31 de agosto de 2008

Hilário eleitoral gratuito

Não tenho tido tempo de acompanhar de perto esta campanha eleitoral aqui em SP. E, convenhamos, ainda bem !

Se estivesse acompanhando, ficaria irritadíssimo com a Prefesta MarTAXA e suas mentiras, a cara sonsa do picolé de chuchu, o Maluf (nem comento) - isso sem falar nos candidatos a vereador.....

Sobre o chuchu do Alckmin, nem vou falar nada. Peguei nojo da "sonsice" (existe ?! Não sei....) dele.

Contudo, se houvesse mais candidatos como estes aqui, aí sim eu acompanharia o andamento da carroça mais de perto:


Impagável !!!!!

Propagandas criativas e bem humoradas - de motel









30 de agosto de 2008

IRresponsabilidade social

Vou apenas transcrever 2 singelos trechos de textos disponíveis na internet.

Primeiro:
A Responsabilidade Social é um dos pilares de atuação da Companhia, junto com crescimento integrado e rentabilidade. Dentro do Plano Estratégico 2020 e seus atributos de Visão, traçou-se desafios de gestão específicos em Responsabilidade Social.

Em sua Política de Responsabilidade Social, a Companhia passou a reunir diretrizes específicas nas áreas de gestão integrada, desenvolvimento sustentável, direitos humanos, diversidade, trabalho decente, investimento social sustentável e compromisso da força de trabalho. Antes, as diretrizes de responsabilidade social estavam descentralizadas nas diferentes políticas corporativas.

Reconhecida pela sua marca de excelência na produção de petróleo, gás e derivados, a Petrobras divulga sua Política de Responsabilidade Social visando atingir o desafio de ser referência internacional em responsabilidade social na gestão dos negócios, contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
Fonte: aqui.
Segundo:
Comboio composto por policiais federais e auditores do Ministério do Trabalho localizou ao menos 40 trabalhadores em condições precárias numa área de 44 hectares pertencente à Petrobrás no interior do Paraná. A empresa fez um acordo com antigos proprietários para o desmate do terreno, que será utilizado para exploração de xisto. Apesar disso, a Petrobras foi notificada por trabalho escravo.

O grupo estava sem botas, luvas, e, principalmente, sem carteira assinada. A irregularidade não poupa nem menores, pois até um menino de 16 anos foi encontrado. Ele tinha calos nas mãos. Para os trabalhadores, a jornada termina em barracos de lona, carroças, casebres abandonados e até num antigo galinheiro, onde se acomoda um casal.

Funcionários da Petrobras estiveram no local, mas não quiseram gravar entrevista. "A gente não tem a informação do que está acontecendo e não tem como dizer", afirmou um deles.

Denúncias como esta são mais comuns em regiões isoladas do Centro-Oeste e Norte do Brasil. Mas já há casos no Sul. Foi por isso que o Ministério do Trabalho criou um grupo especial móvel só para atender a essa região do país. As ações se concentram no Paraná, que lidera o número de trabalhadores resgatados: em julho, 228 cortadores de cana foram libertados numa usina em Porecatu. Eles eram transportados junto com veneno agrícola, trabalhavam sem equipamentos de segurança, e não tinham água nem banheiro.

"Nós esperamos que, ao encontrar essas condições, elas desapareçam numa velocidade muito maior do que nós temos conseguido na região norte", disse o coordenador da fiscalização Benedito de Silva Filho.
Fonte: aqui.
Acho que nem preciso comentar, não é ?!
A discrepância é tão grande........

O título do post poderia ser "Teoria versus prática".
E depois vem alguém falando em "marketing social" ou qualquer coisa equivalente......

29 de agosto de 2008

Comunicação e Publicidade na internet

A matéria abaixo foi publicada no portal InfoMoney (na íntegra aqui), e reproduzo alguns trechos com grifos meus:
O presidente do Google Brasil, Alexandre Hohagen, deu uma palestra durante o Fórum Internacional ABA Branding 2008, nesta quarta-feira (27/08), em São Paulo. Na ocasião, ele ressaltou a evolução tecnológica protagonizada pela população mundial, enfatizando que o Brasil não fica para trás, e pediu aos profissionais de marketing presentes que apostassem mais nos anúncios em internet.

Em 1998, existiam 2,5 milhões de internautas no mundo e haviam sido enviados 6 bilhões de e-mails. Em 2008, o número de internautas subiu para 59 milhões, segundo institutos de pesquisas, e são enviados 11,8 bilhões de e-mails por dia. Somente os assinantes de internet banda larga já somam 8,5 milhões. "E o Brasil é o quarto país que mais vende computadores no mundo", lembrou.

"Apesar de todo esse crescimento, o percentual de investimento publicitário na internet é de 3,2%", lamentou. "O marketing está mudando. Não dá mais para pensar somente nas mídias tradicionais".

Segundo o presidente do Google Brasil, antes, a mensagem era transmitida via audiência de massa, o consumo era passivo, a métrica era share of voice, existiam os altos custos de criação e o processo era rígido, isto é, um comercial não poderia, de forma alguma, ter mais do que 15 segundos, por exemplo.

