17 de setembro de 2013

Última mudança

Estou fazendo a última mudança no blog: a de plataforma. A partir de hoje, este blog passa a ser hospedado no endereço http://cmunhoz.com
Quem digitar o endereço antigo (www.blog.cmunhoz.com) será redirecionado automaticamente.
Estou, ainda, atualizando as configurações para quem assina o blog via e-mail e RSS.

Até o dia 23 de Setembro todas as mudanças deverão estar finalizadas.

Obrigado pela visita.

9 de setembro de 2013

Vazou na internet a carta de Barack Obama em resposta ao ultimato de Dilma Rousseff sobre a espionagem da NSA

Vazou a carta do Obama sobre o ultimato brasileiro reclamando da espionagem americana e a imediata resposta da Dilma.


Cara Presidenta Dilma
Imensamente preocupados com o ultimato dado pelo Governo brasileiro, pelos problemas de espionagem  que efetuamos aí nesse país,  esclarecemos a V. Excia. que, por sermos uma superpotência, temos interesses a defender por toda a parte e por isso atuamos onde seja necessário.
Meu primeiro impulso, visando atender ao seu pedido de esclarecimentos e desculpas foi entregar o farto material que temos gravado nos últimos 20 anos, ao Presidente do Supremo. Ministro Joaquim Barbosa, mas num gesto de amizade solicito que a Sra. Presidenta determine a quem de direito.
Segue abaixo, só uma pequena amostra do que temos para sermos orientados do que fazer:
1-Gravamos secretamente, é claro, em foto e vídeo todas as reuniões que o seu padrinho participou (ele jura que não sabia de nada) com toda a Direção do PT, quando foram acertados os pagamentos do Mensalão. Consideramos esse material altamente explosivo pois iria desmascarar o seu Partido diante até do mais crédulo beneficiário do Bolsa Família, que como sabemos elegeu o Presidente anterior e a senhora.
Mesmo com todo o empenho do Levandowsky e do Tofoli, considero muito difícil que o Barbosa com essas provas na mão, não mande prender vocês todos.
2-Temos em nosso poder todas as contas abertas no exterior, por todos os dirigentes do Governo atual e dos anteriores, com os respectivos extratos com valores que chocariam o mundo e dariam para pagar a dívida interna e externa do Brasil e de todos os demais países da América Latina.
Obs: Acompanhamos e documentamos com especial interesse a evolução da riqueza do Lulinha. O que temos é inacreditável até para os filmes de ficção que aqui costumamos fazer tão bem.
3-Possuímos gravações (imagem e vídeo) nos últimos 20 anos, com todos os Ministros, Deputados e Senadores do Brasil confessando abertamente sobre vantagens financeiras auferidas por desvio de dinheiro público. Temos tudo documentado e também onde estão depositados esses valores, os números das contas e os respectivos saldos.
4-Temos uma filmagem efetuada em alta definição, no AEROLULA, onde o seu padrinho "deita e rola", com uma senhora Assessora em São Paulo cujo nome andou muito nos noticiários e lembra um famoso filme do Polansky... O Bebê de... (não lembro o nome).
 
Como o material gravado é de extrema gravidade e poderia causar até uma revolução no Brasil sugiro que no ato da entrega, todas essas provas sejam colocadas no mesmo cofre da Caixa Econômica, aquele que queimou há um tempo atrás, sumindo com um monte de Contratos e que livrou muitos amigos de pagarem os empréstimos bilionários ao Governo... lembra?
Foi em Governos anteriores mas é uma boa sugestão...
 
Presidente B. Obama

 

 
Resposta da Dilma no dia seguinte:
 
Ilmo. Sr. Presidente B. Obama
Uma única palavra.... pelo amor de Deus:
                         ESQUEÇA!!!!
 
Beijinhos na Michelle e nas crianças.
Não se esqueça de me adicionar no seu FACEBOOK.
O meu padrinho envia pelo portador uma caixa de Cachaça 51, muito famosa por aqui e uma das preferidas dele.
 
Abraços
Presidenta

 

7 de setembro de 2013

A arte de falar de forma clara

Nem vou escrever nada - o vídeo é mais do que auto-explicativo:

 

6 de setembro de 2013

Pizzaria Google

Não é nova, mas segue atual e engraçada:

- Pizzaria Google, boa noite!
- De onde falam?
- Pizzaria Google, senhor. Qual é o seu pedido?
- Mas este telefone não era da Pizzaria do...
- Sim senhor, mas a Google comprou a Pizzaria e agora sua pizza é mais completa.
- OK. Você pode anotar o meu pedido, por favor?
- Pois não. O Senhor vai querer a de sempre?
- A de sempre? Você me conhece?
- Temos um identificador de chamadas em nosso banco de dados, senhor. Pelo que temos registrado aqui, nas últimas 53 vezes que ligou, o senhor pediu meia quatro queijos e meia calabresa.
- Puxa, eu nem tinha notado! Vou querer esta mesmo...
- Senhor, posso dar uma sugestão?
- Claro que sim. Tem alguma pizza nova no cardápio?
- Não senhor. Nosso cardápio é bem completo, mas eu gostaria de sugerir-lhe meia ricota, meia rúcula.
- Ricota ??? Rúcula ??? Você ficou louco? Eu odeio estas coisas.
- Mas, senhor, faz bem para a sua saúde. Além disso, seu colesterol não anda bom...
- Como você sabe?
- Nossa Pizzaria tem o banco de dados mais completo do planeta. Nós temos o banco de dados do laboratório em que o senhor faz exames também. Cruzamos seu número de telefone com seu nome e temos o resultado dos seus exames de colesterol. Achamos que uma pizza de rúcula e ricota seria melhor para sua saúde.
- Eu não quero pizza de queijo sem gosto e nem pizza de salada. Por isso tomo meu remédio para colesterol e como o que eu quiser...
- Senhor, me desculpe, mas acho que o senhor não tem tomado seu remédio ultimamente.
- Como sabe? Vocês estão me vigiando o tempo todo?
- Temos o banco de dados das farmácias da cidade. A última vez que o senhor comprou seu remédio para colesterol faz 3 meses. A caixa tem 30 comprimidos.
- Porra! É verdade. Como vocês sabem disto?
- Pelo seu cartão de crédito...
- Como?!?!?
- O senhor tem o hábito de comprar remédios em uma farmácia que lhe dá desconto se pagar com cartão de crédito da loja. E ainda parcela em 3 vezes sem acréscimo... Nós temos o banco de dados de gastos com cartão na farmácia. Há 2 meses o senhor não compra nada lá, mas continua usando seu cartão de crédito em outras lojas, o que significa que não o perdeu, apenas deixou de comprar remédios.

