19 de fevereiro de 2009

O romantismo masculino

Por que as propagandas de cerveja, no Brasil, não são um pouco mais inteligentes ??





INTEGRAÇÃO ESTRATÉGICA OU MARKETING?

Primeiro, a contextualização.
Em Janeiro, publiquei aqui no blog um post tratando do freqüente problema de incompreensão do termo MARKETING.
Hoje recebi um e-mail da autora do artigo que eu comentei, Nathalie Nunes. Eis aqui a íntegra da mensagem que ela me enviou:
Bom dia Carlos,
Fiquei surpreendida com o seu comentário sobre o artigo que publiquei na revista RI pelas seguintes razões:
1.O seu caráter ofensivo num espaço tão público como a internet;
2.Você não ter entendido do que tratava o artigo;
3.Você não ter entrado em contato através do meu email que se encontrava no final do artigo para manifestar sua indignação.

Finalmente, considero que adotar um estilo irreverente e polêmico pode ser muito interessante. No entanto, acredito que qualquer que seja a personalidade de um profissional, respeito e ética são imprescindíveis. Lamento que, nesse caso, você não tenha adotado esse comportamento.

Estou à disposição para dialogarmos sobre os pontos levantados tanto por você quanto por mim através do email indicado no artigo. Se realmente dialogar era sua intenção ao criar o blog.

Nathalie Nunes
Nathalie,
A julgar pela mensagem que você me enviou, quem não entendeu o texto que postei no blog foi você.
O meu comentário estava analisando a costumeira confusão que leigos fazem no que tange ao conceito de marketing.
O seu artigo na Revista RI reforça esta confusão, pois você escreveu bobagem lá.
Desde o título, passando pelo conteúdo, o seu artigo confunde o conceito de marketing com "propaganda enganosa".

Não há, nem houve, caráter ofensivo.
Indique, por favor, aonde está a "ofensa".
Ela não existiu. Aliás, como eu poderia ofendê-la, se nem sequer a conheço ?

Talvez você esteja querendo dizer que eu fui ofensivo ao analisar o seu texto ?!
Será isso ?!
Bom, se for este o caso (não tenho certeza, pois sua mensagem apenas citou "O seu caráter ofensivo num espaço tão público como a internet"), novamente você está fazendo uma ligeira confusão.
Eu não fui ofensivo, eu fui CRÍTICO.
A despeito de, no Brasil, ser crítico é usualmente associado a ser ofensivo, o que eu fiz foi analisar o seu texto, e indicar os erros (crassos) que dele constam.

Ofensivo, por outro lado, é o seu texto: ele ofende a inteligência do leitor, ao imaginar que o este leitor não saiba a diferença entre marketing e propaganda enganosa.

O título do seu artigo já começa de forma errada, pois aponta uma escolha: A responsabilidade social das empresas e as parcerias estratégicas com o terceiro setor: INTEGRAÇÃO ESTRATÉGICA OU MARKETING?
Ora, o título aponta uma escolha: OU se trata de integração estratégica OU se trata de marketing.
Nitidamente, se você não vê nenhum erro nisso, você precisa pesquisar o que é marketing, e como ele se integra à estratégia empresarial.

Mais adiante, seu artigo traz o seguinte trecho: No entanto, a sinceridade e eficiência de muitas parcerias são questionadas, ao apontar o seu caráter marketeiro e qualificá-las de: window dressing, vitrine superexpondo ações sem valor agregado; greenwash, propaganda para encobrir um desempenho ambiental fraco; e bluewash, uso da credibilidade das Nações Unidas na declaração pública de abraçar os
princípios do Pacto Global, sem práticas consistentes.

O termo "caráter marketeiro" (além do erro gramatical, dado que o termo "marketeiro" não existe nem em português, nem tampouco em inglês) deixa clara sua intenção de associar o marketing à suposta propaganda enganosa.
Novamente, se é isto que você acha sobre marketing, falta uma ampla e detalhada pesquisa, alguns estudos e leituras.
Um bom começo seria este artigo AQUI, que eu costumo discutir nas primeiras aulas de marketing na graduação, justamente para desmistificar o termo marketing - que, no senso comum, na visão dos leigos, é frequentemente confundido com propaganda ou algumas outras coisas.
Aliás, como apontam os professores Campomar e Ikeda, neste artigo, não são apenas os "leigos" que cometem este tipo de erro: há aquela categoria dos "supostos especialistas", ou seja, pessoas que SE DIZEM experts no assunto, mas na realidade acabam cometendo os mesmos erros primários dos leigos (desta vez, sem aspas).
E foi justamente neste sentido que minha postagem no blog criticou os "supostos especialistas". A Revista RI, como eu descobri graças ao seu artigo, comprova a hipótese.

