Marketing, economia, administração, educação, política, música - enfim, um pouco de tudo.
9 de setembro de 2013
Vazou na internet a carta de Barack Obama em resposta ao ultimato de Dilma Rousseff sobre a espionagem da NSA
Vazou a carta do Obama sobre o ultimato brasileiro reclamando da espionagem americana e a imediata resposta da Dilma.
Cara Presidenta Dilma
5 de setembro de 2013
Progressistas e pogreçistas
Eu ia apenas colocar o link e elogiar, mas o artigo do Flávio está tão bom, mas tão bom, que vou ter que transcrever. O original está AQUI.
Esse merece ser lido, copiado, divulgado, impresso e salvo para leitura semanal:
Trabalho escravo cubano: objetivo dos progressistas alcançado
As esquisitices que os médicos cubanos sofrerão não são acidentes no planejamento progressista: o trabalho escravo é seu objetivo inescapável.
A palavra mais odienta a ser pronunciada no país ainda é “capitalismo”. Este sistema de iniciativa privada, sem controle estatal da economia, foi o sistema que mais enriqueceu os pobres – na análise de Thomas Sowell, se um americano hoje nasce entre os 20% mais pobres, ele tem mais chances de terminar a vida entre os 20% mais ricos do que continuar entre os mais pobres. Todavia, sempre que for citado, deve ser “admitido” a contragosto, como alguém espiando a esposa do amigo: “é, o capitalismo até deu uma vencida no comuno-fascismo, sim…”
O intelectual de esquerda Vladimir Safatle (este estranho conceito do que a esquerda chama de “intelectual”), ao criticar a democracia durante o movimento Occupy Wall Street, é taxativo: “a democracia parlamentar é incapaz de impor limites e resistir aos interesses do sistema financeiro”. Ou seja, a democracia, como diz Slavoj Žižek, é o problema, e o que a esquerda quer, mesmo sabendo que o capitalismo é melhor, é impedir trocas comerciais e financeiras livremente.
A esquerda, que já transitou de Rousseau e Karl Marx a Marcuse e Pol-Pot, é pródiga em se reinventar para se livrar de termos que, historicamente, demonstraram seu caráter totalitário e miserável. Apenas dos termos, e não do conteúdo, claro. Basta ver como partidos de extrema-esquerda com nítida inspiração trotskysta (PSTU, PSOL, PCO) ou mesmo flertes pouco disfarçados com o stalinismo (PCB, PCdoB) não usam a palavra “comunismo”, hoje consabidamente mais assassino do que o nazismo. A própria presidente Dilma Rousseff, em campanha, numa entrevista a José Luiz Datena (que tem quadros de Che Guevara em sua casa), fala esquisitamente que lutava por uma sociedade “socialista, e não comunista”, como se isso fizesse sentido.
A esquerda, reinventada hoje sob a égide do “progressismo”, é ainda o mesmo movimento (talvez o único movimento no Ocidente com continuidade histórica, reconhecimento de seus líderes passados e com o mesmo projeto futuro), tanto é que seu lado mais “democrata”, como o da presidente Dilma Rousseff, nunca rompe seus laços de amizade com ditaduras decrépitas do meio da Guerra Fria, como o totalitarismo de Cuba, uma das ditaduras mais longevas do planeta, causadora da morte de cerca de 100 mil pessoas em mais de meio século.
Não há nenhuma ruptura, nenhum “progresso”, nenhuma mudança nessa seara: o PT continua com seus laços socialistas no Foro de São Paulo (expulsando a imprensa que não concorde obedientemente com as atas), continua fazendo parte do mesmo projeto de poder transcontinental, continua acreditando no sonho cubano. No máximo, seus quadros mais abertamente socialistas (vide José Dirceu, Aldo Rebelo, Tarso Genro, Celso Amorim, Maria do Rosário etc) não ficam mais no Executivo central, aquele que precisa ganhar eleições com marketing.
Quem não se lembra de Lula defendendo o socialismo? Que tal a propaganda partidária venezuelana que Lula fez para o proto-ditador Nicolás Maduro? E do PCdoB, principal partido aliado da base governista do PT, declarando seu apoio (?!) ao ditador da Coréia do Norte Kim Jong-un? Que tal Lula chamando o trânsfuga Muammar Kadafi de “meu amigo, meu irmão, meu líder” (sic), sem que nenhuma voz na imprensa cobrasse um pronunciamento de Lula após o próprio povo se rebelar contra o “grande líder” totalitário? Por que os setores “progressistas” defendem o totalitário homofóbico Mahmoud Ahmadinejad e as feministas, durante a campanha para eleger Dilma, se calam sobre este mesmo ditador matar mulheres “adúlteras” (por “traírem” maridos mortos) à morte por apedrejamento, senão por um continuísmo histórico, que sabe que o PT nasce do socialismo, e seu objetivo final ainda é o mesmo, numa continuidade histórica?
Quando o governo socialista de Dilma Rousseff importa médicos, ninguém se escandaliza. Pessoas, numa sociedade livre, são livres para trabalhar onde bem quiserem. Analistas políticos do Brasil, por exemplo, devem ser livres para trabalhar diretamente da Suíça, sendo financiados para tal, abanados e tendo cotas de Ovomaltine suíço quentinho todo dia. Apenas se surpreendeu quando os médicos que vieram ao Brasil não-livremente foram médicos cubanos.
O discurso unificado “progressista” funciona como uma seita: todos devem pensar o mesmo. Para tal, veículos de comunicação, reproduzindo a ladainha oficial (a hegemonia faz com que, cada vez mais, imprensa e governo se imiscuam), lança o chamado dog whistle: o apito que faz só a militância ouvir, e que faz com que todas as críticas ao governo sejam respondidas em uníssono de uma mesma maneira. Como se viu nas redes sociais nos últimos dias, todas as críticas à importação de médicos cubanos foi pechada de “racista”, sem que nenhum progressista pensasse o mesmo quando a blogueira cubana dissidente Yoani Sánchez foi até agredida no aeroporto por estes mesmos que hoje enaltecem o tráfico humano do governo petista.
Ninguém criticou médicos cubanos, e sim o ato do governo de importá-los. Pior: importá-los como gado, como mercadoria que pertence a uma ditadura totalitária que ficará com 3/4 do seu salário, não liberará seus passaportes, não lhes permitirá conversar com a imprensa e, caso queiram trabalhar livremente no país, como todo ser humano pode depois de trabalhar num país, será impedido por um acordo ditatorial entre Cuba e o PT, que lhes nega asilo político já de cara.