- E eu não posso ter pago em dinheiro? Agora te peguei...
- O senhor não deve ter pago em dinheiro, pois faz saques semanais de R$ 250,00 para sua empregada doméstica. Não sobra dinheiro para comprar remédios. O restante o senhor paga com cartão de débito.
- Como você sabe que eu tenho empregada e quanto ela ganha?
- O senhor paga o INSS dela mensalmente com um DARF. Pelo valor do recolhimento dá para concluir que ela ganha R$ 1.000,00 por mês. Nós temos o banco de dados dos Bancos também. E pelo seu CPF...

-ORA VÁ SE DANAR !

- Sim senhor, me desculpe, mas está tudo em minha tela. Tenho o dever de ajudá-lo. Acho, inclusive, que o senhor deveria remarcar a consulta que o senhor faltou com seu médico, levar os exames que fez no mês passado e pedir uma nova receita do remédio.
-Por que você não vai à m....???
- Desculpe-me novamente, senhor.

-ESTOU FARTO DESTAS DESCULPAS. ESTOU FARTO DA INTERNET, DE COMPUTADORES, DO SÉCULO XXI, DA FALTA DE PRIVACIDADE, DOS BANCOS DE DADOS E DESTE PAÍS..
- Mas senhor...

-CALE-SE! VOU ME MUDAR DESTE PAÍS PARA BEM LONGE. VOU PARA AS ILHAS FIJI OU ALGUM LUGAR QUE NÃO TENHA INTERNET, TELEFONE, COMPUTADORES E GENTE ME VIGIANDO O TEMPO TODO...
- Sim, senhor... entendo perfeitamente.

-É ISTO MESMO! VOU ARRUMAR MINHAS MALAS AGORA E AMANHÃ MESMO VOU SUMIR DESTA CIDADE.
- Entendo...

- VOU USAR MEU CARTÃO DE CRÉDITO PELA ÚLTIMA VEZ E COMPRAR UMA PASSAGEM SÓ DE IDA PARA ALGUM LUGAR BEM LONGE DE VOCÊ !!!
- Perfeitamente...

- E QUERO QUE VOCÊ ME ESQUEÇA!

- Farei isto senhor... ... (silêncio de 1 minuto)

- O senhor está aí ainda?
- SIM, PORQUE? ESTOU PLANEJANDO MINHA VIAGEM... E PODE CANCELAR MINHA PIZZA.
- Perfeitamente. Está cancelada...(mais um minuto de silêncio) - Só mais uma coisa, senhor...
- O QUE É AGORA?
- Devo lhe informar uma coisa importante...

- FALA, CACETE....

- O seu passaporte está vencido.

5 de setembro de 2013

Android Kit Kat

Essa foi inusitada - mas não menos interessante:

O Google sempre batizou as diferentes versões do sistema operacional Android com o nome de doces, como Cupcake, Donut, Ice Cream Sandwich e Jelly Bean, seguindo a ordem alfabética. A nova versão do sistema, no entanto, surpreendeu ao adotar pela primeira vez o nome de uma marca conhecida de chocolate. O novo Android 4.4 vai chamar KitKat.

A informação foi confirmada pelo executivo do Google Sundar Pichai em sua página no Twitter. Antes do anúncio oficial, especulava-se que o nome do sistema seria Key Lime Pie. O executivo do Google também divulgou que existem atualmente 1 bilhão de aparelhos que utilizam Android no mercado, um novo recorde para a empresa. Com a parceria, o sistema Android, atualmente líder do mercado, deve ter ainda mais exposição.

O Google já lançou até uma página promocional do novo sistema. Na sede da empresa, em Mountain View, na Califórnia, uma estátua gigante do robô mascote do Android feita com KitKat já pode ser vista em frente ao prédio da equipe responsável pelo sistema operacional. Ainda não há informações sobre os recursos que estarão disponíveis na nova versão do Android nem uma data de lançamento prevista.

A ideia de fazer uma parceria com a Nestlé, responsável por fabricar o chocolate, partiu do próprio Google, segundo a empresa, que afirmou ao site TechCrunch que se trata de uma parceria entre as marcas, sem qualquer pagamento em dinheiro por nenhuma das partes para uso das marcas.

Mais de 50 milhões de barras de KitKat serão lançadas em uma embalagem especial com o robô mascote do sistema, que dará aos clientes a chance de ganhar um tablet Nexus 7 ou créditos na loja de aplicativos Google Play. Uma pequena quantidade de barras de KitKat com o formato de robô também será oferecida como prêmio em mercados selecionados, segundo a Nestlé. A empresa não informa, no entanto, se o Brasil está entre esses mercados. No total, 19 países receberão a edição comemorativa do chocolate.

Fonte: Link/Estadão - íntegra AQUI

Eis aí uma excelente estratégia de marketing!

O Google mantém uma prática que já era adotada (usar nomes de doces, termos populares entre crianças e adolescentes - que tornar-se-ão potenciais consumidores de seu sistema operacional em smartphones, tablets e outros dispositivos ainda a serem inventados), e, portanto, mantém seu branding (e respectivos valores); a Nestlé atrai mais visibilidade para uma de suas marcas mais conhecidas, tendo a chance, inclusive, de revigorar o recall, e associar um produto tradicional/clássico com um sistema operacional de smartphones - ou seja, algo "moderno", "inovador".

Parabéns aos envolvidos - mas eu seguirei comprando apenas o chocolate, pois ainda prefiro o iOS.

Androidkitkat600 

Progressistas e pogreçistas

Eu ia apenas colocar o link e elogiar, mas o artigo do Flávio está tão bom, mas tão bom, que vou ter que transcrever. O original está AQUI.