Veja como funciona hoje:

* As pessoas passam cada vez mais tempo na internet, logo a mensagem passou a ser personalizada;
* O consumo se tornou interativo;
* Existe um baixo custo de criação, pois as campanhas na internet saem muito mais em conta do que as grandes campanhas na TV;
* As métricas são ROI, CPA, que focam no retorno sobre o investimento, embora o share of voice continue a ser usado por determinadas empresas;
* O processo é altamente ajustável.
O conceito de marketing de massa, tal como a produção em série, tem no rol de seus objetivos alcançar o maior mercado ao menor custo possível, além de preconizar a idéia de existir um só modelo para todos, a exemplo de Henry Ford — que afirmava que o cliente poderia escolher qualquer cor do modelo “Ford T”, desde que fosse preta.
Em sumo, quando os produtos eram feitos em larga escala, o marketing era movido e limitado por este princípio.

Entretanto, a ascensão da concorrência redirecionou o foco das oportunidades comerciais. O foco se movimentou da economia de escala para a economia de escopo-alcance, ou seja, ao invés de fabricar um produto para um mercado enorme, cada empresa se viu forçada a confeccionar produtos diferenciados para mercados diferenciados. A expressão “[...] personalização em massa [...]”, atribuída a Stanley Davis, encerra uma aparente contradição mas é considerada perfeita tendo em vista as atuais tendências, uma vez que as novas tecnologias tornam possível a personalização de produtos, em grandes quantidades para mercados diferenciados.

No caso da comunicação, o mesmo princípio permanece.

O Google que o diga.

O Clone

Descobri por acaso que tem um maluco afirmando que eu não sou eu; eu não existo. Sou o clone de alguém ?!
Na verdade, não é um maluco, é apenas petista - melhor seria se fosse maluco. Eles são menos danosos do que os PTralhas.

Não tenho tempo, agora, de explicar o caso desde o início. Só queria registrar.
Para quem quiser começar a entender, eis o link:
http://bodegacultural.blogspot.com/2008/07/diogo-mainardi-na-berlinda.html
Sugiro ir direto aos comentários.

Se por um lado é patético (ou patológico), por outro é engraçado.

O tal Carlinhos Medeiros deveria ser internado mesmo. Ou mudar-se para Cuba, onde seria feliz para sempre ao lado do seu ídolo, Fidel.

Se tiver um tempinho, voltarei a esta questão - mas provavelmente não aqui, que é um espaço no qual não me proponho a discutir política. Deixo este tema para a Sala da Mãe Joana.

26 de agosto de 2008

As pequenas empresas e as mudanças do ambiente de marketing

Graças à Lei Seca, tem havido uma série de mudanças para diversos tipos de negócios.
Seguradoras de carros passaram a oferecer serviços adicionais para transportar seus segurados de volta para suas casas, no caso de terem excedido o limite de álcool permitido na corrente sangüínea; bares e restaurantes mais "sofisticados" vêem tentando oferecer serviços de "entrega" - o delivery do próprio cliente.

São oportunidades de agregar valor ao serviço oferecido aos clientes.

Porém, no geral, o setor de bares foi o mais afetado - negativamente, uma vez que a freqüência caiu, assim como o consumo. E este setor é de grande importância na Economia:
Brasil tem 1 milhão de bares e restaurantes, que empregam 6 milhões
Por: Karin Sato - 22/08/08 - InfoMoney
"Este é o único setor presente em todos os municípios brasileiros", afirmou o presidente da Abrasel Nacional (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes), Paulo Solmucci Jr, durante a abertura do 20º Congresso da Abrasel, na última quarta-feira (20). Segundo ele, o País abriga hoje um milhão de bares e restaurantes, responsáveis pela geração de 6 milhões de empregos. Ele aproveitou a ocasião para lembrar das preocupações do setor com relação à Lei Seca, que proibiu o consumo de álcool por condutores de veículos em todo o território nacional. Solmucci falou ainda sobre a alimentação fora do lar e sua importância na economia nacional. "Um quarto de tudo que se consome em nosso setor diz respeito à alimentação fora de casa", garantiu, conforme publicou a Agência Sebrae.
Num primeiro momento, a Lei Seca causou mudanças significativas no comportamento do consumidor.
As pequenas empresas (especialmente microempresas) são maioria absoluta neste setor - e são as que mais acabam sofrendo com esta mudança no comportamento do consumidor, pois têm, via de regra, grande dependência de um número reduzido de produtos, sendo a cerveja uma das vedetes do portfólio.

Estas pequenas empresas, segundo "reza a lenda", costumam estar pouco preparadas para lidar com mudanças como esta gerada pela Lei Seca (comportamento do consumidor), sem falar das questões ligadas à tecnologia:
No mundo dos pequenos e médios negócios, as atenções estão voltadas a uma só preocupação: o atual crescimento econômico e o cenário para as empresas. Particularmente, isso é mais acentuado na América do Norte, do Sul e Europa Ocidental.
Mas, com tanta preocupação quanto à situação presente, não sobra espaço para a implantação de novas tecnologias, que podem ampliar a vantagem competitiva das empresas.

A constatação é da consultoria IDC, que, em um estudo, avaliou o nível de interesse e preocupação das PMEs com relação a cinco áreas diferentes: crescimento econômico futuro e condições de negócios, tecnologia verde, softwares como serviços, virtualização e uso da internet como uma fonte de negócios.

Embora tenham sido constatadas diferenças regionais, pequenas e médias empresas, no geral, se preocupam pouco com tecnologias novas e emergentes, mas dedicam muita atenção à discussão em torno das questões econômicas.