Por que não usei o e-mail para "manifestar indignação" (como você escreve) ?
Para quê ?
Não se trata de indignação com uma pessoa em particular (seja você, seja qualquer outra).
Conforme eu escrevi no blog, eu trato desta errônea confusão conceitual aqui no blog (inclusive, indiquei alguns links de posts anteriores, que versam justamente sobre isso). Num segundo nível, acho apenas patético e degradante que existam publicações (revistas, jornais etc) que não se dêem conta desta besteira atroz que é confundir marketing com propaganda (enganosa ou não), e acabem publicando textos travestidos de sérios e embasados quando, ipso facto, são apenas aglomerados de chavões dominados pelo mais ignóbil senso comum.

Mas sabemos que existem consumidores para diversos tipos de produtos e serviços.
Há consumidores de livros de auto-ajuda igualmente repletos de senso comum rasteiro.
Ok.
Mas eu não vou mandar e-mail para cada um, tratando disso, questionando ou criticando.
O problema é deles.
O meu problema, o meu objetivo aqui no blog, é tratar de marketing - não sob a visão deturpada de que se trata de "propaganda", mas discutindo a acepção ampla, correta, séria, e suas aplicações, resultados etc.
Esta função o blog tem cumprido. E continuará.

Inclusive para que meus alunos, e demais leitores do blog, passem a entender esta questão, discuti-la e, mais importante, trabalhar no sentido de minimizar (ou, quiçá, eliminar) estas falácias que cercam o marketing.

Quem sabe, desta forma, revistas como Exame ou RI passem a adotar um controle de qualidade que funcione.

O blog está, desde sempre, aberto às discussões deste tema tão amplo e mal-compreendido que é o marketing. O espaço de comentários é democrático, e se você (ou qualquer pessoa) quiser comentar, questionar, criticar ou elogiar o blog (e, por extensão, seu conteúdo), os meios para isso estão à disposição.

18 de fevereiro de 2009

Jim Collins: o cara sumiu ?

Primeiro, a notícia (do Valor Econômico):
No âmbito do plano do governo Obama de continuar dando suporte para o mercado de crédito, em especial para o segmento imobiliário, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos anunciou hoje que vai elevar de US$ 200 bilhões para US$ 400 bilhões o volume máximo de recursos que poderá alocar nas agências de refinanciamento de hipotecas Fannie Mae e Freddie Mac.
De acordo com comunicado publicado no site do órgão, o Tesouro vai disponibilizar até US$ 200 bilhões para cada uma duas das gigantes, que foram responsáveis, em conjunto, por garantir o financiamento de cerca de 75% dos pedidos de hipotecas americanas no ano passado.
Desde de julho do ano passado o dinheiro tem sido alocado conforme o necessário nas empresas, com o objetivo de manter o patrimônio líquido positivo, enquanto o governo pede para que as duas ampliem os empréstimos. " O aumento do funding vai permitir aumento da confiança prospectiva para o mercado de hipotecas e possibilitar que Fannie Mae e Freddie Mac continuem com o ambicioso esforço de garantir o pagamento de hipotecas de proprietários responsáveis " , diz o secretário Timothy Geithner.
Ele ressalta que o Tesouro vai continuar também a comprar, no mercado, títulos ligados a hipotecas garantidas pelas empresas, com o intuito de dar liquidez a esses papéis e, ao mesmo tempo, manter os juros baixos para que os mutuários refinanciem suas dívidas em melhores condições.
O Tesouro disse também que vai elevar em US$ 50 bilhões, para US$ 900 bilhões, o total de empréstimos que as duas empresas poderão manter como ativos nos seus balanços, assim como elevar a capacidade de endividamento no mesmo montante.
Ainda para evitar receio no mercado, o governo dos EUA diz que o aumento dos recursos para as empresas " não tem como objetivo indicar uma estimativa de possíveis perdas " dessas empresas, mas assegurar aos participantes do mercado que se reconhece o papel importante que a essas companhias tem no funcionamento do segmento de crédito imobiliário.
Agora, vamos relembrar - com a ajuda de um texto do Thomaz Wood (na íntegra AQUI):
Em 2001, foi publicado o livro Good to Great ("Empresas Feitas para Vencer"). Nele, Jim Collins identificou onze organizações que haviam conseguido passar de boas empresas para grandes empresas, espécimes excepcionais da fauna corporativa. Para o autor, estas onze grandes empresas exibiam traços comuns, relacionados a liderança, gestão de talentos, tomada de decisão, foco e visão. Para convencer as mentes mais exatas, Collins provou que todas elas haviam experimentado quinze anos de desempenho excepcional no mercado de ações.