Esse merece ser lido, copiado, divulgado, impresso e salvo para leitura semanal:

Trabalho escravo cubano: objetivo dos progressistas alcançado

As esquisitices que os médicos cubanos sofrerão não são acidentes no planejamento progressista: o trabalho escravo é seu objetivo inescapável.

médico algemando Trabalho escravo cubano: objetivo dos progressistas alcançado

A palavra mais odienta a ser pronunciada no país ainda é “capitalismo”. Este sistema de iniciativa privada, sem controle estatal da economia, foi o sistema que mais enriqueceu os pobres – na análise de Thomas Sowell, se um americano hoje nasce entre os 20% mais pobres, ele tem mais chances de terminar a vida entre os 20% mais ricos do que continuar entre os mais pobres. Todavia, sempre que for citado, deve ser “admitido” a contragosto, como alguém espiando a esposa do amigo: “é, o capitalismo até deu uma vencida no comuno-fascismo, sim…”

O intelectual de esquerda Vladimir Safatle (este estranho conceito do que a esquerda chama de “intelectual”), ao criticar a democracia durante o movimento Occupy Wall Street, é taxativo: “a democracia parlamentar é incapaz de impor limites e resistir aos interesses do sistema financeiro”. Ou seja, a democracia, como diz Slavoj Žižek, é o problema, e o que a esquerda quer, mesmo sabendo que o capitalismo é melhor, é impedir trocas comerciais e financeiras livremente.

A esquerda, que já transitou de Rousseau e Karl Marx a Marcuse e Pol-Pot, é pródiga em se reinventar para se livrar de termos que, historicamente, demonstraram seu caráter totalitário e miserável. Apenas dos termos, e não do conteúdo, claro. Basta ver como partidos de extrema-esquerda com nítida inspiração trotskysta (PSTU, PSOL, PCO) ou mesmo flertes pouco disfarçados com o stalinismo (PCB, PCdoB) não usam a palavra “comunismo”,  hoje consabidamente mais assassino do que o nazismo. A própria presidente Dilma Rousseff, em campanha, numa entrevista a José Luiz Datena (que tem quadros de Che Guevara em sua casa), fala esquisitamente que lutava por uma sociedade “socialista, e não comunista”, como se isso fizesse sentido.

A esquerda, reinventada hoje sob a égide do “progressismo”, é ainda o mesmo movimento (talvez o único movimento no Ocidente com continuidade histórica, reconhecimento de seus líderes passados e com o mesmo projeto futuro), tanto é que seu lado mais “democrata”, como o da presidente Dilma Rousseff, nunca rompe seus laços de amizade com ditaduras decrépitas do meio da Guerra Fria, como o totalitarismo de Cuba, uma das ditaduras mais longevas do planeta, causadora da morte de cerca de 100 mil pessoas em mais de meio século.

Não há nenhuma ruptura, nenhum “progresso”, nenhuma mudança nessa seara: o PT continua com seus laços socialistas no Foro de São Paulo (expulsando a imprensa que não concorde obedientemente com as atas), continua fazendo parte do mesmo projeto de poder transcontinental, continua acreditando no sonho cubano. No máximo, seus quadros mais abertamente socialistas (vide José Dirceu, Aldo Rebelo, Tarso Genro, Celso Amorim, Maria do Rosário etc) não ficam mais no Executivo central, aquele que precisa ganhar eleições com marketing.

Quem não se lembra de Lula defendendo o socialismo? Que tal a propaganda partidária venezuelana que Lula fez para o proto-ditador Nicolás Maduro? E do PCdoB, principal partido aliado da base governista do PT, declarando seu apoio (?!) ao ditador da Coréia do Norte Kim Jong-un? Que tal Lula chamando o trânsfuga Muammar Kadafi de “meu amigo, meu irmão, meu líder” (sic), sem que nenhuma voz na imprensa cobrasse um pronunciamento de Lula após o próprio povo se rebelar contra o “grande líder” totalitário? Por que os setores “progressistas” defendem o totalitário homofóbico Mahmoud Ahmadinejad e as feministas, durante a campanha para eleger Dilma, se calam sobre este mesmo ditador matar mulheres “adúlteras” (por “traírem” maridos mortos) à morte por apedrejamento, senão por um continuísmo histórico, que sabe que o PT nasce do socialismo, e seu objetivo final ainda é o mesmo, numa continuidade histórica?

karl marx democratic party 600x333 Trabalho escravo cubano: objetivo dos progressistas alcançado

Quando o governo socialista de Dilma Rousseff importa médicos, ninguém se escandaliza. Pessoas, numa sociedade livre, são livres para trabalhar onde bem quiserem. Analistas políticos do Brasil, por exemplo, devem ser livres para trabalhar diretamente da Suíça, sendo financiados para tal, abanados e tendo cotas de Ovomaltine suíço quentinho todo dia. Apenas se surpreendeu quando os médicos que vieram ao Brasil não-livremente foram médicos cubanos.

O discurso unificado “progressista” funciona como uma seita: todos devem pensar o mesmo. Para tal, veículos de comunicação, reproduzindo a ladainha oficial (a hegemonia faz com que, cada vez mais, imprensa e governo se imiscuam), lança o chamado dog whistle: o apito que faz só a militância ouvir, e que faz com que todas as críticas ao governo sejam respondidas em uníssono de uma mesma maneira. Como se viu nas redes sociais nos últimos dias, todas as críticas à importação de médicos cubanos foi pechada de “racista”, sem que nenhum progressista pensasse o mesmo quando a blogueira cubana dissidente Yoani Sánchez foi até agredida no aeroporto por estes mesmos que hoje enaltecem o tráfico humano do governo petista.

littlerock yoani 255x338 Trabalho escravo cubano: objetivo dos progressistas alcançado

Ninguém criticou médicos cubanos, e sim o ato do governo de importá-los. Pior: importá-los como gado, como mercadoria que pertence a uma ditadura totalitária que ficará com 3/4 do seu salário, não liberará seus passaportes, não lhes permitirá conversar com a imprensa e, caso queiram trabalhar livremente no país, como todo ser humano pode depois de trabalhar num país, será impedido por um acordo ditatorial entre Cuba e o PT, que lhes nega asilo político já de cara.

Mas essas esquisitices que só acontecem com os médicos cubanos (ninguém ouviu sobre algum modelo de gestão humana parecido a respeito de médicos portugueses, espanhóis ou bolivianos) são vistas apenas como um desvio, um acidente de percurso pelo fato de Cuba ser uma ditadura (e culpa-se sempre a América por isso, como se a culpa da ditadura norte-coreana também fosse… do Ocidente). São analisadas como notas de rodapé que ninguém lê antes de assinar.