O estudo constatou ainda que há muitos fatores que podem levar a um aumento do nível de preocupação e interesse quanto à tecnologia e à economia futura. Por exemplo, entre as quatro ferramentas tecnológicas analisadas na pesquisa, a internet aparece como um elemento-chave, com potencial de se destacar cada vez mais, futuramente.

Além disso, a IDC espera crescimento da virtualização e dos serviços de software nos próximos 12 meses ou dois anos, na mesma medida em que as promoções de vendas ampliem suas forças.
Mas será que as pequenas empresas são realmente tão "despreparadas" para este tipo de questões ?
Quero começar a tratar deste tipo de "lenda" por aqui.

Outros posts virão sobre o tema.

25 de agosto de 2008

A conta PIB versus receita não fecha

Não é de hoje que eu leio o blog do Clemente Nóbrega - e sempre comento algumas coisas por aqui.
Desta vez, porém, ele se superou.
Mesmo.

Para entender o contexto, transcrevo um trecho de um artigo publicado no Valor Econômico de 07/08/2008:
Com o Toyotismo globalizado superando o fordismo nacionalizado, a grande empresa passou a funcionar em rede para melhor aproveitar as vantagens comparativas prevalecentes no interior da economia-mundo, cada vez mais a operar sem estoques por decorrência da adoção do sistema just in time. A queda verificada nos custos de produção ocorreu simultaneamente à configuração de poucas e grandes empresas a dominar qualquer setor de atividade econômica e a depender do transporte intrafirmas, com custos rebaixados de energia e da modernização logística e informacional do processo de produção e distribuição. O vertiginoso aumento do poder econômico foi acompanhado por crescente exigência de apequenamento do poder do Estado e, em seqüência, dos trabalhadores. Assim, a contenção dos estoques reguladores, a privatização e a liberação comercial, financeira, tecnológica e produtiva também passaram pela desregulamentação dos mercados de trabalho, com vigência ampliada do desemprego e dos salários reais rebaixados pela desconexão da inflação passada e da produtividade física.


Paradoxalmente, a contra-reforma neoliberal das últimas três décadas conformou um projeto de globalização protagonizada por não mais de 500 grandes corporações transnacionais. Somente a soma do faturamento das três maiores empresas mundiais equivale ao PIB brasileiro, a 10ª economia do mundo. No Brasil, por exemplo, a Petrobras já é maior que o PIB argentino.
Sem a regulação pública da competição intercapitalista, a governança mundial estruturada no imediato Pós-Guerra tornou-se disfuncional, especialmente quando a reprodução universal do modelo de crescimento da "economia do ter" parece encontrar os limites da sustentabilidade ambiental.

Com a monopolização das estruturas de produção e distribuição, que torna as poucas corporações transnacionais cada vez maiores do que nações, as tradicionais agências multilaterais do sistema ONU perderam capacidade de garantir a governança mundial. Na decadência da economia americana, assiste-se ao deslocamento do centro dinâmico mundial para a Ásia, da mesma forma que - guardada a devida proporção - a Inglaterra passou o bastão no ingresso do Século XX aos EUA.

Nos dias de hoje, assim como na decadência inglesa, o mundo ficou refém de muito poucos, que não desejam ver contrariado seus interesses privados. Depois de quase cinco anos de ação dos EUA no Iraque, o preço do barril de petróleo encontra-se bem acima dos cem dólares, mais de três vezes o valor do início do Século XXI, o que se reflete direta e indiretamente nos custos de produção da grande empresa em rede na economia-mundo.
Da mesma forma, a estrutura de produção e distribuição segue cada vez mais monopolizada, permitindo a manipulação dos preços internacionais (commoditizados) justamente no momento de expansão das economias não desenvolvidas e da condição comercial externa mais aberta e sem estoque regulador. Tudo isso associado à instabilidade do sistema monetário internacional que, após a desordem da década de 1970, registra até hoje uma crise financeira a cada dois anos, como a atual vivida pelos países centrais.
Pois bem.......Quem lê o texto do Márcio Pochmann (professor licenciado do Instituto de Economia (IE) e do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho (CESIT) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e presidente do Ipea), num primeiro momento, pode impressionar-se.
Palavreado sofisticado, vindo de um cara que tem um vasto currículo acadêmico..... né ?!

Mais ou menos.......
O texto, na íntegra, está aqui (para assinantes).

A partir deste texto, o Clemente Nóbrega afirma o seguinte:
Digo isso tudo por causa de um artigo de Marcio Pochmann no VALOR ECONÔMICO 07 de agosto. Ele diz coisas assim:
-A soma dos faturamentos das três maiores empresas do mundo equivale ao PIB brasileiro (ou seja as três maiores empresas do mundo equivalem a um Brasil);
-Umas poucas corporações transnacionais estão ficando cada vez maiores que muitas nações..
- A receita da Petrobrás é maior que o PIB da Argentina;

Será? Se você olhar os PIBs (produto interno bruto) dos 100 maiores países do mundo, e comparar com as receitas das maiores empresas do mundo,vai ser tentado a dizer que,realmente, das 100 maiores "economias" do mundo, 51 são empresas, não países!!
A conclusão à qual Pochmann quer nos levar é a seguinte:é preciso pôr um freio ao poder das grandes empresas porque elas estão mandando mais que os países. Elas impõe suas regras deixando-os reféns.
Será que Pochmann tem razão?