Agora nos chegam dois estudos, publicados na revista Academy of Management Perspectives, que analisam os métodos e as conclusões de Collins. O primeiro estudo foi conduzido por Bruce G. Resnick e Timothy L. Smunt, da Wake Forest University. O segundo foi conduzido por Bruce Niendorf e Kristine Beck, da Universidade de Wisconsin. A conclusão é contundente, porém não surpreendente. O método usado por Collins não é sustentado por uma análise criteriosa do desempenho das empresas, ou seja, as "11 grandes" não são melhores que seus pares. Vale registrar que no seleto grupo estavam a cadeia Circuit City, concordatária desde novembro de 2008, e a Fannie Mae, uma das protagonistas da crise imobiliária atual.

Eu mesmo já tratara disso, AQUI.

Minha dúvida é bastante simples. Bom, tenho mais de uma:

O Jim Collins sumiu ? Não emitiu nenhum comentário sobre o fiasco da sua previsão ?

Será que ele mudou de idéia com relação ao nível de excelência da Fannie Mae ?


Será que ele vai assumir que errou ?
Vai assumir que sua pesquisa (e, por conseqüência, seu
best-seller) estava furada ?

16 de fevereiro de 2009

Filosofia da cerveja

Um professor de filosofia, parou na frente da classe e sem dizer uma palavra, pegou um vidro de maionese vazio e o encheu com pedras de uns 2 cm de diâmetro. Olhou para os alunos, e perguntou se o vidro estava cheio.

Todos disseram que sim.

Ele então, pegou uma caixa com pedregulhos bem pequenos, jogou-os dentro do vidro agitando-o levemente, os pedregulhos rolaram para os espaços entre as pedras.
Tornou a perguntar se o vidro estava cheio. Os alunos concordaram: agora sim, estava cheio!

Dessa vez, pegou uma caixa com areia e despejou dentro do vidro preenchendo o restante.
Olhando calmamente para as crianças o professor disse:

- Quero que entendam que isto simboliza a vida de cada um de vocês. As pedras, são as coisas importantes: sua família, seus amigos, sua saúde, seus filhos, coisas que preenchem a vida. Os pedregulhos, são as outras coisas que importam: como o emprego, a casa, um carro... A areia, representa o resto: as coisas pequenas...Experimentem colocar a areia primeiro no vidro, e verão que não caberá as pedras e os pedregulhos...
O mesmo vale para suas vidas.

Priorizem, cuidar das pedras, do que realmente importa. Estabeleçam suas prioridades. O resto é só areia!

Após ouvirem a mensagem tão profunda, um aluno perguntou ao professor se poderia pegar o vidro, que todos acreditavam estar cheio, e fez novamente a pergunta:
- Vocês concordam que o vidro esta realmente cheio?

Onde responderam, inclusive o professor:
- Sim está!

Então, ele derramou uma lata de CERVEJA dentro do vidro.
A areia ficou ensopada, pois a cerveja foi preenchendo todos os espaços restantes, e fazendo com que ele, desta vez ficasse realmente cheio.
Todos ficaram surpresos e pensativos com a atitude do aluno, incluindo o professor.

ENTÃO ELE EXPLICOU:

NÃO IMPORTA O QUANTO SUA VIDA ESTEJA CHEIA DE COISAS E PROBLEMAS, SEMPRE SOBRA ESPAÇO PARA UMA CERVEJINHA !!!!!!!!


15 de fevereiro de 2009

Profissional exemplar

Essa é para descontrair um pouquinho.....


14 de fevereiro de 2009

Mais um blog....

Mais um blog espinafrando a Telefônica: http://meu-blogue.blogspot.com/2009/02/denuncia-telefonica-incapacidade-ou-ma.html

Mais uma vez, me solidarizo com o autor.
Realmente, ser cliente da Telefônica é assinar atestado de otário.
Eu tenho o meu, assinado, com firma reconhecida e autenticado em 5 vias.