Mas essas esquisitices que só acontecem com os médicos cubanos (ninguém ouviu sobre algum modelo de gestão humana parecido a respeito de médicos portugueses, espanhóis ou bolivianos) são vistas apenas como um desvio, um acidente de percurso pelo fato de Cuba ser uma ditadura (e culpa-se sempre a América por isso, como se a culpa da ditadura norte-coreana também fosse… do Ocidente). São analisadas como notas de rodapé que ninguém lê antes de assinar.
Na verdade, não é um acidente no projeto “progressista”, e sim sua consubstanciação mais inescapável. Os progressistas, que odeiam o mercado (“imperialista” e “desigual”, embora queiram acabar com o embargo comercial a Cuba para salvá-la da miséria que é viver sem mercado, sem perceber a contradição), não podem suportar a idéia de que as pessoas trabalhem para quem quiserem, que circulem livremente (basta pensar em Cuba, ou no Muro de Berlim, quando não há um mar de tubarões ao redor), que ajam por seus próprios desejos individuais, ao invés de subordiná-los à força estatal.
Como o progressista quer uma sociedade programa, centralizada, dirigida, com um projeto único a ser obedecido, sem liberdade de ação autônoma para fora do que foi previamente mandado, é uma conseqüência óbvia de que é a favor da estatização completa não apenas da economia, mas da própria vida humana – que perde seu poder de livre associação, sendo obrigada, sempre, a só obedecer ao Estado.
É assim que o progressista acaba com as variações do mercado, com a “desigualdade”, com o desemprego – no dizer de P. J. O’Rourke, a Constituição soviética garante a todos um emprego. Uma idéia bastante assustadora, eu diria. Se essa sociedade planejada “para o bem de todos” não pode conter “acidentes”, desigualdade, concentração, exploração e outras palavras de forte apelo emocional, mas que só mascaram a realidade com uma interpretação insana, esses médicos que vieram para cá, fazendo teatrinho já no aeroporto (como descer de jaleco e estetoscópio no pescoço depois de uma viagem transcontinental), é insofismável que essas pessoas poderão apenas trabalhar para o Estado. E para quem o Estado original, o dono de sua força de trabalho, permitir.
Se há a possibilidade de livre associação em uma sociedade liberal, os médicos cubanos são a prova de que, na sociedade “progressista”, há a hierarquia, o controle, a disciplina e a obediência. O trabalho de médicos que serão obrigados a mais-valiar para a ditadura cubana, sem direito a ter por aqui uma vida normal, que todo progressista que elogia o ato do governo tem, é prova de que a escravidão é o destino dessa sociedade com política e economia “planejada” e estatal.
Eu ia escrever umas linhas sobre essa nomenclatura "progressistas" e "reaças", em virtude desse gracejo que recebi de uma "progressista" nesta semana (contextualizando: eu mantenho, no twitter, uma lista chamada "pilantras & picaretas", com gente que solta essas bobagens "pogreçistas", que uma vez por ano eu consulto para rir):
Porém, o artigo do Flávio transmite tudo o que é necessário.
E, se isto não fosse suficiente, a suzana Guaranikaiowá (ahn, "pogreçista" adora se dizer defensor de índios, mas não tem nenhum problema com escravos cubanos…) demonstra, ela mesma, tudo o que o Flávio explicou e analisou tão bem:
A moça foi espancada pela PM do Rio? Ou foi apenas (mais) uma acusação falsa? Vai saber…
Temos mais diversão abaixo - inclusive Brecht em meio a butique e outras coisas non-sense:
Ela também quer quebrar tudo no Rio! "Black-bloc-wannabe"...
Descobri que os "pogreçistas" usam "feyssy", uma versão talvez mais politicamente correta e "pogreçista" (não capitalista) do Facebook?!
Ué, não queria "quebrar tudo"? Mudou de idéia? Numa língua que assemelha-se ao Português de forma distante, mas revela a incoerência...
Novamente, a língua tem algumas semelhanças com o Português, mas ignora algumas premissas básicas - afinal, concordância é deve ser coisa de "reaça", né?! Fica mais "pogreçista" escrever "o povo…colocassem".
O melhor desses "progressistas" (ou "pogreçistas", no linguajar deles) é que eles mesmos se humilham a tal ponto que é totalmente desnecessário (ainda que delicioso) um texto como aquele do Flávio para colocá-los em seu devido lugar - o esgoto.
Para fechar, um representante bastante conhecido dos "pogreçistas": o ator Zé de Abreu - contratado da Rede Globo há décadas, mas que fica reclamando do "PIG" de forma discreta, velada. O sujeito escreve bobagens impagáveis no twitter, e quando alguém o processa (como fez o Ministro Gilmar Mendes), ele enfia o rabinho entre as pernas.
Quando a blogueira cubana Yoani Sanchez esteve no Brasil, ele não ficou com medo de ser processado e soltou essa pérola:
Mas, que coisa!, quando os escravos cubanos foram hostilizados há alguns dias, no Ceará, o mesmo José de Abreu escreveu essa lindeza:
Em fevereiro ele foi preconceituoso, e em agosto ele reclamou do preconceito alheio.
Coerência é tudo, hein?!
6 de agosto de 2013
A falta de GESTORES da administração pública
Depois que o (des)governo Dilma criou o factóide absurdo, autoritário e estúpido de obrigar médicos a trabalharem 2 anos no SUS antes de formarem-se (mas acabou voltando atrás, porque, claro, era apenas mais um factóide), ouvi algumas idéias interessantes.
Uma delas seria obrigar que prefeitos, governadores, presidente, vereadores, deputados e senadores eleitos fizessem um curso de Administração Pública por 2 anos, antes de serem empossados. O cara é eleito em 2014, passa 2 anos estudando, e assume em 2016.
Isso não seria suficiente para a prefeita de Cubatão, litoral de SP.
A referida senhora causou um problema gigantesco em maio e em junho últimos, devido à sua incompetência, sua ignorância e seu desprezo pelo senso do ridículo. Um rápido resuminho primeiro:
Um congestionamento superior a 50 quilômetros é registrado nas vias de acesso ao Porto de Santos, no litoral paulista, na manhã desta terça-feira (28). Motoristas de caminhões de carga estão parados nas rodovias Cônego Domênico Rangoni e Anchieta desde a madrugada, com dificuldades para chegar aos terminais da maior zona portuária do Brasil. O problema no trânsito também tem reflexos na rodovia Anchieta, que registrou mais de três quilômetros de congestionamento durante a madrugada.
