37 anos no poder e ainda se candidatar à reeleição". Em conversa com o presidente da Costa Rica, Abel Pacheco, 17/08/2004 (Folha On Line, 22 de agosto de 2004).

"Não tem outro jeito. Se você conhecer uma pessoa muito idosa esquerdista é porque ela está com problema. Mas se você conhecer uma pessoa muito nova de direita, também está com problema" (Lula, jornal Zero Hora, 12 de dezembro de 2006).
Considerando a reação negativa dos velhos kamaradas, no dia seguinte Lula disse ter falado por "brincadeira".

 

 

 

 

13 de setembro de 2012

A vitória do capitalismo

Graças ao vídeo que mostra a Presidanta falsificando um discurso de 7 de setembro (post anterior), acabei lendo alguns comentários sobre a questão da privatização feita pelo FHC no fim da década de 1990.

Junto com as bobagens de sempre (menção ao livretinho vagabundo "A Privataria Tucana" é uma das bobagens recorrentes, o que é compreensível inclusive pela alarmente quantidade de analfabetos funcionais que temos no Brasil), especialmente em momentos de crise, vejo gente pregando o socialismo como "solução".

Se essa gente pelo menos soubesse o que é o socialismo, OK. Mas 90% nem faz idéia!
Assustador.

De qualquer forma, reproduzo esta matéria da Ilustríssima de 02/09/2012, tratando de um livro que parece ser muito interessante:

A vitória do capitalismo


Para jornalista, "nenhum outro arranjo social produziu ganhos tão sustentáveis"

DIOGO BERCITO

A lista de piores livros já escritos, para a jornalista americana Sylvia Nasar, autora do best-seller "Uma Mente Brilhante", inclui "O Capital", de Karl Marx, ao lado de "Minha Luta", de Adolf Hitler.


A falta de carinho em relação ao teórico do marxismo resultou do susto que Nasar, com formação em literatura e economia, tomou ao se aprofundar em sua obra. "Venho de um ambiente acadêmico marxista, então fiquei chocada quando percebi que Marx não entendeu conceitos básicos, como a ideia de juros", diz à Folha, em entrevista por telefone, de Nova York.
Nos últimos anos, Nasar organizou quase dois séculos de historia do pensamento econômico na obra *"A Imaginação Econômica" [trad. Carlos Eugenio Marcondes de Moura, Companhia das Letras, 584 págs., R$ 54,50]*, que chega agora ao Brasil.

O trabalho foi tão extenuante que ela prometeu a si mesma nunca mais escrever outro livro. Os questionamentos sobre Marx, no fim das contas, acabaram se tornando o elemento divertido da pesquisa. "Karl Marx e Friedrich Engels são grandes personagens, cheios de contradições", ela diz.

Contraditórios ou não, ambos foram, para Nasar, "fios constantes" na narrativa econômica nos dois últimos séculos -parte da mesma tradição que levou às manifestações do estilo "Ocupe Wall Street", que tomaram as ruas no ano passado para protestar contra o capitalismo.

Mas a acumulação de capital é um dos heróis de "A Imaginação Econômica". A autora afirma que "nunca houve outro arranjo social que tenha produzido ganhos tão sustentáveis". Essa é a "grande busca" a respeito da qual o título, em inglês, se referia ("Grand Pursuit"). Em português, sumiu a ideia de uma epopeia rumo a um mundo melhor.

Na entrevista a seguir, Nasar fala sobre o resgate de personagens esquecidos pela historiografia econômica, como Alfred Marshall e Beatrice Potter -e sobre aqueles que, acredita, deveriam ser menos lembrados.

 

Folha - Uma das ideias por trás de "A Imaginação Econômica" é a de que o capitalismo melhorou o padrão de vida no mundo. Mas temos visto protestos de quem pensa o contrário, como o movimento "Ocupe Wall Street".
Sylvia Nasar - Não há nada de novo nessas manifestações. Esse tipo de protesto começou ao mesmo tempo em que ocorreu a revolução nos meios de vida, no século 19. Essas críticas, como as encarnadas por Engels e Marx, foram fios constantes nessa narrativa. Isso é paradoxal. Nunca houve um arranjo social e um conjunto de instituições e de práticas que tenham produzido ganhos tão sustentáveis. Isso não apenas no que diz respeito a consumo material -hoje, a maior parte das pessoas pode fazer escolhas.