Por falta de opção, registre-se.

Fábrica de maus professores

Em novembro do ano passado, publiquei um post (AQUI) que tratava da ideologia esquerdista que (infelizmente) domina a educação no Brasil.

No último dia 12/02, Ana fez um comentário no post:
Acho um absurdo essa senhora achar que não é responsabilidade do governo a má educação que os estudantes recebem durante todo o período escolar fundamental.
Achei em outro blog respostas de um filósofo a esta entrevista, muito interessante: http://joaojosefonseca1.blogspot.com/2008/11/fbrica-de-maus-professores.html
Prezada Ana,
Sugiro que você releia a entrevista que eu inseri no post.
Obviamente, você não leu - ou, se leu, não entendeu nada do que está escrito ali.
Em nenhum momento a entrevistada (a antropóloga Eunice Durham) afirmou que "não é responsabilidade do governo a má educação que os estudantes recebem durante todo o período escolar fundamental".

Releia, e depois reveja seu comentário.

Com relação ao link que você indicou, prefiro ler diretamente o que escreveu Paulo Ghiraldelli Jr, AQUI. Afinal, o link que você indicou apenas reproduz o conteúdo original. Via de regra, prefiro ir direto à fonte.

Aliás, a fonte (Paulo Ghiraldelli Jr), faz boas críticas às afirmações da entrevistada de Veja. Mas comete equívocos idênticos àqueles que ele, Paulo Ghiraldelli Jr, aponta nas afirmações da antropóloga.
Para ficar apenas em um:
Eunice está correta no que fala do curso, mas errada ao apontar as causas que aponta. A carreira do magistério não é atraente do ponto de vista financeiro, então, o curso de pedagogia atrai os piores alunos, os que fogem de vestibulares difíceis. Eles chegam ao ensino superior, por exemplo, sem saber matemática, e lá no curso vão tentar aprender metodologia do ensino de matemática. Ora, deveria a universidade "recordar" todo o curso de ensino médio que não fizeram? Alguns não fizeram direito nem mesmo o ensino das séries elementares. É impossível para a universidade fazer isso.
Que generalização perigosa, não ?! Quando o filósofo afirma A carreira do magistério não é atraente do ponto de vista financeiro, então, o curso de pedagogia atrai os piores alunos, os que fogem de vestibulares difíceis, ele está generalizando, pois já parte do pressuposto de que o curso de pedagogia atrai os piores alunos e, ademais, estariam interessados apenas e tão somente no aspecto financeiro.

Será ??????

Num outro trecho:
Eunice erra os termos, e isso mostra um problema já complicado da própria entrevista. Ninguém é menos escolarizado, como ela diz, no caso – pois todo mundo deve ter a mesma quantia de anos de escola para fazer faculdade. Todo mundo que vai para o ensino superior vai com o mesmo número de anos de escola. Ela confundiu "menos escolarizado" com "menos capaz". E isso é grave. Isso mostra falta de rigor, e espelha o fato dela não estar sendo capaz de prestar a atenção na própria entrevista. Então, isso assusta, pois mostra que ela talvez não esteja concentrada na atividade que está fazendo. Isso depõe contra o que diz acima e, enfim, acaba explicando um pouco a falta de rigor da tal da pesquisa que ela apresenta.
Êpa, péraí !
Quem disse que "menos escolarizado" não signifique "menos capaz" ?!
Não é possível dizer que uma pessoa seja "menos escolarizada" do que outra, ainda que tenham cursado o mesmo número de anos de escola, entre ensino fundamental e médio ?! Afinal, duas pessoas podem ter cursado a mesma QUANTIDADE de aulas, mas não significa que o aproveitamento, ou seja, a QUALIDADE, tenha sido equivalente......
Neste trecho, o Paulo Ghiraldelli Jr tergiversa.

Exatamente o que ele, Paulo Ghiraldelli Jr, acusa a antropóloga de ter feito.

Em suma, prezada Ana, o assunto rende bastante.
Se você quiser debatê-lo, fique à vontade.

Mas, por favor, tente entender o que está escrito, ao invés de inventar afirmações descabidas.
E, se você conseguir algum argumento seu (e não "importado" de alguém), melhor ainda !