De acordo com a Ecovias, concessionária que opera o sistema Anchieta-Imigrantes, o motivo do congestionamento é uma nova norma adotada pela prefeitura de Cubatão, que só permite que os caminhões entrem nos pátios de espera do município entre 8h e 18h. Na madrugada, esses pátios reguladores, que funcionavam 24 horas, ficaram fechados. A regra vigora desde segunda-feira.
Com a restrição aos espaços, onde motoristas costumavam aguardar a vez para descarregar as mercadorias, a rodovia Anchieta virou estacionamento provisório. Segundo a prefeitura de Cubatão, a norma foi implantada para tentar enfrentar os problemas causados pelo excesso de caminhões nos locais. De acordo com a medida tomada pela prefeitura de Cubatão, quem não cumprir a nova regra pode ter as atividades suspensas de 10 a 30 dias ou ter o alvará de funcionamento cassado. Em nota divulgada na segunda, primeiro dia da restrição, a administração do município disse que o problema dos congestionamentos só vai ser amenizado com "solução metropolitana".Íntegra da reportagem AQUI.
3 de agosto de 2013
Mídia Ninja & Fora do Eixo: um grande coletivismo do aparelhamento político
Geralmente nem me dou ao trabalho de ler as colunas do Álvaro Pereira na Folha, porque o cara é um mala sem-alça, um completo pé no saco. Hoje, porém, recebi a "sugestão" de lê-la, e até que valeu a pena (tirando o estilo bem chatinho dele, há algumas verdades interessantes):
"Ator de Jiraya' vem ao Brasil e treina Mídia Ninja do Fora do Eixo." "Frente fria chega ao sudeste e congela cachês de artistas do Fora do Eixo." "Pablo Capilé oferece asilo a Edward Snowden na Casa Fora do Eixo."
Já deu para perceber qual o principal alvo do site de humor forado beico.tumblr.com: o coletivo artístico Fora do Eixo. Originário de Cuiabá, liderado pelo publicitário Pablo Capilé, o FdE é hoje uma potência nacional, baseada em São Paulo na casa que leva o nome da organização.
O Fora do Beiço faz mais vítimas, como se vê por estas outras manchetes: "Parapsicólogos alertam para o perigo de foto hipnotizante de Caetano"; "No Rio, papa Francisco promove caônização' [sic] de Criolo".Velhos e novos ídolos da MPB, a cena indie estatal, o noticiário político, os fatos musicais: nada escapa da "razzia" bem-humorada do Fora do Beiço.
Em um texto sobre um suposto encontro do papa com o rapper messiânico Criolo, um trecho sublime: "Num papo franco, o papa Francisco descobriu afinidades com Criolo --ele é jesuíta, que catequiza os índios, e Criolo é augustino (que vem de Augusta'), e catequiza os indies".
Nas últimas semanas, a cena que gira em torno do Fora do Eixo, tão zoada pelo Fora do Beiço, ganhou evidência. Foi graças à Mídia Ninja, um grupo, aninhado no FdE, de jornalistas não remunerados, que vêm cobrindo como "insiders" as manifestações recentes pelo Brasil.
No Rio e em SP, apesar do amadorismo e da completa falta de isenção, marcaram gols jornalísticos. Estavam onde a "grande mídia" não conseguia estar, ajudaram a derrubar mentiras da PM. Tornaram-se, com mérito, assunto internacional.A Mídia Ninja é um dos braços de uma televisão na internet operada pelo Fora do Eixo, a Pós TV. É por isso que me lembrei do Fora do Beiço para abrir este texto. Porque acompanho a Pós TV desde o começo, em 2011. Trabalho em televisão, procuro seguir as novidades. E é só com bom humor que dá para falar de uma coisa tão malfeita.Pode ter sido falta de sorte, mas nas dezenas de vezes em que tentei ver a Pós TV, o que encontrei, de tão primário, deveria se chamar Pré TV. Áudio e imagens sofríveis. O conteúdo, de um tédio abissal.
Tirando as transmissões recentes dos ninjas, nunca vi um programa que não fosse: a) discurseira; b) debate ou entrevista em que todos têm a mesma opinião.
Como se dirige aos já convertidos (seus programas são vistos por poucas centenas de pessoas), a Pós TV não tem nenhuma preocupação de contextualizar. Os convidados passam horas falando sem ser identificados. Ou pelo menos passaram nos programas que segui.
Pena que o "Fora do Beiço" não deve ter assistido a um dos eventos mais curiosos da história recente da Pós TV. Ele seria capaz de descrevê-lo com muito mais humor. Foi logo depois do primeiro "streaming" de grande repercussão da Mídia Ninja.No dia 18/6, já no estertor de uma manifestação gigantesca em SP, marcada por agressões à "grande imprensa", houve um conflito brutal entre manifestantes e a PM na rua Augusta. Nenhuma outra TV estava lá. A Mídia Ninja fez uma transmissão eletrizante, e digo isso sem nenhuma ironia.
No dia seguinte, o responsável pelo trabalho foi entrevistado na Pós TV. O apresentador fez uma rápida introdução e mandou a primeira pergunta. O rapaz só fez desfilar o jargão prolixo do Fora do Eixo.Em poucos segundos, o próprio entrevistador pareceu perder o interesse: começou a ler e digitar em um iPad. Depois de uns cinco minutos, o ninja parou finalmente de falar, o apresentador disse algo, o ninja retomou o discurso, o entrevistador voltou ao iPad e eu fechei o computador.
No sentido contrário da diversidade que o FdE apregoa, a linha da Pós TV me parece monolítica: propagar a ideologia digital-coletivista da organização. Se alguma vez apresentou uma voz dissonante, eu infelizmente perdi.De tão fraca e cheia de si, a Pós TV acaba fazendo humor involuntário. Bem diferente do Fora do Beiço, que não leva ninguém a sério. Até o slogan da conta no Twitter ironiza o jeito FdE de falar: "Semeando parcerias e polinizando a fertilidade efervescente culturo-colaborativa. Coletivamente falando".
Não faço ideia de quem é o gênio que escreve. Merece um programa on-line. Não na Pós TV, claro.
Usei esse artigo (publicado na Folha de São Paulo de hoje) para introduzir dois vídeos que deixam bem claro quem está por trás do Mídia Ninja, e do tal Fora do Eixo (aumente o volume):
Pois é….