Não,não tem. Seus números para PIBs de países e receitas de empresas estão certos, mas o que ele diz é mais que uma afirmação errada, é uma afirmação estúpida.
Mais adiante, ele segue no mesmo assunto:
Você calcula o PIB de um país somando o que chamam de "valores adicionados" por todas as atividades econômicas realizadas no país.
Valor adicionado é a receita gerada pelas vendas, menos o custo para produzir o que foi vendido. Faturamento de empresa é só receita de vendas. Pochmann está comparando banana com laranja. Sr.Márcio Pochmann,vá ao quadro-negro e escreva mil vezes:
"PIB de países é receita menos custo, faturamento de empresas é só receita". (Era assim que a professora fazia na minha época quando um aluno falava besteira).
De novo: "PIB é receita menos custos,faturamento é.......".[complete nos pontinhos].

Um exemplo:automóveis.

A Gerdau vende fios de aços para a Pirelli fazer pneus.A Pirelli vende pneus para a Ford e a Ford vende carros para os consumidores. Se o pessoal do IBGE,que faz o cálculo do PIB do Brasil, adicionasse as receitas da Gerdau, da Pirelli e da Ford, o dinheiro correspondente ao aço seria computado três vezes (o aço seria contado triplamente) porque cada empresa- Gerdau,Pirelli e Ford- embute o custo do aço no preço que cobra pelo que vende (ou seja,embute o preço do aço na sua receita de vendas).
Como é que se calcula o PIB ?

O pessoal do IBGE considera que a venda do aço aumenta o valor adicionado à Gerdau, pois a empresa existe para vender aço mesmo. Mas, eles SUBTRAEM o custo do aço da receita de vendas da Pirelli, porque o aço é um custo para a Pirelli .Das vendas da Ford eles tiram o custo dos pneus e de outros insumos que ela usa,e assim por diante..
Não é simples? É banal, mas Pochmann não sabe disso.
A receita de vendas da GM é enorme, mas o valor adicionado por ela, hoje, está negativo. A GM está destrunido valor,não criando. Pelo "critério Pochmann" ela seria um "país" muito poderoso, maior que a Dinamarca.Pelo critério certo, a Dinamarca é mais de três vezes maior que ela.
Em 2000,a GM faturou R$185 bilhões,mas só teve 42bilhões de valor adicionado.A Royal Dutch Shell faturou 149 bilhões,mas só adicionou US$36 bilhões em valor.
Se você fizer a conta direito, vai ver que existe um número muitíssimo menor de empresas que podem ser comparadas a países [pelo critério certo ,banana com banana, não segundo o "critério Pochmann" ,banana com laranja].
O Wal Mart –a empresa de maior receita do mundo-está entre o Chile e o Paquistão. Podemos admirar muito esses países,mas alguém diria que Chile e Paquistão são super-potências econômicas? Receita é uma coisa,valor adicionado outra.
Pela filosofia que norteia o "critério Pochmann", se você tem 10 pés de alface e eu tenho 5 milhões de dólares,você é mais rico do que eu,porque você tem um "patrimônio" de 10 e eu de 5.
Mesmo nos (poucos) casos em que,usando o critério certo, empresas poderiam ser consideradas maiores que países, é mesmo verdade que os países são dominados, esmagados,controlados,por essas grandes e poderosas corporações egoístas?
Também não é verdade. É falso.
Pois é.
O cara é presidente do IPEA, e, ainda assim, escreve essa bobagem fenomenal !

Sob tal perspectiva, James Hunter até que me parece menos cretino.......
Essa maldita ideologia esquerdopata leva pelo ralo até o mais sofisticado e pernóstico argumento dos "intelectuais" brasileiros....

Mais tarde comento esta matéria da Veja, que trouxe um retrato assustador do perfil esquerdopata dos professores que deveriam educar as crianças e jovens brasileiros - mas, ao invés disso, fazem lavagem cerebral ideológica.
Com esta matéria, não tenho mais nenhum dúvida sobre uma questão com a qual me deparo sempre que dou aula no 1.o ano da graduação - volto ao tema posteriormente....

24 de agosto de 2008

Terça-feira já era

Versões diferentes de uma mesma (ótima) música....

Original:


Ao vivo (1976):


Sensacionais as guitarras nesta música !!!!!

Metallica (acústico):

O mantra da liderança

Meus alunos sabem o quanto eu DETESTO aqueles livrinhos vagabundos, de trigésima-oitava-categoria, tipo "Quem mexeu no meu queijo", "O monge e o executivo" e assemelhados.

Alguns, surpreendem-se quando eu falo dessas jostas.

Mas vamos analisar friamente o que essas "obras" (?) têm a dizer...

O autor do monge e o executivo demonstra sua incrível perspicácia e capacidade analítica com reflexões profundas como uma poça d´água neste entrevista aqui. Já começa bem.....

Para quem nunca leu o livro (desculpem pela falta de um termo melhor para designar aquele agrupamento de páginas com uma capinha simpática, mas sem recheio algum), a internet oferece opções às centenas. Uma rápida busca no Google traz resumos, resenhas, blogs e links dos mais variados, enaltecendo a importância da "obra" de James Hunter.
Se os brasileiros falassem (e escrevessem) tanto sobre Machado de Assis, por exemplo, tenho a impressão de que o Brasil não estaria nesta lama toda......
Mas vamos adiante com o enterro !