Por que então o capitalismo é visto por alguns como um mal?

Toda recessão, não importa se severa ou branda, produz questionamentos sobre se estamos realmente fazendo o melhor que podemos. Isso não é ruim. Um dos temas de "A Imaginação Econômica" é que os gênios da economia sempre pensaram que nós poderíamos fazer melhor.
Mas não acho que esses protestos sejam comparáveis às demonstrações de fúria que foram vistas durante a Grande Depressão, nos anos 30. Hoje, há uma rede de proteção muito maior. Muitos países podem proteger a população.

É o caso do Brasil?

Sim. A grande motivação de John Maynard Keynes e Irving Fisher para advogar pela intervenção estatal como modo de limitar a recessão -opondo-se à ideia de Friedrich Hayek e Joseph Schumpeter de deixar a natureza seguir seu curso- era evitar os riscos políticos.
Não é que eles pensassem que a economia não se recuperaria sozinha, mas que as pessoas iriam buscar soluções que tornariam os desastres piores. Na América Latina, o maior risco político sempre foi o populismo. Na Europa Ocidental e na Ásia, o comunismo.

A sra. diria que o socialismo perdeu a batalha como alternativa ideológica?

O que está falido é a ideia de que um sistema controlado pelo governo poderá produzir uma performance econômica superior, uma performance social superior.
Essa grandiosidade, a não ser para um número pequeno de pessoas, está morta por ora. A ideia de que há um modelo único que será seguido por todos para atingir sucesso econômico não é comprovada por evidência empírica.
Mas, se você está falando sobre socialismo como aquele do Estado de bem-estar social, acho que ele está aqui para ficar.

Recentemente você citou "O Capital", de Marx, como um dos piores livros já escritos.

Eu me diverti enquanto escrevia sobre marxismo. Marx era realmente esperto. Mas, infelizmente, ele nunca entendeu, ou quis entender, a coisa a que ele se dedicava, que era a economia inglesa.
Estudei economia depois de me formar em literatura. Estava em desvantagem. Era tão difícil, para mim, que nunca terminei meu PhD. Mas fiquei chocada quando percebi que Marx não entendeu conceitos básicos, como a ideia de juros. Os erros dele são tão elementares!

As pessoas têm suspeitado da economia como ciência, dizendo que não previu a crise.

Fazemos o melhor em termos de resolver as questões econômicas, e não há uma alternativa real ao pensamento econômico. Não é como na psicologia ou na engenharia, em que teorias competiram por território.

Você disse durante uma entrevista que, se pudesse escolher um livro para o presidente dos EUA ler, seria "A Imaginação Econômica". Em que essa leitura mudaria a política econômica americana?

Eu disse isso? [Risos] Foi realmente sagaz. Acho que, em tempos de crise, ter liderança é realmente importante.
As políticas de Franklin D. Roosevelt não fizeram nada para terminar com a Grande Depressão. As de Herbert Hoover, idem. As pessoas não sabiam o que fazer. Mas eles exalavam otimismo -não um otimismo ingênuo, de que o céu está limpo, mas a confiança de que, na economia de mercado e na democracia, há fundamento para sermos otimistas.
O que eu gostaria de ver é o presidente dos EUA, seja ele quem for, inspirar esse tipo de confiança. Será útil para as pessoas enxergarem que esse não é o fim do progresso. É um problema solucionável.

Na Europa, a impressão que se tem é de que não há solução.

Me surpreende que ainda haja quem argumente que não fazer nada é melhor do que fazer. Que equilibrar o Orçamento é prioridade máxima. Essa ideia não funcionou nos anos 1930!
As pessoas falam em uma "crise europeia", mas hoje há coisas como o seguro-desemprego. A crise não está causando o tipo de sofrimento visto na década de 30. Agora, há um grande colchão. Eles [os europeus] são tão ricos! As pessoas têm tempo de pensar no que funciona melhor. Não foi assim nos EUA.
Estive na Polônia, no outono passado. Todas as vitrines, nos shoppings, tinham como alvo o público jovem. Todas tinham descontos para estudantes. Minha filha me perguntou: "Ei, mãe, mas como estudantes conseguem comprar aqui?"

"Uma Mente Brilhante" era sobre uma pessoa. "A Imaginação Econômica", sobre uma ciência. São abordagens opostas?

Sim. Foi isso o que me deu trabalho. "Uma Mente Brilhante" foi uma tarefa de repórter. Só um jornalista conseguiria fazer. Não havia textos de referência, foram necessárias centenas de entrevistas.