Ranking universitário: polêmica

O artigo abaixo foi publicado no Valor Econômico de 12/02.
Vale a leitura !
A divulgação de rankings da qualidade acadêmica de instituições de ensino superior (IES) sempre causa uma celeuma. Na década de 90, o presidente da Universidade de Stanford, uma das mais prestigiosas dos Estados Unidos, escreveu uma carta de protesto contra a revista "US News and World Report" (USNWR), que publica o mais tradicional ranking americano. Ele criticava a metodologia utilizada. No Brasil, um grupo de IES privadas está articulando a proibição da divulgação de dados das suas avaliações feita pelo Ministério da Educação (MEC). Essas pressões não deveriam surpreender e o MEC não deveria ceder a elas. Ao mesmo tempo, conviria que ele atentasse para algumas questões.

É inegável que os membros da sociedade tomam as suas decisões baseados nos rankings. Empresas disputam os profissionais formados nas escolas líderes. Estudantes querem obter o diploma das mais prestigiosas escolas. E as consequências da posição no ranking são sentidas pelas IES. Nos Estados Unidos, a evidência indica que uma pior posição no ranking da USNWR é prejudicial para a universidade: uma menor parcela dos alunos aceitos pela universidade decide se matricular; a qualidade das novas turmas, mensurada pela média no teste exigido para admissão, cai; o preço líquido pago pelo aluno é menor porque a universidade tem de ser mais generosa na concessão de ajuda financeira para atrair alunos dentro do menor grupo de candidatos que deseja lá estudar. No Brasil, num estudo preliminar, os professores Carlos Eduardo Lobo, da PUC do Rio Grande do Sul, Rodrigo Moita, do Ibmec São Paulo, e eu, examinamos os fatores que afetam o market share das IES de administração no Estado de São Paulo. O resultado encontrado sugere que a posição da IES no mais tradicional ranking do país, o Guia do Estudante, afeta significativamente a sua fatia do mercado. Em particular, este impacto é aproximadamente duas vezes maior, caso a IES receba o conceito cinco estrelas (pontuação máxima no ranking) vis-à-vis outra com quatro estrelas. Diante destes resultados, não é surpreendente que as IES, preocupadas com a viabilidade dos seus negócios, busquem defender os seus interesses. Quando o fazem, questionam com veemência, com bons ou maus argumentos, o aparecimento de rankings que coloquem suas instituições em posição desvantajosa.

No entanto, os impactos dos rankings não se restringem somente aos negócios das IES. Toda a sociedade pode sofrer as suas consequências. Isto porque, caso eles não sejam bem feitos, o resultado pode ser uma alocação ineficiente de recursos na economia. Uma IES bem posicionada, num ranking que não reflete a realidade, por exemplo, atrairia mais alunos do que deveria, em detrimento de outra de melhor qualidade, mas com pior posição. Assim, a formação média dos novos profissionais seria inferior àquela possível, com impactos negativos sobre a produtividade e o crescimento econômico.

Em vista do exposto, fica evidente a relevância da qualidade de um ranking oficial. O MEC vem realizando um excelente trabalho na coleta de informações sobre as IES e na divulgação, da forma mais transparente possível, do processo de avaliação das mesmas. No entanto, algumas questões deveriam ser foco da sua atenção.

A primeira está relacionada com a aparente preocupação do MEC, por meio do seu ranking, de compilar todas as informações numa só, de forma a chegar às IES campeãs, com as melhores avaliações. O ranking atual compila três informações: a média das notas dos alunos ingressantes e concluintes no Exame Nacional do Desempenho do Estudante (Enade), a estimativa de quanto a IES agregou ao aprendizado do aluno (o valor adicionado) e a qualidade dos insumos considerados relevantes para o bom funcionamento de uma IES (infraestrutura, recursos pedagógicos, etc).

Na verdade, públicos diferentes desejam informações distintas. Por exemplo, os empregadores estão interessados em saber de quais IES saem os melhores profissionais. Não importa para eles se o aprendizado ocorreu nos bancos escolares, universitários ou nos sofás das casas. Para eles, o relevante é a nota no Enade dos concluintes do curso. Portanto, não faz sentido misturar esta informação com as notas dos ingressantes e nem com as demais. Já os estudantes podem decidir focar suas decisões no quanto a IES agrega para a sua formação. Desta forma, um ranking baseado somente no valor adicionado é o essencial. Neste caso, no entanto, como este valor adicionado é estimado, é importante deixar claro que as diferenças nos conceitos dados para as IES podem não ser de fato estatisticamente significativos e elas, apesar de receberem notas diferentes, podem na verdade ter a mesma qualidade de ensino. Por fim, o uso da qualidade dos insumos no ranking é questionável. O importante é o resultado alcançado pelas IES em termos de aperfeiçoamento profissional dos seus alunos, independentemente dos insumos utilizados.