É impressionante a quantidade de sites que reproduzem trechos do briefing do "livro" [sic] produzido pela Editora Sextante, particularmente este aqui: O monge defende que a base da liderança não é o poder e sim a autoridade, conquistada com amor, dedicação e sacrifício. E diz ainda que respeito, responsabilidade e cuidado com as pessoas são virtudes indispensáveis a um grande líder. Ou seja, para liderar é preciso estar disposto a servir.
Através da história desses personagens fascinantes, James C. Hunter apresenta conceitos fundamentais para melhorar nossa capacidade de liderança e o convívio com os outros, ajudando assim a nos tornarmos pessoas melhores e abrindo caminho para o sucesso duradouro.

Lindo, não ?!
Emocionante ?!

Eu prefiro "vazio".

Vez ou outra, encontram-se pela web algumas considerações mais "elaboradas" [sic] sobre as conclusões desta obra-prima; eis uma delas: Influenciar as pessoas para que elas hajam de acordo com os objetivos do líder não é uma tarefa fácil para ninguém, poucos conseguem esse feito. Muitos dos lideres usam do poder para chegar aos resultados esperados, mas não é bem por ai, é preciso usar da influencia e não do poder autoritário, é preciso mostrar que você se importa com seus liderados, fluindo somente ações bondosas e amorosas essa é a essência é preciso amar as pessoas não como forma de sentimento de amor, mas com ações amorosas e respeitadoras, mostrando que você se importa com elas e que podem confiar no líder.

Um exemplo de como isso funciona podemos tomar como base os ensinamentos do maior influenciador de pessoas que já existiu nosso amado JESUS CRISTO. Jesus amou, se sacrificou pelas pessoas foi um líder fenomenal influenciou milhões de pessoas, pois o sacrifício é, no entanto a maior qualidade de um líder.


A redação é primorosa......
Mas ignorando isso, a menção a Jesus Cristo me fez rir.
O maior influenciador de pessoas, né ?! O bom líder é aquele que não vê a traição à sua volta, acaba pendurado até a morte e dizendo ser filho de uma virgem.....rs
Putz, certas coisas eu simplesmente não consigo ler sem gargalhar....

Foi um líder fenomenal porque sacrificou-se ?! O sacrifício é a maior qualidade de um líder ?

Socooooorrrrrrooooooooo !!!!!

Ou, plagiando Lenon & McCartney, "Help me" !

Numa certa altura do "livro", James Hunter apresenta ao coitado do leitor (coitado, não ! Se escolheu ler aquilo por livre iniciativa, e não desistiu depois da página 2, merece a tortura até o fim !!!!) um singelo plágio da pirâmide das necessidades de Maslow.
A teoria do Maslow, por si só, nunca foi das melhores. Foi relevante no seu tempo, mas mostrou-se fraca quando melhor examinada - e, principalmente, testada.
Agora.......plagiá-la descaradamente torna a coisa ainda pior !!!!!!!

O comportamento diante da oportunidade

Mais um exemplo de como o consumidor no geral - e o brasileiro em particular - não dá a mínima para esse modismo burro de "sustentabilidade":
Às vezes a gente se enche de ânimo e decide ser um cidadão assim ... digamos, consciente. Há pelo menos três dias, tenho observado em frente ao prédio onde moro uma pequena cachoeira de água descendo entre o meio-fio (aqui em São Paulo chamam de "guia") e o asfalto da rua. Saio e entro no prédio e lá está o filetão de água, aparentemente limpa, descendo morro abaixo.
Não é a primeira vez que isso acontece e o meu impulso é sempre o mesmo: vou ligar para a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo). O que acabo fazendo? Nada.
Desta vez, impulsionada por uma neurose crescente em relação à escassez de água, venci a inércia e liguei para o 0800 da empresa. Confesso que estava me achando a rainha da cocada e pensei: com apenas uma ligação vou ajudar a Sabesp a resolver essa porcaria de vazamento. Não foi assim tão fácil.

Depois de discar esse e aquele número e finalmente chegar numa atendente, escuto mais ou menos o seguinte: "A senhora precisa nos informar o local exato do vazamento, caso contrário, não podemos fazer nada". Não entendi e argumentei: "Você está dizendo que EU devo sair pela rua seguindo o filete de água para descobrir onde diabos está o vazamento?"
Ela respondeu: "Sim. A Sabesp agradece a sua ajuda, mas só podemos mandar um técnico até aí se a senhora nos informar o lugar exato do vazamento".
Fiquei brava e perdi um pouco a linha: "Eu não sei de onde está vindo o vazamento, mas achei que bastaria informá-los de que há uma cachoeira passando em frente ao meu prédio há três dias e blá blá blá".

Bem, entendi que não bastava e desliguei o telefone.
Agora há pouco, vi que a água continuava a correr e comecei a elocubrar: "De repente você tem de ir mesmo atrás da origem do vazamento. Essa cidade é um mundo e vai ver os caras recebem trotes todos os dias de gente reclamando de vazamento. Deve existir uma razão plausível pra eles agirem assim. Quer ajudar? Ajuda direito. Mexa o seu popozão Ana Luiza!".

Decidi então seguir a água e, bingo, achei facinho a origem do vazamento sem andar nem mesmo um quarteirão. Imaginei então o que a atendente da Sabesp diria: "Viu moça, precisava dar piti?"