Muita gente andou saudando a tal "Mídia Ninja" como algo "revolucionário" no jornalismo.
Bobagem.
Trata-se de mais um grupo financiado e usado pelo PT.
Parabéns aos cretinos que exaltaram esse grupelho como algo "novo" no jornalismo!! (um exemplo que nunca decepciona no quesito "cretinice" segue logo abaixo)
colunista da folha que trabalha na globo tentando ridicularizar a @MidiaNINJA e o @pos_tv na ilustrada. ótimo, sinal que estão incomodando
— cynara menezes (@cynaramenezes) August 3, 2013
ATUALIZAÇÃO: Depois que 2 representantes do Fora do Eixo participaram do Roda Viva (tentei assistir, mas eram tantas bobagens que não aguentei), começaram a surgir algumas verdades inconvenientes sobre esta facção do PT. Leia algumas delas AQUI.
21 de julho de 2013
Roberto Campos
Excelente rever esta entrevista de 1997, na qual Roberto Campos fala sobre privatizações (incluindo Petrobras, Vale etc), liberalismo e tantos assuntos que hoje se mostram MUITO piores do que em 1997.
O Brasil regrediu vergonhosamente. Ainda bem que ele não viveu para ver esta desgraça PTralha...
PS: A presença do Marco Aurélio Garcia, vomitando bobagens, não é suficiente para atrapalhar, mas os pitis, a voz esganiçada e as críticas a práticas que o PT acabou abraçando com largo sorriso depois acabam ficando engraçados - ou melhor, PATÉTICAS.
20 de julho de 2013
Protestos e ignorância
Passado pouco mais de um mês desde as manifestações e protestos pelo Brasil, muita coisa foi dita e escrita sobre as manifestações.
Muitas bobagens, e algumas coisas inteligentes - poucas, infelizmente.
Mas li e ouvi muita gente relacionando os protestos no Brasil ao Occupy Wall Street. O vídeo abaixo, curto, foi feito DURANTE o Occupy Wall Street:
Há semelhanças com os protestos brasileiros?
Eu diria que sim.
Qual o ponto comum?
IGNORÂNCIA.
Mais uma coisa: quais foram, EXATAMENTE, os resultados concretos do Occupy Wall Street?
Pesquise. Pense.
17 de julho de 2013
Algumas empresas realmente parecem de mentira
Isso parece piada (de mau gosto), mas não é.
Uma empresa de telefonia recebeu uma reclamação através do site Reclame Aqui.
E produziu esta resposta:
Pois é, infelizmente esta localidade estamos com sérios problemas, com pessoal mesmo, parece cultura do pessoal ai, ser irresponsável, sem comprometimento e irresponsaveis. Quando comparado as demais regiões do país, temos sérios problemas no nordeste, o nordestino tem isto mesmo, de não gostar de trabalhar, de não ter responsabilidade, de ser o que são, irresponsáveis, preguiçosos, eles não respeitam nem os conterrâneos deles, pois, se respeitasse não teríamos tantas reclamaçoes. Encaminhei para o responsável para tentar solucionar. Mas a providencia mais sensata a MinasMais esta tomando, que é mandar GENTE daqui do sul e sudeste para trabalhar ai, pois ai, meu caro cliente, ai não se arranja GENTE que preste para trabalhar.
Não satisfeita, quando foi questionada sobre os absurdos da resposta, ainda produziu outras afirmações absurdas:
Não so retirarei, como reafirmo, a falta de comprometimento, a falta de irresponsabilidade do nordestino. Ai foi são joao, eles simplesmente deixaram de trabalhar por 20 dias, um bando de [editado pelo Reclame Aqui] e vagabundos.
Esta revolta se dá, porque já passamos 176 funcionários apenas neste provedor de Aracaju-se. O que esta sendo feito é mandar daqui, pessoas dignas, responsáveis para tomar conta das aplicações no nordeste, foi apenas assim que conseguimos equilibrar as operações.
Por favor, faça a divulgação, para que eles acordam, eles percebam que precisam de trabalhar, e não ser a escoria do país... quem sabe eles não viram gente de verdade e lutem para um país mais rico, e não um pais de vagabundos, festeiros, que não tem comprometimento com nada.
O link para ler o caso na íntegra está AQUI.
Como eu ainda tenho a esperança de que alguém na empresa perceba o tamanho do desastre e dê um jeito de apagar esses comentários, fiz alguns "print-screens", abaixo.
Esse pessoal da Minas Mais Telecom não precisa "apenas" de umas aulinhas sobre relações públicas, atendimento ao cliente, branding etc.; eles precisam morrer e renascer umas 6 vezes para ver se dá para consertar algo.
14 de julho de 2013
Copa das Confederações adianta o fiasco da Copa de 2014 - tudo com dinheiro público
O Corinthians contratou a Accenture para fazer um estudo, COM DINHEIRO DA ODEBRECHT (que está recebendo financiamento estatal), com o intuito de "convencer" os vereadores de SP a apovar o Projeto de Lei 288/2011, que concede isenção fiscal milionária ao Corinthians.
O PL foi aprovado (e eu publique AQUI os nomes de cada um dos vereadores que são responsáveis pela aprovação deste projeto absurdo, ultrajante), o Corinthians e a Odebrecht estão fazendo uma farra com dinheiro público, e pelo que se viu na Copa das Confederações, os dados apresentados no tal estudo da Accenture se mostraram mais furados do que as previsões econômicas do Guido Mantega (grifos meus):
Uma pesquisa encomendada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostrou que a Copa das Confederações não foi capaz de movimentar o turismo interno, assim como também não atraiu o turista estrangeiro.Segundo o estudo realizado junto a torcedores das seis cidades sede, 85% das pessoas que foram aos estádios moravam no mesmo estado onde estava sendo realizado o evento. Já de acordo com dados da Fifa, apenas 3% dos ingressos foram comprados por torcedores estrangeiros.Na avaliação da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), essa baixa movimentação de turistas teve impactos no comércio, que contava com um provável aumento de demanda. "Uma pesquisa anterior realizada em abril desse ano, mostrou que 83% dos comerciantes acreditavam que a Copa das Confederações iria trazer novas oportunidades de desenvolvimento para os negócios locais. A falta de turistas no evento, aliada aos resultados das manifestações nas ruas frustraram essas expectativas”, afirma o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.