Em "A Imaginação Econômica", lidei com ideias. Foi como escrever dez biografias diferentes. Organizar tantos personagens e teorias em uma história linear exigiu muito esforço. Não sou uma grande pensadora. Sou boa para os detalhes e para as conexões.


Qual seria o resultado de "A Imaginação Econômica", se você não fosse jornalista?

Nenhum economista escreveria esse livro. Eles não dedicariam o tempo deles para isso. É preciso ser um generalista. Cada pessoa, cada evento sobre os quais escrevi no livro tem uma indústria de acadêmicos por trás dele.
Acadêmicos não fazem isso, e não deveriam -mas jornalistas podem entrar em um assunto em "estado de ignorância", confiando na sua habilidade de reunir informações e contar histórias.

Nesse processo, você resgatou personagens esquecidos pelas narrativas tradicionais, como Beatrice Potter e Alfred Marshall.

E Irving Fisher. Quando entrevistei [o economista] Milton Friedman, ele me disse voluntariamente que o maior economista americano do último século foi Fisher. Mas ninguém fora do meio econômico sabe quem ele é. Ele desapareceu do conhecimento popular.
É como Alfred Marshall, que todos tratam como um vitoriano fora da realidade, mas que era muito mais consciente sobre a situação inglesa do que Marx.
Acho isso engraçado. Como é que Marx, o cara que estava errado, terminou como um santo e Marshall, o cara que era realmente uma força criativa, teve suas contribuições minimizadas?

Você esteve ocupada com grandes projetos nos últimos 15 anos. Qual é o impacto na sua vida?

No final de "A Imaginação Econômica", disse aos meus filhos -se eu disser que vou escrever um livro de novo, por favor peguem uma arma e atirem em mim.
Quando você está fazendo uma reportagem, pode entregar o texto ao editor e aproveitar o fim de semana. Quando escreve um livro, está sempre se sentindo culpado. Ou está trabalhando, ou está evitando trabalhar.
Mas foi bom que eu tenha demorado tanto para escrever esse livro. A única época em que as pessoas se interessam por economia é durante recessões. 

 

17 de janeiro de 2012

O perfil dos eleitores do PT

O vídeo a seguir dispensa comentários:


A entrevistada diz tudo o que se precisa ouvir para compreender porque existem pessoas que afirmam que o Lulla é um Estadista - e há também os mais ousados (ou mal informados), que chegam a dizer que Lulla foi o melhor presidente do Brasil.

O que o Lulla e o PT mais querem é justamente isso: povo ignorante, sem massa crítica. Inclusive por terem este objetivo colocam um tipinho como Fernando Haddad a cargo do ministério da EDUCAÇÃO....

 

8 de setembro de 2010

A clareza das leis

Cada vez que vejo essa mulher dando uma entrevista, ou explicando qualquer assunto, não sei se choro ou rio:




A clareza de sua fala, a gramática impecável, o raciocínio totalmente lógico e concatenado.... Tudo isso impressiona demais!

O pior é saber que tem gente que afirma que ela é "gerente"......
Um administrador de empresas deveria agir desta forma diante dos acionistas??????

E ela piora a situação quando resolve falar sobre educação:




Um espetáculo!

Alguns trechos (ou "legendas"):
“A CNI tem um processo que é muito interessante di, i qui afina-se com a minha proposta em relação ao ProMédio (programa de bolsas de estudo para alunos de ensino médio e baixa renda, ainda uma ficção), que é combiná o ensino médio com o ensino profissionalizante. Então, no nosso caso, a gente utilizaria, né, as vagas tanto nas escolas, é, nos institutos federais tecnológicos e também de todas as entidades privadas que prestam cursos profissionalizantes. Então a gente compraria vagas e complementaria o ensino técnico com o ensino médio, articulando um no outro. Eles chamam isso de ensino articulado”.

“E outra sugestão muito interessante que eu achei é em pequenas cidades no Amazonas usar o ensino técnico móvel. Seria uma capacitação muito parecida com que nós fazemos no Brasil Profissionalizante, que é, por exemplo, eles operam muito com caminhões ou com ônibus. Ali, a escola chega, eles formam eletricistas. Nós fizemos isso aliás no Luz para Todos. No Luz para Todos faltava eletricista e a gente tinha de formá nos próprios lugares”.