Por outro lado, também pensei: "Ora bolas, se o técnico tivesse vindo até o meu prédio teria tido a mesma facilidade. E se eu fosse uma senhora de 80 anos? E se o vazamento estivesse localizado cinco quarteirões acima?".

Bem, parei de divagar, liguei para a Sabesp de novo e informei o local certinho do bendito vazamento. A moça pediu que eu anotasse o protocolo do atendimento e disse que, no prazo máximo de 24 horas, tomariam as providências.

Este texto foi publicado no blog de "sustentabilidade" da Exame (aqui) em 28/07/2008.
E autora acabou ligando para a Sabesp.
Ok.

Mas, se os consumidores estão TÃO preocupados com a sustentabilidade como tantos meios de comunicação (como a própria Exame) querem nos fazer acreditar, por que ninguém fez a ligação para a Sabesp antes da repórter da Exame ?????

Convenhamos: não sei aonde a repórter mora, mas ela indica ser num prédio - portanto, deveria haver pelo menos duas dúzias de vizinhos que poderiam ter feito a mesma coisa.
Não fizeram.

Por quê ?
Afinal, não faltam afirmativas categóricas de que o consumidor está valorizando a sustentabilidade, não está ?

Cadê a comprovação disso na prática ???????

23 de agosto de 2008

Cartel de telecomunicações

Já tratei disso inúmeras vezes por aqui - mas a notícia é fresca:
A Secretaria de Direito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça, abriu ontem processo administrativo para investigar as empresas de telefonia celular - TIM, Vivo, Claro e Oi - por práticas anticompetitivas. As quatro empresas, que detêm juntas mais de 95% dos usuários de celular no País, são suspeitas de fixar elevadas tarifas de interconexão da rede móvel (conhecido tecnicamente como VU-M) cobradas das concorrentes - operadoras de telefonia fixa - pelo uso de suas redes, ao mesmo tempo em que cobram tarifas mais baixas de outros clientes.

A decisão deve ser publicada hoje no Diário Oficial da União (D.O.U.) e as empresas terão 30 dias para se manifestar, a contar da notificação. A interconexão possibilita aos usuários das diferentes operadoras de telefonia fixa ou móvel realizarem e receberem ligações e é considerada fundamental para que haja uma efetiva competição entre as diversas empresas de telefonia. Para cederem suas respectivas redes, as operadoras podem cobrar uma tarifa de uso.

A diretora do Departamento de Proteção e Defesa Econômica (DPDE), Ana Paula Martinez, disse ontem que a legislação prevê liberdade tarifária. No entanto, como a cessão de uso das redes é essencial para viabilizar concorrência, os valores excessivos cobrados pelas donas das redes podem significar criação de obstáculos e dificuldades aos competidores. "Isso provoca um estrangulamento econômico dos concorrentes", afirmou a diretora, acrescentando que o objetivo da investigação não é fixar valores e nem julgar se as tarifas atuais são excessivas, mas determinar se o VU-M cobrado possibilita ou não a exclusão de concorrentes do setor de telecomunicações, colocando em risco a livre competição no País. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
O setor de telefonia, no Brasil, está um horror.
O cliente sofre, e ninguém faz nada. A concorrência é uma piadas - geralmente, inexiste.

Ontem mesmo fiquei sem sinal do Speedy. Liguei para a Telefonica.
Sempre que ligo para a Telefonica acabo com alguma seqüela: dor de cabeça, azia, má-digestão, olheiras etc....
Desta vez, não foi diferente.

Expliquei toda a situação para a primeira atendente (que tinha a dicção de um urso panda recém-nascido).
Ela transferiu para o segundo atendente (que tinha o mesmo padrão de dicção, coisa que deveria ser BANIDA das empresas de telemarketing: não consegue ler o seu script com um mínimo de clareza, procure outro emprego!), a quem expliquei tudo de novo.

Testes pra lá, testes pra cá, o rapaz concluiu que o problema era externo, ou seja, em algum ponto entre a central da telefônica e a minha casa.
Pediu que eu aguardasse o serviço que seria realizado na rede da Telefonica e, caso a situação não se regularizasse até o dia seguinte, disse que eu deveria ligar novamente pedindo o reparo.
Aguardei.
O serviço, CLARO, não normalizou-se.

Liguei novamente.
Dois atendentes depois, o rapaz (nick: Laerte) resolveu o problema.
Ou seja: eu não precisava ter aguardado serviço algum - bastava um pouco mais de esforço, competência ou conhecimento no primeiro dia, e o sinal poderia ter sido restabelecido prontamente.

Coisas do monopólio ou da concorrência cartelizada......

Mudanças no setor de propaganda

A matéria é antiga (26/03/08), mas eu havia separado para comentar devido a ser MUITO interessante, e revelar mudanças nas práticas de mercado devido, inclusive, ao novo comportamento do consumidor e novas mídias.
O tempo acabou passando sem que eu tivesse tido chance de publicar - mas agora vai:
Nas três vezes em que foi realizado, desde 1957, o Congresso Brasileiro de Publicidade marcou viradas importantes do setor. No primeiro, foram criadas as bases da legislação que regulamenta a propaganda brasileira. Do último, que aconteceu 30 anos atrás, nasceu o Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária).