Embora 83% dos varejistas acreditavam que a Copa das Confederações iria trazer novas oportunidades de desenvolvimento para os negócios locais, a pesquisa realizada durante os jogos apontou um cenário diferente: o consumo foi direcionado para o setor de serviços como restaurantes, bares e boates, deixando o segmento varejista a desejar. Os dados mostram que boa parte dos consumidores pretendiam gastar quantias significativas durante o dia do evento com, por exemplo, alimentação (média de R$ 90 por dia), bares e boates (média de R$ 101 por dia). No entanto, praticamente 70% do público que foi aos estádios não colocou a mão no bolso para levar um produto de loja para casa (souvenires, roupas, calçados e artigos esportivos).
"O que é de certa forma natural, já que a maioria desses consumidores eram locais e não ira mesmo gastar com souvenires ou artigos esportivos, comumente comprados em viagens para presentear amigos e familiares”, explica Pellizzaro Junior.De zero a dez, a nota média dada pelos entrevistados para a Copa das Confederações foi sete. Quando perguntados sobre a avaliação de alguns segmentos do evento, o item com o maior percentual de avaliações positivas foram os estádios, com 88% de classificação bom ou ótimo.
Outros quesitos com altos percentuais de avaliações positivas foram hospedagem (58%), comércio em geral (57%), bares e restaurantes (56%) e turismo/cultura/eventos (52%). Já os itens mobilidade urbana (40%), estacionamento (46%), transporte público (48%) e aeroportos (29%) tiveram um maior percentual de avaliações do tipo péssimo ou ruim. Na opinião de Borges, houve uma maior reclamação com aqueles serviços mais relacionados às estruturas de responsabilidade do estado. "Essa insatisfação relacionada às políticas urbanas, econômicas e sociais refletem de certo modo as manifestações vistas nas ruas. Além disso, 70% dos torcedores consideram que os recursos públicos investidos na Copa não foram bem investidos ou fiscalizados", afirma.
Segundo a pesquisa, 85% dos torcedores acham que o investimento pessoal para ir aos estádios foi algo que valeu a pena, mas 62% ainda consideram o Brasil despreparado, de maneira geral, para o evento do ano que vem, a Copa do Mundo. “Ou seja, o público considerou a preparação adequada para um evento teste como a Copa das Confederações, mas ainda falta melhorar para o evento principal, que é em 2014”, explica.(Íntegra da notícia AQUI)
Eu escrevi que este valor era um absurdo, um chute estratosférico, impossível, inviável. Salvas as proporções entre a Copa das Confederações e a Copa do Mundo, como a própria notícia acima faz, já é possível imaginar o tamanho da decepção que será vista em 2014.
Mas pior do que isso: o governo (incluindo federal, estadual e municipal) está usando BILHÕES de reais de dinheiro público para financiar um evento que trará um retorno pífio. Em suma, o governo está queimando dinheiro. Obviamente, nem preciso dizer que se trata de dinheiro NOSSO, de cada otário que paga impostos, taxas e tarifas no Brasil.
19 de junho de 2013
Algumas lições de Mises de 1979 para os protestos brasileiros de 2013
Em meio a toda a discussão gerada pela onda de protestos que têm ocorrido no Brasil, achei interessante reforçar algumas das palavras de Ludwig von Mises.
Recortei alguns trechos dos 2 primeiros capítulos de um dos livros dele que mais gosto. É um livro bastante objetivo, sem firulas. Pode ser baixado (em formatos PDF, MOBI e ePub) AQUI, gratuitamente.
Recomendo a leitura para quem deseja aproveitar este momento de (supostas) mudanças no país para refletir sobre o que deseja para o Brasil.
OBS: Como retirei os trechos do PDF, a formatação está "estranha", mas isso não impede a leitura. O mais importante é o conteúdo, mas já peço desculpas antecipadamente pela forma.
AS SEIS LIÇÕES
Ludwig von Mises
Traduzido por Maria Luiza Borges
7ª Edição
Copyright © Margit von Mises, 1979
Título do original em inglês: ECONOMIC POLICY: THOUGHTS FOR TODAY AND TOMORROW
Revisão para nova ortografia: Núbia Tavares
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Ludwig von Mises do Instituto Liberal – RJ
Bibliotecário Responsável: Otávio Alexandre J. De Oliveira
CAPÍTULO I
PRIMEIRA LIÇÃO
O CAPITALISMO
Certas expressões usadas pelo povo são, muitas vezes, inteira-
mente equivocadas. Assim, atribuem-se a capitães de indústria e
a grandes empresários de nossos dias epítetos como “o rei do cho-
colate”, “o rei do algodão” ou “o rei do automóvel”. Ao usar essas
expressões, o povo demonstra não ver praticamente nenhuma di-
ferença entre os industriais de hoje e os reis, duques ou lordes de
outrora. Mas, na realidade, a diferença é enorme, pois um rei do
chocolate absolutamente não rege, ele serve. Não reina sobre um
território conquistado, independente do mercado, independente de
seus compradores. O rei do chocolate – ou do aço, ou do automó-
vel, ou qualquer outro rei da indústria contemporânea – depende
da indústria que administra e dos clientes a quem presta serviços.
Esse “rei” precisa se conservar nas boas graças dos seus súditos, os
consumidores: perderá seu “reino” assim que já não tiver condições
de prestar aos seus clientes um serviço melhor e de mais baixo custo
que o oferecido por seus concorrentes.
Duzentos anos atrás, antes do advento do capitalismo, o status
social de um homem permanecia inalterado do princípio ao fim de
sua existência: era herdado dos seus ancestrais e nunca mudava.
Se nascesse pobre, pobre seria para sempre; se rico – lorde ou du-
que –, manteria seu ducado, e a propriedade que o acompanhava,
pelo resto dos seus dias.
No tocante à manufatura, as primitivas indústrias de beneficia-
mento da época existiam quase exclusivamente em proveito dos
ricos. A grande maioria do povo (90% ou mais da população eu-
ropeia) trabalhava na terra e não tinha contato com as indústrias
de beneficiamento, voltadas para a cidade. Esse rígido sistema da
sociedade feudal imperou, por muitos séculos, nas mais desenvol-
vidas regiões da Europa.
Contudo, a população rural se expandiu e passou a haver um ex-
cesso de gente no campo. Os membros dessa população excedente,
sem terras herdadas ou bens, careciam de ocupação. Também não
lhes era possível trabalhar nas indústrias de beneficiamento, cujo
acesso lhes era vedado pelos reis das cidades. O número desses
“párias” crescia incessantemente, sem que todavia ninguém sou-
besse o que fazer com eles. Eram, no pleno sentido da palavra,
“proletários”, e ao governo só restava interná-los em asilos ou ca-
sas de correção. Em algumas regiões da Europa, sobretudo nos
Países Baixos e na Inglaterra, essa população tornou-se tão nu-
merosa que, no século XVIII, constituía uma verdadeira ameaça à
preservação do sistema social vigente.