Ao agregar informações, o MEC acaba por misturar "alhos com bugalhos", estipula pesos ad-hoc para cada uma das informações e fica mais vulnerável às criticas. O fundamental é fornecer um leque amplo de diferentes tipos de informações para a sociedade e deixar que ela o utilize da melhor maneira.

A segunda questão a ser levada em consideração pelo MEC é não incorrer na tentação de alterar constantemente a metodologia do ranking. Um ranking oficial funciona como um marco regulatório do governo. Como em outros setores da economia, as IES necessitam de estabilidade das regras do jogo. Isto não impede que, de tempos em tempos, aperfeiçoamentos da metodologia possam ser feitos.

Por fim, o ranking do MEC é baseado na premissa de que notas maiores dos alunos no Enade geram, de alguma maneira, beneficio para a sociedade. No entanto, não existe evidência de que estas se traduzam ou em profissionais mais produtivos, ou com maiores salários, ou qualquer outro indicador definido por sucesso pela sociedade. A busca dessa comprovação é fundamental. Sem ela, corre-se o risco de se focar num alvo diferente da qualidade da educação.

O MEC deu um passo importante com o ranking. Convém continuar nesta trilha e aperfeiçoá-la. A sociedade só tem a ganhar com a melhoria da qualidade das informações sobre as IES.

Eduardo de Carvalho Andrade, PhD em Economia pela Universidade de Chicago e professor do Ibmec São Paulo.

Microsoft em pauta

Li 2 notícias sobre a Microsoft que achei que mereceriam alguns comentários. Vamos a elas:
A Microsoft planeja abrir suas próprias lojas de varejo para "transformar a experiência de comprar PCs e produtos Microsoft", afirmou a empresa nesta quinta-feira (12/02) ao anunciar a contratação de um executivo para cuidar da rede.
As lojas ajudarão a Microsoft a se engajar mais profundamente com consumidores e aprender o que e como eles querem comprar seus produtos, segundo o anúncio da empresa. Decidir onde as lojas serão instaladas e como elas serão montadas é o objetivo primário de David Porter, ex-executivo da Dreamworks e do Wal-Mart que será vice-presidente corporativo de lojas de varejo na Microsoft.
A Microsoft vem sendo notado há tempos atrás da rival Apple no apelo direto a seus consumidores, com a empresa de Steve Jobs investindo em lojas próprias há muitos anos.
Enquanto a Microsoft faz seu console Xbox, seu player Zune e outros aparelhos, a empresa não tem uma marca de PC, como a Apple tem seu Macintosh, para embarcar seu sistema Windows.
A estratégia parece tentar aproveitar tanto o lançamento do Windows 7, com data ainda não oficializada, mas esperado para até o final do ano, versões do Windows Mobile e reformulações na plataforma online Windows Live.
A Microsoft já abriu uma loja física com seu nome, em 1999, em São Francisco. Consumidores podiam testar handhelds com o sistema Windows CE e comprar produtos da empresa. A loja fechou anos depois.
FONTE: IDG
Bom, mais uma vez a Microsoft segue os passos da Apple. Poder-se-ia, noutras palavras, dizer "imita a Apple", pois e´justamente isso o que a MS sempre fez.
Mais do que benchmarking - trata-se de simples cópia mesmo.

Porém, a Microsoft tem algumas práticas diferentes:
Uma norte-americana iniciou um processo contra a Microsoft relacionado à taxa de 59,25 dólares cobrada para fazer o downgrade do Windows Vista para o Windows XP.
O processo foi iniciado em uma corte de Washington, nos Estados Unidos, e a usuária Emma Alvarado pede que a Microsoft lhe devolva o dinheiro que ela pagou para efetuar o downgrade do Vista, que já veio instalado, para o XP Professional.
Emma também criou um documento para que outros usuários que pagaram pelo downgrade se juntem ao processo e peçam ressarcimento pela taxa também.
O processo acusa a Microsoft de usar seu "poder de mercado para tirar vantagem das demandas de seus clientes pelo Windows XP, obrigando as pessoas a comprarem PCs com o Vista e depois pedindo uma taxa para o downgrade".
De acordo com o documento, a ação viola duas leis do Estado de Washington - uma referente a práticas injustas de negócios e outra de proteção ao consumidor.
FONTE: IDG
Não me lembro de ter lido algo semelhante sobre a Apple.
Sabe por quê ?