Organizados pela Abap (Associação Brasileira de Agências de Propaganda), os publicitários convocaram ontem todo o setor de comunicação para o 4º Congresso Brasileiro de Propaganda, que acontecerá em julho, em São Paulo. Espera-se, nessa edição, a constituição de mais um marco: o das regras que fundamentarão o modelo de negócios da área para os próximos anos.

"Não existe capitalismo sem regras nem proteção", disse Nizan Guanaes, presidente do grupo ABC, que coordenará uma das comissões do evento. "Não queremos privilégios, mas direitos claros como os do agricultor francês ou da siderurgia nacional. Somos um setor importante da economia e queremos ser tratados como empresários, não apenas como criativos."
Isso porque a matemática do setor, hoje, não fecha. Até poucos anos atrás, o lucro das agências vinha do chamado bônus por veiculação. A prática consiste em concentrar a veiculação do maior número possível de anúncios em determinada rede de TV, rádio, revista ou jornal. Em troca da fidelidade, o meio de comunicação devolve à agência parte da quantia paga.
Com o surgimento de novas mídias, como marketing direto, promocional, de ponto-de-venda e internet, por exemplo, a verba foi pulverizada e o bônus, reduzido drasticamente. As agências partiram para competições agressivas, e os percentuais cobrados sobre as verbas publicitárias despencaram.

"Só que agora os publicitários estão unidos", disse Sérgio Amado, presidente da Ogilvy Brasil. "Agências grandes, pequenas, nacionais e múltis perceberam que não podemos passar pela situação de outros países, onde o setor foi esvaziado."

Em lugares como Espanha, Argentina e México, o modelo de birô de comunicação, no qual a compra de espaço publicitário não passa pelas agências, resultou no encolhimento do mercado. "O efeito foi de terra arrasada, tanto que há empresas de outros países vindo contratar a criatividade brasileira", disse Amado.

Por aqui, as agências começam a testar novos modelos de remuneração, como bônus por sucesso das campanhas, usado pela Ogilvy. Guanaes, por sua vez, planeja ser remunerado com ações dos clientes em troca de seus serviços.

Atrações
É para discutir esse tipo de alternativa, entre outros assuntos, que 25 entidades participarão do congresso. Uma das atrações do evento será o ex-presidente da ONU (Organização das Nações Unidas) e prêmio Nobel da Paz Kofi Annan, que falará sobre liberdade.

Outra será a divulgação de dados oficiais do setor, medidos pela primeira vez pelo IBGE. Baseados em números apresentados pelas próprias agências, as estatísticas do setor existentes até então não são um reflexo fiel do mercado. Isso porque dados como os descontos de bônus por veiculação ou mesmo as novas mídias não entravam na contabilidade.
"Sempre tivemos dificuldades em ter números reais do mercado", disse Dalton Pastore, presidente da Abap. "Esse primeiro levantamento feito pelo IBGE foi o mais difícil, mas daqui para a frente teremos dados precisos do setor."

Alguns números prévios divulgados mostraram que o mercado é bem maior do que alguns imaginavam. O IBGE analisou dados de 2004 e 2005, que mostraram que havia mais de 23 mil agências de propaganda e serviços especializados e 200 mil alunos de comunicação no país. "Achávamos que havia 4.000 agências e 150 mil alunos", disse Pastore.

Interessante notar que o setor de propaganda, no Brasil, sempre foi altamente elogiado, e premiado com títulos internacionalmente relevantes - mas somente agora percebe o quão "desorganizado" é, no sentido de conhecer pouco a si mesmo.

Tal conjunto de ações retratado na matéria (da Folha de São Paulo) é um indicativo de que esta situação deverá mudar em breve.

Quando as coisas simplesmente funcionam

O comercial é genial:

22 de agosto de 2008

O jabá da sustentabilidade - 2

A história do jabá ainda não acabou.......

Já tratei, AQUI, das propagandas da Petrobras suspensas pelo Conar, bem como da incoerência que é atribuir a uma empresa petrolífera o carimbo de "sustentável". Por definição, extração de petróleo NÃO é sustentável em longo prazo.

Bom, o site da Petrobras menciona um tal GRI ("Os critérios para o ranking levaram em conta a adequação a padrões internacionais, como os da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o Pacto Global da ONU, os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), a presença no Índice Dow Jones de Sustentabilidade e a apresentação do Balanço Social e Ambiental, segundo as orientações do Global Reporting Initiative (GRI).").

Ao "fuçar" no site do tal Global Reporting Initiative (GRI), descubro que a Petrobras é uma das patrocinadoras de algumas de suas publicações !!!!

Conflito de interesses ?! Não, imagina.................

A empresa ganha um prêmio que baseia-se nos critérios definidos por uma organização que recebe dinheiro/patrocínio desta mesma empresa......

Ficou claro ?!
Acho que nem precisa desenhar.......

Diante desta situação, o menino-prodígio certamente diria: "Santa coincidência, Batman!"



Eu diria: santo jabá, Batman !

O jabá da sustentabilidade

Esse assunto "sustentabilidade/responsabilidade social" está me enojando.
Cada vez mais.