Hoje, ao discutir questões análogas em lugares como a Índia ou
outros países em desenvolvimento, não devemos esquecer que, na
Inglaterra do século XVIII, as condições eram muito piores. Na-
quele tempo, a Inglaterra tinha uma população de seis ou sete mi-
lhões de habitantes, dos quais mais de um milhão – provavelmente
dois – não passavam de indigentes a quem o sistema social em vigor
nada proporcionava. As medidas a tomar com relação a esses deser-
dados constituíam um dos maiores problemas da Inglaterra.
Outro sério problema era a falta de matérias-primas. Os in-
gleses eram obrigados a enfrentar a seguinte questão: que faremos,
no futuro, quando nossas florestas já não nos derem a madeira de
que necessitamos para nossas indústrias e para aquecer nossas ca-
sas? Para as classes governantes, era uma situação desesperadora.
Os estadistas não sabiam o que fazer e as autoridades em geral não
tinham qualquer ideia sobre como melhorar as condições.
Foi dessa grave situação social que emergiram os começos do
capitalismo moderno. Dentre aqueles párias, aqueles miseráveis,
surgiram pessoas que tentaram organizar grupos para estabelecer
pequenos negócios, capazes de produzir alguma coisa. Foi uma
inovação. Esses inovadores não produziam artigos caros, acessí-
veis apenas às classes mais altas: produziam bens mais baratos, que
pudessem satisfazer as necessidades de todos. E foi essa a origem
do capitalismo tal como hoje funciona. Foi o começo da produção
em massa – princípio básico da indústria capitalista. Enquanto
as antigas indústrias de beneficiamento funcionavam a serviço da
gente abastada das cidades, existindo quase que exclusivamente
para corresponder às demandas dessas classes privilegiadas, as no-
vas indústrias capitalistas começaram a produzir artigos acessíveis
a toda a população. Era a produção em massa, para satisfazer às
necessidades das massas.
Este é o princípio fundamental do capitalismo tal como existe
hoje em todos os países onde há um sistema de produção em massa
extremamente desenvolvido: as empresas de grande porte, alvo dos
mais fanáticos ataques desfechados pelos pretensos esquerdistas,
produzem quase exclusivamente para suprir a carência das massas.
As empresas dedicadas à fabricação de artigos de luxo, para uso ape-
nas dos abastados, jamais têm condições de alcançar a magnitude
das grandes empresas. E, hoje, os empregados das grandes fábricas
são, eles próprios, os maiores consumidores dos produtos que nelas
se fabricam. Esta é a diferença básica entre os princípios capitalis-
tas de produção e os princípios feudalistas de épocas anteriores.
Quando se pressupõe ou se afirma a existência de uma diferen-
ça entre os produtores e os consumidores dos produtos da grande
empresa, incorre-se em grave erro. Nas grandes lojas dos Estados
Unidos, ouvimos o slogan: “O cliente tem sempre razão.” E esse
cliente é o mesmo homem que produz, na fábrica, os artigos à venda
naqueles estabelecimentos. Os que pensam que a grande empresa
detém um enorme poder também se equivocam, uma vez que a em-
presa de grande porte é inteiramente dependente da preferência dos
que lhes compram os produtos; a mais poderosa empresa perderia
seu poder e sua influência se perdesse seus clientes.
Há cinquenta ou sessenta anos, era voz corrente em quase todos
os países capitalistas que as companhias de estradas de ferro eram
por demais grandes e poderosas: sendo monopolistas, tornavam im-
possível a concorrência. Alegava-se que, na área dos transportes,
o capitalismo já havia atingido um estágio no qual se destruira a si
mesmo, pois que eliminara a concorrência. O que se descurava era
o fato de que o poder das ferrovias dependia de sua capacidade de
oferecer à população um meio de transporte melhor que qualquer
outro. Evidentemente teria sido absurdo concorrer com uma des-
sas grandes estradas de ferro, através da implantação de uma nova
ferrovia paralela à anterior, porquanto a primeira era suficiente para
atender às necessidades do momento. Mas outros concorrentes não
tardaram a aparecer. A livre concorrência não significa que se possa
prosperar pela simples imitação ou cópia exata do que já foi feito por
alguém. A liberdade de imprensa não significa o direito de copiar
o que outra pessoa escreveu, e assim alcançar o sucesso a que o ver-
dadeiro autor fez jus por suas obras. Significa o direito de escrever
outra coisa. A liberdade de concorrência no tocante às ferrovias,
por exemplo, significa liberdade para inventar alguma coisa, para
fazer alguma coisa que desafie as ferrovias já existentes e as coloque
em situação muito precária de competitividade.
Nos Estados Unidos, a concorrência que se estabeleceu através
dos ônibus, automóveis, caminhões e aviões impôs às estradas de
ferro grandes perdas e uma derrota quase absoluta no que diz res-
peito ao transporte de passageiros.
O desenvolvimento do capitalismo consiste em que cada ho-
mem tem o direito de servir melhor e/ou mais barato o seu clien-
te. E, num tempo relativamente curto, esse método, esse princípio,
transformou a face do mundo, possibilitando um crescimento sem
precedentes da população mundial.
18 de junho de 2013
Há protestos e protestos
Em 5 de março de 2013, houve um protesto, na Av. Paulista, contra a corrupção.
Algumas fotos deste protesto:
Quantas pessoas foram feridas? ZERO.
Não houve nenhum impedimento criado pela Polícia Militar de SP - que recebeu a informação antes, e não interferiu, apenas isolou algumas áreas para segurança de todos.
Ninguém foi preso.
Nenhuma loja, banca de jornal, agência bancária, vidraça ou fachada foi destruída. Nenhum ônibus foi incendiado, pichado ou apedrejado.
Será que o pessoal do Movimento Passe Livre, que QUER o vandalismo e a destruição, está certo? Será que apenas quando os protestos danificam a cidade é possível ser levado a sério, ser ouvido?
Espero que não.
Esse Movimento Passe Livre sempre apoiou e sempre foi apoiado pelo PT, que não quer que estas manifestações respinguem na Dilma, no Lulla ou no Haddad. O movimento é formado por gente do PSTU, PSOL, PCO e outras facções da esquerda radical, que defende Cuba, Venezuela, Coréia, que defende o fim do capital, e quer, no final, destruir a democracia e impôr um regime que mata quem dele discorda.