Na verdade, não é um acidente no projeto “progressista”, e sim sua consubstanciação mais inescapável. Os progressistas, que odeiam o mercado (“imperialista” e “desigual”, embora queiram acabar com o embargo comercial a Cuba para salvá-la da miséria que é viver sem mercado, sem perceber a contradição), não podem suportar a idéia de que as pessoas trabalhem para quem quiserem, que circulem livremente (basta pensar em Cuba, ou no Muro de Berlim, quando não há um mar de tubarões ao redor), que ajam por seus próprios desejos individuais, ao invés de subordiná-los à força estatal.

Como o progressista quer uma sociedade programa, centralizada, dirigida, com um projeto único a ser obedecido, sem liberdade de ação autônoma para fora do que foi previamente mandado, é uma conseqüência óbvia de que é a favor da estatização completa não apenas da economia, mas da própria vida humana – que perde seu poder de livre associação, sendo obrigada, sempre, a só obedecer ao Estado.

É assim que o progressista acaba com as variações do mercado, com a “desigualdade”, com o desemprego – no dizer de P. J. O’Rourke, a Constituição soviética garante a todos um emprego. Uma idéia bastante assustadora, eu diria. Se essa sociedade planejada “para o bem de todos” não pode conter “acidentes”, desigualdade, concentração, exploração e outras palavras de forte apelo emocional, mas que só mascaram a realidade com uma interpretação insana, esses médicos que vieram para cá, fazendo teatrinho já no aeroporto (como descer de jaleco e estetoscópio no pescoço depois de uma viagem transcontinental), é insofismável que essas pessoas poderão apenas trabalhar para o Estado. E para quem o Estado original, o dono de sua força de trabalho, permitir.

Se há a possibilidade de livre associação em uma sociedade liberal, os médicos cubanos são a prova de que, na sociedade “progressista”, há a hierarquia, o controle, a disciplina e a obediência. O trabalho de médicos que serão obrigados a mais-valiar para a ditadura cubana, sem direito a ter por aqui uma vida normal, que todo progressista que elogia o ato do governo tem, é prova de que a escravidão é o destino dessa sociedade com política e economia “planejada” e estatal.

Eu ia escrever umas linhas sobre essa nomenclatura "progressistas" e "reaças", em virtude desse gracejo que recebi de uma "progressista" nesta semana (contextualizando: eu mantenho, no twitter, uma lista chamada "pilantras & picaretas", com gente que solta essas bobagens "pogreçistas", que uma vez por ano eu consulto para rir):

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Porém, o artigo do Flávio transmite tudo o que é necessário.

E, se isto não fosse suficiente, a suzana Guaranikaiowá (ahn, "pogreçista" adora se dizer defensor de índios, mas não tem nenhum problema com escravos cubanos…) demonstra, ela mesma, tudo o que o Flávio explicou e analisou tão bem:

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A moça foi espancada pela PM do Rio? Ou foi apenas (mais) uma acusação falsa? Vai saber… 

Temos mais diversão abaixo - inclusive Brecht em meio a butique e outras coisas non-sense:

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Ela também quer quebrar tudo no Rio! "Black-bloc-wannabe"...

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Descobri que os "pogreçistas" usam "feyssy", uma versão talvez mais politicamente correta e "pogreçista" (não capitalista) do Facebook?!

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Ué, não queria "quebrar tudo"? Mudou de idéia? Numa língua que assemelha-se ao Português de forma distante, mas revela a incoerência...

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Novamente, a língua tem algumas semelhanças com o Português, mas ignora algumas premissas básicas - afinal, concordância é deve ser coisa de "reaça", né?! Fica mais "pogreçista" escrever "o povo…colocassem". 

O melhor desses "progressistas" (ou "pogreçistas", no linguajar deles) é que eles mesmos se humilham a tal ponto que é totalmente desnecessário (ainda que delicioso) um texto como aquele do Flávio para colocá-los em seu devido lugar - o esgoto.

Para fechar, um representante bastante conhecido dos "pogreçistas": o ator Zé de Abreu - contratado da Rede Globo há décadas, mas que fica reclamando do "PIG" de forma discreta, velada. O sujeito escreve bobagens impagáveis no twitter, e quando alguém o processa (como fez o Ministro Gilmar Mendes), ele enfia o rabinho entre as pernas. 
Quando a blogueira cubana Yoani Sanchez esteve no Brasil, ele não ficou com medo de ser processado e soltou essa pérola:

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 Mas, que coisa!, quando os escravos cubanos foram hostilizados há alguns dias, no Ceará, o mesmo José de Abreu escreveu essa lindeza:


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Em fevereiro ele foi preconceituoso, e em agosto ele reclamou do preconceito alheio.

Coerência é tudo, hein?!

 

4 de setembro de 2013

Microsoft segue ladeira abaixo - e quer arrastar a Nokia junto

Não quero dar uma de "vidente", mas... EU DISSE, EU DISSE!

Comecei a redigir este post há, sei lá, 2 semanas mais ou menos - mas acabei deixando o coitadinho nos rascunhos, e nunca finalizei.

Foi até bom, pois agora sabemos que a Microsoft comprou a Nokia.

Vamos por partes….
Primeiro, o que eu havia começado a redigir, e, ao final, as atualizações.

Em 9 de maio desse ano (AQUI) eu escrevi que a Microsoft estava se afundando cada vez mais, graças a erros estratégicos tanto na linha de produtos para PCs (especialmente o seu carro chefe, o Windows) quanto na linha de softwares para dispositivos móveis.
O noticiário (posterior) mostrou que eu acertei.
Eis algumas das coisas que foram publicadas nos últimos dias:

Microsoft Experiences Its Biggest Drop Of The Century As Shares Fall 12 Percent
Microsoft shares dropped 12.2 percent, representing the biggest single-day drop in over 13 years. On April 24, 2000, shares dropped 15.6 percent — since then, Microsoft has never experienced such a shelling. Yesterday, the company announced disappointed earnings and took a massive $900 million writedown due to unsold Surface RTs.

When the Surface RT was unveiled, many saw it as a potential revenue generator and as a way to finally make a dent in the tablet space. But Windows 8 and Office remain Microsoft’s two most important products. The company likes to share Office 365 and Xbox Live Gold numbers because those subscription services are on the rise. But they are tiny compared to Windows and Office.