Porque a Apple é uma empresa que EFETIVAMENTE usa a inovação como estratégia competitiva.
A Microsoft, por outro lado, apenas copia o que outras empresas (como a Apple, por exemplo) fazem, mas sua estratégia é calcada no aprisionamento tecnológico.

A Microsoft centra sua preocupação em prender (literalmente), RETER o cliente.
A Apple preocupa-se em FIDELIZAR o cliente.

A diferença é brutal.

13 de fevereiro de 2009

Discutindo a crise

Discussões e debates de bom nível são sempre interessantes.
Vejamos este:



FONTE: G1

9 de fevereiro de 2009

Estratégia

Um senhor vivia sozinho em Minnessota.
Ele queria virar a terra de seu jardim para plantar flores, mas era um trabalho muito pesado. Seu único filho, que o ajudava nesta tarefa, estava na prisão.
O homem então escreveu a seguinte carta ao filho:

Querido Filho, estou triste, pois não vou poder plantar meu jardim este ano. Detesto não poder fazê-lo, porque sua mãe sempre adorou flores e esta é a época certa para o plantio.
Mas eu estou velho demais para cavar a terra. Se você estivesse aqui, eu não teria esse problema, mas sei que você não pode me ajudar, pois estás na prisão.
Com amor, Seu Pai.

Pouco depois, o pai recebeu o seguinte telegrama:

PELO AMOR DE DEUS, Pai, não escave o jardim! Foi lá que eu escondi os corpos

Como as correspondências eram monitoradas na prisão, às quatro da manhã do dia seguinte, uma dúzia de agentes do FBI e policiais apareceram e cavaram o jardim inteiro, sem encontrar qualquer corpo.

Confuso, o velho escreveu uma carta para o filho contando o que acontecera.

Esta foi à resposta:

Pode plantar seu jardim agora, amado Pai. Isso foi o máximo que eu pude fazer no momento.

MORAL DA HISTÓRIA: Estratégia é tudo!!

Nada como uma boa estratégia para conseguir coisas que parecem impossíveis.

Grammy

A notícia é da Folha Online:
O ex-vocalista da banda de rock Led Zeppelin foi o maior vencedor da 51ª edição do Grammy, em Los Angeles (EUA). Ele levou cinco prêmios neste domingo (8) pelo disco "Raising Sand" (2007), gravado em parceria da cantora folk Alison Krauss.
A dupla ganhou os troféus de Álbum do Ano; Gravação do Ano com "Please Read the Letter"; Melhor Colaboração Pop com "Rich Woman"; Melhor Colaboração Country com "Killing the Blues"; Melhor Álbum Contemporâneo de Folk/Americana com "Raising Sand".
O velhinho ainda manda bem !!!!!






6 de fevereiro de 2009

Tudo sob controle - ou QUASE

Um comercial divertidíssimo, graças à contribuição da Juliana Feitosa (que, coitada, volta a ter aula comigo neste semestre.....rs):

5 de fevereiro de 2009

Processo bilionário

A notícia é ESPETACULAR:
A Telefônica é alvo de um pedido de indenização bilionária do Ministério Público de SP. A Promotoria do Consumidor está processando a empresa por falhas na prestação dos serviços de telefonia, banda larga e TV a cabo e por deficiências no atendimento ao público, desrespeitando as "obrigações legais de cortesia, continuidade e eficiência". Os promotores cobram indenização por danos morais e materiais de R$ 1 bilhão -cerca de 50% do lucro declarado da Telefônica no ano de 2007.

Dados do Procon ajudaram a subsidiar a ação. De todos os questionamentos enviados pelo órgão às empresas depois de reclamações de clientes no ano passado, 21,8% foram para a Telefônica. A Telefônica não comenta.
A nota saiu na Folha de São Paulo de ontem, 04/02.
EXCELENTE notícia para os milhões de consumidores lesados pela incompetênia e pelas práticas estapafúrdias dessa empresinha de bosta.

Variações do mesmo tema

Uma ótima sacada para a propaganda, aliada à adequação da mensagem conforme a localidade de exibição.

Merece a recomendação:



2 de fevereiro de 2009

Laptop da vovó

Impagável !!!!!!