Quem tem pagado as fianças de quem foi preso em SP: Conlutas (do PSTU) e UNE (do PC do B).
Será que precisa desenhar?
16 de junho de 2013
Vergonha alheia num novo patamar
Depois de ler muitas coisas sobre os atos (chamados, erroneamente, de "protestos pacíficos") que ocorreram nas últimas 2 semanas em São Paulo (e em algumas outras capitais), estou em choque.
Vamos aos fatos primeiro.
O Movimento Passe Livre (MPL) é um movimento social brasileiro que defende a adoção da tarifa zero para transporte coletivo, que foi fundado em uma plenária no Fórum Social Mundial em 2005, em Porto Alegre. (íntegra AQUI)
O MPL e as manifestações ocorridas são capa da Veja e da Época desta semana.
A matéria da Época, em particular, merece ser lida com muita atenção. A íntegra está AQUI. Segue um pequeno trecho:
Criado em 2005, por jovens num acampamento do Fórum Social Mundial, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, o MPL se diz independente de partidos políticos – mas se escora em alguns. Organiza-se por meio de redes sociais na internet, e alguns de seus membros defendem princípios anarquistas. Dizem lutar por transporte público gratuito e de qualidade para a população. Uma das principais bandeiras é a migração do sistema de transporte “privado” para um sistema gerido diretamente pelo Estado, com a garantia de acesso universal a qualquer cidadão, por meio do “passe livre” – o fim de cobrança de tarifa.O apelo das autoridades para que suas reivindicações sejam apresentadas de modo pacífico, pelos canais democráticos tradicionais, não surtiu efeito até agora. O ativismo do MPL envolve ação direta, na rua.“A única maneira é parar o trânsito”, diz a estudante de letras da Universidade de São Paulo (USP) Raquel Alves, de 20 anos, militante do MPL. “Infelizmente, o vandalismo e a violência são necessários, para que apareça na mídia. Se saíssemos em avenidas gritando musiquinha, ninguém prestaria atenção.”
Destaquei em negrito (e cor diferenciada) a frase de uma militante deste movimento - o termo correto seria "militonta", na verdade.
Perceba, caro leitor, que a "militonta" não hesita em usar os termos corretos: VANDALISMO e VIOLÊNCIA.
Ela SABE que o movimento usa de violência, e justifica: é o único jeito de aparecer na mídia!!
Não há propostas - é apenas VONTADE DE APARECER NA MÍDIA.
Já que ela não foi selecionada para o BBB, nem foi convidada a posar para a Playboy ou ser fotografada na ilha de Caras, resolveu se juntar a meia dúzia de outros "militontos", inventar um discurso que não se sustenta, para aparecer na mídia.
Obviamente ela não está sozinha - abaixo, um rápido perfil de outros 4 militantes do MPL (a imagem está na Veja SP dessa semana):
Honestamente: depois de ler as "idéias" (muitas aspas) desses 4, não sei se choro, se rio, ou se faço ambos.
Cidadão "anti-trabalho" de 38 anos, que tem carro. Comprou como? Imagino que não tenha sido trabalhando...
O professor de história parece ser daqueles que distorcem os fatos conforme a ideologia manda - decerto ensina aos pobres alunos do ensino médio (que desgraça a educação no Brasil!!!!) que nazismo é de "extrema-direita"; que Che Guevara era um anjo caridoso formado pela somatória das personalidades de Jesus, Gandhi e Madre Teresa de Calcutá; que as guerras são fruto do imperialismo americano malvado; que o homem é explorado por burgueses sujos, mal-intencionados, que esfolam o proletariado para obter lucros nojentos; que o governo deve sustentar todos etc.
A outra enxerga presos políticos porque meia dúzia de incautos foram presos ao depredar lojas, bancos, estações de metrô, queimar ônibus… Tudo isso resulta num preso político, e não tem nada a ver com vandalismo, destruição de patrimônio público etc.
Honestamente: dá vontade de chorar.
São tantas coisas absurdas ditas por militantes desse MPL, mas tantas, que não dá nem pra discutir.
Não dá!
"Se nem a polícia tem sido capaz de controlar, não somos nós que vamos conseguir". Mas… QUEM CRIOU OS PROTESTOS QUE DESCAMBARAM PARA VANDALISMO E VIOLÊNCIA? Foi a Polícia Militar? Foi o Haddad? Foi o Alckmin? Foi o Barack Obama?
Essa gente não tem a menor noção do que seja RESPONSABILIDADE, nenhum SENSO DO RIDÍCULO. São moleques (a despeito da idade cronológica, o que importa é a mental, intelectual) que acham que estão brincando de acampar.
Mas o pior mesmo é ver milhares de pessoas aceitando participar disso.
Que vergonha.
Como professor, sinto muita pena de ver estudantes manipulados de forma tão rasteira, vil, por gente mal-intencionada e/ou nitidamente incapaz de entender o contexto em que vive. Tenho a impressão de que esses 5 "militontos" começariam a chorar compulsivamente se descobrissem que o Muro de Berlin caiu, que o socialismo acabou no século passado, que "nazismo" é na verdade um corruptela de "National Sozialistische Deutsche Arbeiterpartei" (N.S.D.A.P.) ou em português, Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, que Hitler inspirou-se fortemente em Marx para escrever Mein Kampf etc...
Já imaginaram se esses "militontos" tivessem que trabalhar para comprar um carro, e depois descobrir que o governo cobra 40% de imposto no valor do carro, além do IPVA (mais 4% todo ano)? Já imaginaram se tivessem que descobrir o que é meritocracia - e, pior!, depender dela? Os tolinhos pretender casar e ter filhos? Vão sustentá-los como? Esperando alguma "bolsa" do governo? Eles correm o risco de descobrir que o governo NÃO consegue sustentar toda a população! Que choque!
E eles dizem que querem transporte gratuito… Apenas não dizem COMO fazer isso. Cobradores e motoristas vão trabalhar de graça? Troca de pneus e óleo e manutenção de motores e supensão serão gratuitas? Ou vai ter "bolsa-busão"?
Mas não é só isso - como eu disse, sinto vergonha desses "militontos", e pena de quem se deixa manipular de forma tão explícita.
E como tem gente que se aproveita!