Some investors may have suddenly stopped believing in Microsoft’s tablet dreams. That’s why the company is experiencing such a difficult day on the stock market. But the Surface RT writedown is the second writedown in a year. It could indicate that there are serious strategic issues afoot.

The company recently announced a total reorganization dubbed ‘One Microsoft’. It should make the company more efficient if it wants to release hardware products again. While the Xbox is a success, the company doesn’t have any successful tablet, phone or computer in its portfolio. The Surface RT and the Microsoft Kin are far from success stories. Everybody agrees on that today.
Íntegra AQUI.

Mais uma:

As ações da Microsoft caíram cerca de 9% no início das negociações, um dia após a empresa anunciar resultados trimestrais ruins devido à fraca demanda por computadores pessoais e vendas decepcionantes do tablet Surface. A Microsoft teve lucro abaixo do esperado no trimestre, em meio a vendas mais lentas de computadores pessoais que afetaram os negócios do sistema Windows e a gastos inesperados de US$ 900 milhões com estoques de seu tablet Surface RT. Lançado junto com o Windows 8 em outubro para competir como iPad, da Apple, o dispositivo não vendeu bem.

Microsoft surface390

As corretoras Raymond James e Cowen & Co reduziram suas recomendações para os papéis da empresa para “market perform” (performance em média com o mercado) e pelo menos outras cinco cortaram os preços-alvos em até US$ 3. A receita cresceu 10% para US$ 19,9 bilhões de dólares, ajudada pelas vendas do Microsoft Office, mas ficou abaixo das estimativas de analistas de US$ 20,7 bilhões.

“Nós sabemos que temos que fazer melhor, particularmente nos dispositivos móveis”, disse Amy Hood, nova diretora financeira da Microsoft”, em entrevista. “Esta é uma grande razão pela qual nós fizemos mudanças estratégicas organizacionais”. No início desta semana, a Microsoft disse que estava cortando drasticamente os preços do Surface para atrair compradores, reduzindo o valor dos aparelhos no seu inventário.
Íntegra AQUI.

Quem quiser ler mais detalhes sobre os números da empresa poderá encontrá-los AQUI.

O próprio Bill Gates admitiu em fevereiro deste ano que a MS cometeu erros na estratégia de dispositivos móveis (AQUI), mas deixou de lado os (diversos) erros na estratégia global.
Pelos dados disponíveis, apenas o XBox tem sido bem sucedido - o resto dos produtos da Microsoft ou está numa situação estável (Office) ou está com problemas (Windows, Windows phone).
A Microsoft, ao que parece, perdeu a capacidade de inovar. Isso aconteceu há muito tempo.
E, até aqui, nada indica que ela esteja remotamente perto de recuperrar esta importante habilidade no mercado de tecnologia. Aliás, pelo contrário: os erros que ela tem cometido apenas reforçam que o futuro da empresa está seriamente ameaçado.

Finalmente:

Uma questão intrigante ronda a Nokia desde 2010: por que a companhia optou pelo Windows Phone para substituir o Symbian em vez de apostar no Android, como a maioria das rivais? Stephen Elop, CEO da Nokia, explica que, na época, a empresa não via um mercado promissor para o sistema do Google e afirma que nunca se arrependeu da decisão.

"Estou muito satisfeito com nossa escolha. O que nos preocupava, na época, era o risco de que uma fabricante dominasse o Android. Suspeitávamos de quem poderia ser, pelos recursos disponíveis e a integração vertical, e nós respeitamos o fato de que demoramos para fazer a decisão. Muitos outros já estavam neste espaço", afirmou ele em entrevista coletiva.

A empresa que poderia dominar o Android, em questão, é a Samsung, como acabou se confirmando alguns anos depois. "Há hoje muitos bons dispositivos, de diferentes empresas, mas uma empresa, essencialmente, se tornou dominante", ressalta Elop, apontando para a enorme fatia de mercado global que a empresa sul-coreana apresenta, segundo o Guardian.

Ele aponta que o fato de se tornar a maior referência em Windows Phone é um ponto estratégico para a empresa. A empresa passa a ser a principal alternativa após Apple e Samsung/Android, aponta Elop, ressaltando que a abertura desta terceira via abre espaço para negociações com operadoras como a AT&T, que tem se mostrado grande parceira da Nokia nos Estados Unidos.

"Ralph de la Vega, CEO da AT&T, quer negociar com pessoas diferentes para oferecer o maior número de opções. Ele quer uma terceira alternativa. Com isso, nós temos uma abertura com todas as operadoras do mundo, por termos o terceiro ecossistema", diz Elop. "É difícil, porque começamos como 'desafiantes' e precisamos construir a credibilidade, mas com boas parcerias, ganhamos força. Foi a decisão correta", ele completa, apontando que outras empresas que apostam no Android também não estão bem das pernas, como a HTC.

Mesmo acreditando ter tomado a decisão correta, a Nokia ainda vive um momento ruim. A empresa anunciou na última quarta-feira, 17, seus resultados trimestrais e fechou o período com um prejuízo de US$ 150 milhões.
Íntegra AQUI

Um gráfico que circulou nesta semana ajuda a mostrar o tamanho do problema da Microsoft: 

Chart of the day

Pronto, agora vamos avançar no tempo, chegando ao fatídico 3 de Setembro (com grifos meus):

A Microsoft fechou um acordo para comprar a fabricante finlandesa Nokia por um total de 5,44 bilhões de euros (cerca de R$ 17 bilhões). O valor corresponde a 3,49 bilhões de euros pela unidade de aparelhos e serviços da Nokia e 1,65 bilhão de euros pelas patentes em nome da fabricante. De acordo com as empresas, o valor do acordo será pago em dinheiro. A Microsoft afirmou que usará fundos aplicados no exterior para fazer o pagamento. A transação deverá ser concluída no primeiro trimestre de 2014, se aprovada por agências reguladoras e acionistas das empresas.

As operações vendidas à Microsoft geraram 14,9 bilhões de euros em 2012 em receita para a Nokia, metade do faturamento da fabricante de celular.

“Com o compromisso e recursos da Microsoft para levar os aparelhos e serviços da Nokia para frente, agora entendemos o potencial completo do ecossistema do Windows, oferecendo as experiências mais completas para as pessoas em casa, no trabalho e em qualquer lugar”, escreveram em uma carta conjunta o presidente executivo da Microsoft, Steve Ballmer, e o presidente executivo da Nokia, Stephen Elop.

Elop, um ex-executivo da Microsoft que assumiu a presidência da Nokia em 2010, vai assumir a divisão de produtos da Microsoft, que vai assumir equipes da Nokia. Outros executivos da Nokia responsáveis pelas divisões de smartphones e celulares vão manter suas posições e ficarão subordinados a Elop.

Risto Siilasmaa, membro do conselho de administração da Nokia, assume o cargo de presidente executivo interino da fabricante. “Depois de uma avaliação rigorosa de como maximizar o valor para os acionistas, incluindo a consideração por uma variedade de alternativas, acreditamos que essa transação é o melhor caminho para a Nokia e seus acionistas”, disse Siilasmaa, em comunicado divulgado pela Nokia.

A empresa afirmou que depois que a transação for finalizada, pretende focar seus negócios na companhia de infraestrutura de telecomunicações Nokia Siemens Network, em seu serviço de mapas HERE e no desenvolvimento e licenciamento de tecnologias. Cerca de 32 mil funcionários da Nokia, incluindo 4,7 mil na Finlândia, vão passar a fazer parte da fabricante de software.

A Nokia continuará dona da marca, que será licenciada para a Microsoft em uma acordo de 10 anos.

A compra da Nokia pela Microsoft coloca a fabricante do Windows em um mercado que seus tradicionais rivais, Google e Apple, tiveram mais êxito ao longo dos últimos anos. Enquanto a Apple conquistou um mercado com seus iPhones e o Google disseminou seu sistema operacional Android para aparelhos de fabricantes concorrentes, a Microsoft ainda tenta se fortalecer como uma terceira alternativa, com seu sistema Windows Phone.

O Windows Phone tem sido usado principalmente em smartphones da Nokia desde que foi lançado. Em 2011 — já com Elop no comando — as empresas fizeram um acordo para que o sistema da Microsoft fosse o software oficial dos smartphones da finlandesa. No segundo trimestre deste ano, as vendas de celulares com Windows Phone cresceram 77% em um ano, passando de 4,9 milhões de unidades para 8,7 milhões. Mas o crescimento não foi suficiente para expandir a participação do sistema no mercado de smartphones, que ficou com 3,7% do mercado, ante 3,1%. O Android tem quase 80% das vendas, e o iOS, da Apple, 13,2%.

A íntegra da notícia pode ser lida AQUI

No meu texto de Maio, eu encerrei afirmando o seguinte:

Ao que tudo indica, a Microsoft vai continuar em queda livre.
É possível reverter isso? Claro que sim - mas será preciso corrigir os rumos da empresa. Coisa que, até agora, ela parece não ter percebido ainda.

Hoje, alguns meses mais tarde, reafirmo o que escrevi.

Comprar a Nokia não muda os fatos: a Microsoft perdeu o bonde da evolução. E a Nokia também.
A Nokia tinha um sistema operacional que chegou a ocupar 70% dos celulares do mundo inteiro (Symbian), mas desde o lançamento do iPhone/iOS começou a declinar. A Nokia não conseguiu oferecer um sistema substituto ao Symbian quando as pessoas começaram a trocar os celulares "simples" pelos smartphones - se bem que, a rigor, o Symbian funcionava lindamente em smartphones (eu tive um N97 e um E72 da Nokia que eram uma belezura, mas acabaram ficando ultrapassados quando comparados ao iOS).

A Microsoft, por sua vez, ignorou completamente o mercado móvel: o primeiro WindowsPhone (OS) era uma coisa medonha de ruim, e era visto na própria empresa como um produto que foi lançado apenas para não dizerem que a MS não tinha nenhum sistema móvel. Nunca foi dada a devida atenção a este segmento nas decisões estratégicas da Microsoft. A própria empresa colocou-lhe a pecha de "2a linha".

O que a Microsoft fez com o Windows 8 foi mais uma cagada monumental.

Comprar a Nokia corrige os erros da Microsoft?

Não.

O que ela vai fazer? Insistir na estorinha de que o Windows Phone é uma "terceira via" na briga Android X iOS?

Lamento, Microsoft, mas isso não vai colar. Especialmente porque a própria MS ficou rateando com o Windows Phone: a palhaçada com o tablet Surface (2 tipos, um que roda os aplicativos do Windows, e uma outra versão, mais "pobre"… Aquilo criou uma confusão na cabeça do comprador, que afungenta qualquer potencial cliente) e a mesma palhaçada com o Windows 8 (que precisou de um "remendo" devido à alta rejeição das [péssimas] mudanças promovidas na 1a versão)...

Enfim, enquanto a Microsoft continuar cometendo erros grotescos, primários mesmo, ela pode comprar quem quiser - e nada vai mudar seu declínio.

Como gosto de fazer, ficam algumas sugestões de leituras "complementares":
Steve Ballmer's Biggest Mistakes As CEO Of Microsoft
Desafio do sucessor de Ballmer
Post-Ballmer, Microsoft Must Focus on Products to Avoid Extinction
Microsoft perde direito de usar nome SkyDrive
Android Is The New Windows
Microsoft losing money on Surface tablets

 

 

3 de setembro de 2013

Ronald Harry Coase (1910-2013)

Há tempos eu venho dizendo que o mundo está emburrecendo.

Não apenas o Brasil, devastado por mais de 10 anos de PTralhismo, mas o mundo todo.

No último dia 01/09, o mundo perdeu mais um cara genial: Ronald Coase.

Primeiro, reproduzo excelente texto do Financial Times.

A seguir, um textículo meu mesmo, que redigi na época do Mestrado.

Uma singela homenagem a este gênio.

Ronald Coase: Nobel Prize winning economist who explored why companies exist

Ronald Coase, who has died at the age of 102, played a key part in developing the intellectual arguments behind the market revolution that swept round the world in the 1980s.

Yet when he won the Nobel Prize for economics in 1991, it was for two articles published almost a quarter of a century apart. The first, “The Nature of the Firm ”, was conceived while he was an undergraduate on a trip to America and for the first time provided a rigorous explanation of why companies exist. People created companies , said Coase, to avoid what he called “marketing costs”.

His second influential paper, “The Problem of Social Cost”, came 23 years later in 1960, and showed that the case for government intervention in the marketplace was far weaker than economists had previously thought.