A CNN tem uma iniciativa interessante, chamada iReport. Qualquer pessoa pode enviar uma "reportagem" para a CNN, que disponibilizará a versão preliminar na internet e deixará aberta para a votação de outros usuários registrados no site. Tudo gratuito.
Neste sábado, vi o título da matéria no Facebook, com o link. Cliquei.
A reportagem (repito: PRELIMINAR) está AQUI. Depois de ler, fui obrigado a me cadastrar e incluir um comentário. Ei-lo (corrigi 2 ou 3 erros de digitação que só notei depois de ter inserido o comentário, e não localizei, no site da CNN, um recurso para editar/corrigir):
There are so many mistakes, misconceptions and maneuvers in such a small article that it's hard to pick just one or two. Although, to stick with the main topic - the riots - I'll pick the final piece.
"The protests are not mere isolated, unionized movements or extreme left riots, as some of the Brazilian press says."
Yes, they are.
Every single organization/social entity involved in the riots are part of extreme-left wing parties (e.g. PCO, PSOL, PSTU, PCdoB - the "communist party of Brasil" in a free and direct translation), as it has been demonstrated beyond any doubt by a small part of the press - as most of the media is more concerned in discussing how many protesters, journalists and police officers were wounded, if the law enforcement overreacted or not.
All the people speaking on behalf of the riots' organization belong to one of the extreme-left parties - which usually receive very few votes during elections, and do not have enough strenght to aprove any of their projects in the Congress. Therefore, they choose to make their points using violence, riots, land invasions and other felonies and/or misdemeanors.
Such organizations are planning and executing protests in every major city of Brazil: Sao Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba and so forth. In every city, all the same people are involved in - they travel from one riot to the other Their names are public, and this information was widely published in the press.
The most discussed organization is called "Movimento Passe Livre" ("free pass movement"). Four of their spokespersons had an article published by Folha de Sao Paulo (the biggest newspaper in Sao Paulo State) on Thursday (06/13). They endorsed Brazil should have "tarifa zero" (cost free) public transportation because capitalism doesn't work, and the profit driven companies in charge of the bus system in Sao Paulo should be shut down. This is the very same desire publicly proposed by these extreme-left parties. The moviment has the very same agenda - and it's not a coincidence. But most important: during the riot people were carrying flags, and all the names of these extreme-left parties were on display - it's easy to see it in every picture taken by every newspaper in the major press in Sao Paulo. Conclusion: those organizations are not trying to hide their participation, their agenda.
"It is not a teenage rebellion. It is the uprising of the most intellectualized portion of society who wants to put a stop to these Brazilian issues. "
As a matter of fact, the major problem with this allegation is its inaccuracy: nobody knows the profile of those who participated of the riots. If anybody says it was a majority of poor people, or college students, or low wage groundworkers, it's a lie. There were at least 5,000 people in last Thurday's riot in Sao Paulo, and it was absolutely impossible to conduct some sort of poll to investigate age, education level, wealth or any other useful information to sustain this sort of assertion.
"The young national mid-class, which has always been unsatisfied with the political oblivion, has now "awaken" - in the words of the protesters."
Again: it is impossible to establish if it is a middle-class moviment or not. The article seems to have such confidence in the assertions, but there is absolutely no evidence to support any of those statements whatsoever.
Is it OK to use an educated guess (at the most) in order to write about a serious situation? In a third class press maybe; in a prestigious news channel definitely not. These vehement conclusions do not represent the truth - they might be one's opinion, but it's important to reveal stronger proof to claim this is not politically orientated, because all the evidence so far indicates the exact contrary.
Yes, the country is facing a terrible economic moment, corruption is a permanent threat, and the infrastructure problems are affecting individuals and companies trying to do business in Brazil. Once again, Brazil's future as a developed country is in jeopardy - but that's another strong reason to avoid fallacious illations.
I remember reading, a couple of days ago, a report about riots in Sweden on The Economist: "Kjell Lindgren, a Stockholm police spokesman, provided the most convincing explanation: “There is no answer.” ".
Right now, trying to explain the recent riots in Brazil might me a similar case - although there are incomparable differences between Brazil and Sweden.
Ao ler alguns dos comentários feitos na tal "reportagem teste", MAIS vontade de chorar. Mais desânimo.
Tem gente culpando a privatização dos "neoliberais" do PSDB, outros culpam a oposição "de direita do PSDB" (DIREITA???? O PSDB???? Cara, vai estudar um pouco, porra!), outros culpam o FMI, outros culpam a imprensa, a polícia violenta, bla bla bla.
Muro de lamentações em inglês macarrônico.
Contudo, o que eu vi foi outra coisa: 90% dos comentários falam algo como "ainda bem que a CNN mostrou isso, porque a mídia brasileira não mostra!".
O sujeito se cadastrou, inseriu o comentário (repito: no ingles macarrônico), e não percebeu que a reportagem foi escrita por um brasileiro, que mora em São Paulo, e está disponibilizada para ser aprovada ou não para TALVEZ, UM DIA, entrar na programação/site da CNN.
A quantidade de bobagens (intencionais ou não, calcadas na má-fé ou na ignorância, não sei) e mentiras e falácias que estão circulando em virtude do busílis causado por estes tais protestos me parece algo sem precedentes!
Felizmente vejo coisas boas também - ainda que em quantidade bem menor. Duas coisas que li e recomendo: a primeira, AQUI me deixou boquiaberto. Sensacional Mesmo.
Complementarmente, este AQUI.
O que me parece certo, neste momento, é que ainda irão surgir mais informações novas.
Eu havia, ontem, decidido não voltar a este assunto. Porém, continuaram surgindo novas informações - da maior relevância. As reportagens da Época e da VejaSP (que traz o perfil dos 4 militontos conforme a imagem lá em cima) eu só vi à noite. E em virtude dos absurdos que li, não me contive.
Assim, por ora, a minha certeza é que conforme forem surgindo os fatos concretos sobre esse MPL, muita gente que entrou no barco dos protestos de alegre (ou de idiota útil) vai se afastar.
Não tenho dúvida de que as pessoas - a maioria silenciosa - estão fartas de inflação descontrolada, economia estagnada, corrupção em níveis estratosféricos, caos na saúde, educação precária (se bem que esta é a tábua de salvação de 90% dos políticos no Brasil) e todas as mazelas que estão acumuladas.
E, como já disse, protestar contra isso é ótimo. Mas protestos inteligentes, e não atos de vandalismo liderados (e manipulados) por movimentos do nível (?) desse Movimento Passe Livre.