Ronald Harry Coase, the son of two Post Office workers who both left school at the age of 12, was born in the London suburb of Willesden in 1910. Condemned to wear leg irons as a boy, he won a late scholarship to Kilburn Grammar School and then went to the London School of Economics. There Arnold Plant, professor of commerce, introduced him to Adam Smith’s “invisible hand” and helped him win a travelling scholarship to the US to investigate the structure of American industry.

In classical economic theory, agents moved effortlessly towards equilibrium in a frictionless world. In reality, goods are bought and sold in marketplaces – sometimes literal, sometimes virtual – and economic life is dominated by corporations. Classical theories ignored or looked through these institutional arrangements. Economists saw only the investors, employees and customers who obtained, without cost or intermediation, the information they needed to do the business of the market economy.

The need to resolve that tension between model and reality determined the direction of Coase’s career. His key insight was that the costs of making transactions define the nature and shape of economic institutions. In a lecture on his return in 1932, Coase argued that the boundaries of the modern company were determined by the relative costs of market organisation and hierarchical direction.

For example, an assembly line demanded hierarchy because the costs of bargaining between each successive stage of production would be too great. A wheel fits only on an axle for which it has been designed: command and control is superior to markets in these idiosyncratic transactions. But General Motors, for instance, might buy in its tyres because the savings from competitive tendering would be greater than the benefits of ownership. Half a century later, “make” versus “buy” decisions would be routine case studies in business schools. Coase was the first to see how this issue defined the shape of the modern corporation.

Coase returned to Britain first as a lecturer at Dundee and then to LSE, where he published his ideas in 1937. In the same year, he married Marian Ruth Hartung. The couple had no children.

“The Nature of the Firm” made little initial impact. The second world war broke out soon after and Coase joined the talented group of young economists who were recruited to help the organisation of war production. After the war, Coase returned to the LSE and in the 1950s he published “Broadcasting: A Study in Monopoly”, which attacked the position then held by the BBC.

A few years later, ITV was set up but Coase went on to advocate radio spectrum sales on both sides of the Atlantic. He believed that if radio spectrum were treated as property to be sold to the highest bidder, it would be used more efficiently. It took many years for the idea to be adopted as policy in either Britain or the US.

From 1951, he spent some years in relative obscurity studying public utilities at the University of Buffalo. This led to a fuller reflection on the ways in which institutions determined economic outcomes and prompted Coase to write the article that made his reputation.

On the surface, “The Problem of Social Cost” describes a new approach to the externalities that had troubled an earlier generation of economists – the smoking chimneys and suchlike, when production interfered with others. Yet the amount of smoke would be the same whether the chimney owner had to compensate his neighbours for the damage or the neighbours bribed the factory to restrain its output.

This seemed to have a startling consequence. The reason for imposing liability on the factory owner is not justice – the polluter should pay – but efficiency: it is cheaper for the owner to pay the victims than for those who suffer to organise themselves to negotiate with the owner. Legal liability rules should be assessed not for their fairness but for the relative costs they impose.

This approach, drawn from his work, has wide-ranging implications. Market forces drive not only the transactions undertaken within a framework of economic institutions but also the design of economic institutions themselves. If market outcomes are generally efficient, a presumption of efficiency applies not just to the outcomes of the market economy but also to the social framework from which these outcomes emerge – at least at the micro level.

In 1964, Coase was appointed to a chair at Chicago, where he spent the remainder of his career. “Institutions matter” has belatedly become a mantra of economists. More than any other figure in economic thought, he demonstrated how and why that was so.

 Ronald Coase 

O principal objetivo desta “reflexão” é conciliar os pressupostos das teorias da Economia Institucional com os objetivos da Dissertação de Mestrado do autor. Para tanto, procede–se a uma breve revisão da literatura sobre a Economia Institucional. Na seqüência, apresentam–se os objetivos (gerais e específicos) da Dissertação de Mestrado do autor para, finalmente, verificar se é plausível vislumbrá–la sob a ótica da teoria vista inicialmente.

1. A ECONOMIA INSTITUCIONAL

A principal proposição da Nova Economia Institucional (NEI) é que as instituições sociais e econômicas se formam para resolver, com níveis distintos de eficiência em diferentes sociedades, o problema da cooperação entre os indivíduos. A questão de porque em alguns países a história produziu sociedades com matrizes institucionais mais consistentes com o desenvolvimento econômico do que em outros é um dos temas mais explorados pela literatura internacional recente inspirada pela NEI (NORTH, 1989, p.1328). Uma conceituação mais abrangente sobre a Economia Institucional foi dada pelo mesmo autor:

It is the admixture of formal rules, informal norms, and enforcement characteristics that shapes economic performance. While the rules may be changed overnight, the informal norms usually change only gradually. Since it is the norms that provide legitimacy to a set of rules, revolutionary change is never as revolutionary as its supporters desire and performance is different from what is anticipated. And economies that adopt the formal rules of another economy will have very different performance characteristics than the first economy because of different informal norms and enforcement. The implication is that transferring the formal political e economic rules of successful Western market economies to Third World and Eastern European economies is not a sufficient condition for good economic performance (NORTH, 1996, p.353).

A herança cultural identificada em uma sociedade fornece um meio de reduzir a divergência entre os modelos mentais individuais, na medida em que estruturas explicativas passam de geração para geração — tornando –se explicações sobre fenômenos além da experiência imediata que os indivíduos compartilham na forma de religiões, mitos e dogmas. Tais estruturas tiveram maior destaque nas sociedades pré-modernas, mas ainda hoje desempenham um papel fundamental na construção das instituições econômicas, sociais e culturais, moldando as regras formais e as normas informais que regem o comportamento não apenas das pessoas, mas de todos os agentes existentes em determinada sociedade. Os modelos mentais são, portanto, representações que os indivíduos criam para interpretar o ambiente em que vivem — enquanto as instituições são os mecanismos que desenvolvem para atuar sobre este ambiente (NORTH, 1996, p.348).

Na conclusão de Bueno (2003, p.14), o argumento central da NEI, resumidamente, é o de que “as instituições formais e informais de uma sociedade serão tanto mais compatíveis com o progresso econômico quanto mais elas permitirem aos indivíduos liberarem seu potencial produtivo e criativo ”. Tal situação, porém, somente acontecerá quando as leis, os costumes, a prática social e econômica e as organizações conseguirem favorecer a iniciativa individual e a cooperação através de mecanismos impessoais, principalmente garantindo os direitos de propriedade e gerando uma estrutura de preços relativos que premia as atividades produtivas.

Bueno (op.cit.) destaca que na Inglaterra e depois na América do Norte, a matriz institucional favoreceu o aprofundamento da divisão do trabalho e o desenvolvimento de instituições políticas e econômicas que foram consistentes com o desenvolvimento econômico; na América Latina, em contrapartida, a estrutura de govenança do sistema colonial baseou-se desde o início em relações personalistas — não porque o colonizador ibérico tivesse uma propensão inata a estabelecer relações dessa forma: segundo os neo-institucionalistas, isto teria acontecido porque as circunstâncias em que a Espanha e Portugal resolveram o problema do financiamento interno do Estado (com recursos oriundos do novo mundo) implicou o fortalecimento do poder central e a constituição de uma extensa e elaborada burocracia, que passou a embasar o modelo de desenvolvimento.

Na abordagem institucionalista das firmas e mercados, ligada à teoria dos custos de transação desenvolvida por Williamson (1975, 1981 e 1985), a partir dos trabalhos pioneiros de Coase (1937), a busca de maior eficiência produtiva reflete- se nos padrões de conduta dos agentes e na forma pela qual as atividades econômicas são organizadas e coordenadas. Em última instância, essa abordagem postula que os formatos organizacionais (ou estruturas de “ governance ”) — firma, mercado ou redes, por exemplo — são resultado da busca de minimização dos custos de transação por parte dos agentes econômicos.

Para Bueno (2003), custos de transação significam o dispêndio de recursos econômicos para planejar, adaptar e monitorar as interações entre os agentes econômicos, garantindo que o cumprimento dos termos contratuais se faça de maneira satisfatória para todas as partes envolvidas, além de ser compatível com a sua funcionalidade econômica. Trata-se, afinal, dos custos associados ao estabelecimento dos contratos explícitos ou implícitos que organizam uma certa atividade.

Segundo Williamson (1985, p.388), há dois tipos de custos de transação que afetam o desempenho das unidades econômicas participantes, quais sejam: (1) os custos ex –ante de negociar e fixar as contrapartidas e salvaguardas do contrato, e, principalmente, (2) os custos ex –post de monitoramento, renegociação e adaptação dos termos contratuais às novas circunstâncias. Esses custos estão presentes, em maior ou menor intensidade, tanto quando essas são mediadas pelo mercado, quando são realizadas no interior de uma firma.

Contudo, como o próprio Williamson (1985, p.390-91) ressalta, há algumas deficiências na utilização deste arcabouço teórico, quais sejam: (1) simplicidade , associada ao pouco refinamento dos modelos, a dificuldade de mensuração dos trade- off e ao elevado grau de liberdade na especificação das propriedades das transações; (2) instrumentalismo , posto que assume que os agentes comportam- se de modo estratégico, pressupondo a emergência de comportamentos oportunistas, sem dar margem a outras formas de ação, tais como confiança; e (3) a teoria dos custos de transação é incompleta , sobretudo no que diz respeito as chamadas falhas da burocracia como fonte de custos vis –a –vis o mercado. Do ponto de vista antitruste, por exemplo, o uso da teoria dos custos de transação deve ser cauteloso, de modo que suas implicações constituam um conjunto de consideração adicionais, mas não determinantes, na análise dos resultados sociais das estratégias empresariais privadas.

2. A DISSERTAÇÃO

Objetivo geral: Investigar o relacionamento cliente-empresa, identificando as principais técnicas utilizadas por pequenas empresas varejistas, no sentido de criar, desenvolver e sustentar uma política de interagir com seus clientes, visando à obtenção de vantagens competitivas sustentáveis.

Objetivos específicos: (1) investigar qual o entendimento de competitividade almejado pelos empreendedores varejistas; (2) identificar qual a percepção dos clientes desta empresa sobre a questão (expectativas versus percepção do relacionamento com a empresa); (3) investigar as técnicas empresariais capazes de converter o relacionamento em benefícios comuns aos empreendedores e seus clientes; e (4) mensurar qual o grau de consciência desta estratégia junto aos empreendedores.

3. CONCLUSÕES

A partir dos principais pontos vistos na literatura acerca da Economia Institucional (NEI), pode –se concluir que o objeto de estudo da Dissertação apresentado na Parte 2 não pode ser analisado sob a ótica das proposições daquela. A Dissertação enfoca, prioritariamente, a questão do relacionamento estabelecido entre empreendedores (do setor varejista) e seus consumidores, o que não configura um ambiente amplo o suficiente para ser vislumbrado sob a perspectiva da NEI, dado que não se mostra relevante, para a Dissertação, questões mais macro, nem tampouco a dinâmica oriunda de instituições alheias a este relacionamento.

Não se pretende destacar, por exemplo, custos de transação detectados neste relacionamento cliente –empresa — a menos que no decorrer da pesquisa de campo seja identificado certos aspectos que demonstrem que o consumidor percebe algum tipo de ônus caso resolva adquirir um produto ou serviço de outra empresa. Neste caso, poder –se –ia iniciar alguma discussão partindo da literatura observada — mas, ainda assim, de maneira bastante restrita, dada a amplitude da pesquisa de campo pretendida pela Dissertação. Como o universo pesquisado pela Dissertação é formado por pequenas e médias empresas, e mais especificamente nos empreendedores que as gerenciam, dificilmente poder-se-iam estabelecer relações diretas entre estes empreendedores e a NEI.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BUENO, Newton Paulo. A nova economia institucional e a historiografia clássica do período colonial brasileiro . In: V Congresso Brasileiro de História Econômica e 6ª Conferência Internacional de História de Empresas. Caxambu (MG) 7-10 Set 2003.
COASE, R. H. The Nature of the Firm. Economica . v.4, Nov 1937. p.386-405.
NORTH, Douglas. Economic performance through time . In: ALSTON, L. et al. (org.) Empiric studies in institutional change. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.
NORTH, Douglas. Institutions and economic growth: an historical introduction. World Development.v.17, n. 9. 1989.
WILLIAMSON, O. E. Market and hierarchies: analysis and antitrust implications . New York: The Free Press, 1975.
WILLIAMSON, O. E. The economic institutions of capitalism . New York: The Free Press, 1985. 
WILLIAMSON, O. E. The modern corporation: origins, evolution, attributes . Journal of Economic Literature . v.19, Dez 1981. p.1537-1568.