Ontem, estive pesquisando na web para localizar alguns materiais para ajudar uma de minhas orientandas (da graduação).
Cliques pra lá, cliques pra cá, localizei um lista de publicações no site da WWF Brasil (neste link).
Baixei algumas das publicações, para ler, e verificar se poderiam servir aos propósitos da monografia da minha aluna.
Lastimavelmente, o que li foi aterrorizador.
Se, por uma lado, indica que a ignorância sobre essa coisa de "sustentabilidade" não é um mal crônico apenas brasileiro, por outro percebe-se que o assunto é tão raso quanto uma poça d´água no Saara, inclusive em âmbito mundial.

Uma das publicações disponíveis (aqui) retrata uma pesquisa feita pela filial inglesa do WWF.
O capítulo 2 desta publicação é um verdadeiro acinte à inteligência do leitor.

No início do capítulo, ao tratar de alguns "mitos" (e tentar demonstrar, na sequência, por que são considerados mitos, ou seja, por quais razões são falsos), a publicação diz algo como "conforme foi demonstrado no capítulo 2, os consumidores valorizam muito a sustentabilidade". Porém, o capítulo 2 mal começara, e não há, ao longo deste capítulo, nenhum indicador que corrobore tal assertiva !
A publicação afirma, na introdução, que se propôs a fazer uma extensa pesquisa bibliográfica para, posteriormente, fazer uma pesquisa empírica. Contudo, a pesquisa bibliográfica não existe, e a empírica não tem sua metodologia explicada.

O que significa dizer: pode-se escrever qualquer bobagem, e concluir que a "pesquisa indicou".
Não indicou nada !!!!

Se não é apresentada a metodologia da tal pesquisa, como é que eu vou saber se a pesquisa indicou ou se o cara que escreveu o texto é que acreditava naquilo, e acabou escrevendo qualquer coisa, atribuindo à pesquisa suas crenças ou visões pessoais ?


Uma outra publicação também disponibilizada no site do WWF (aqui) trata de "Marketing Relacionado a Causas", um conceito carinhosamente apelidado de "MRC".
Nem vou entrar no mérito do conceito em si.

Chamo a atenção para os "casos de sucesso" apresentados na referida publicação.

O relatório é produzido por um tal IDIS (www.idis.org.br), uma OSCIP localizada em Pinheiros, São Paulo.
Pois não é que o tal instituto que divulgou o relatório adotou alguns "casos de sucesso" para ilustrar a belezura que são as práticas do tal "MRC" ?!

Quando a gente lê aquilo, já pensa "puxa, que legal". Ao ler os casos apresentados, tem-se a impressão de que tudo é uma maravilha - o texto é sempre elogioso, enaltece as empresas retratadas. Todas as empresas, pelo que se lê, são formadas por pessoas caridosas, magnânimas, extremamente preocupadas com sustentabilidade, responsabilidade social, blábláblábláblá. Ninguém ali se preocupa em bater metas de vendas - o que, por definição, contribui para a "sociedade consumista" criticada na primeira publicação que citei, do WWF inglês.

Depois, descobre-se, no site do próprio IDIS, que os "casos de sucesso", na verdade, são CLIENTES do tal instituto - ou seja, PAGAM ao instituto por serviços prestados.
Contudo, o arquivo não indica isso - e quem lê o arquivo fica com a impressão de que o tal instituto está prestando um "serviço" à sociedade quando, na verdade, ele está apenas se auto-promovendo.

JABÁ PURO.

REPETINDO: o tal instituto COBRA pela consultoria que oferece (aqui) aos seus clientes; depois, publica "casos de sucesso" que apenas promovem estes clientes - mas o faz de maneira que parece que é um serviço de interesse público, o que deveria nortear, por definição legal, uma OSCIP.

Patético.

Vergonhoso.

19 de agosto de 2008

O vendedor de aspirador

Esta "história" já se tornou um clássico nos e-mails, correntes etc. Recebi novamente, e resolvi postar, porque não deixa de ser verdadeiro o "mote":
Uma dona de casa, num vilarejo, ao atender as palmas em sua porta...
- 'Oh de casa, tô entrando!'

Ela se depara com um homem que vai entrando em sua casa e joga esterco de cavalo em seu tapete da sala. A mulher apavorada pergunta:
- 'O senhor está maluco? O que pensa que está fazendo em meu tapete?'

O vendedor, sem deixar a mulher falar, responde:
- 'Boa tarde! Eu estou oferecendo ao vivo, o meu produto, e eu provo pra senhora que os nossos aspiradores são os melhores e mais eficientes do mercado, tanto que vou fazer um desafio: se eu não limpar este esterco em seu tapete, eu prometo que irei comê-lo!'

A mulher se retirou para a cozinha sem falar nada.
O vendedor curioso, perguntou:
- 'A senhora vai aonde? Não vai ver a eficiência do meu produto?'

A mulher responde:
- 'Vou pegar uma colher, sal e pimenta e um guardanapo de papel.
Também uma cachaça para te abrir o apetite, pois aqui em casa não tem energia elétrica!'


Moral da história:
Conheça o seu cliente antes de oferecer qualquer coisa'.

18 de agosto de 2008

Plurais

1 advogado = um doutor
2 advogados = um escritório
3 advogados = uma reunião
4 advogados = uma quadrilha
---------------------------------
1 arquiteto = uma bicha
2 arquitetos = uma bicha e um carnavalesco
3 arquitetos = uma bicha, um carnavalesco e um cabeleireiro
4 arquitetos = uma festa gay
--------------------------------
1 carioca = 1 surfista
2 cariocas = 2 surfistas
3 cariocas = 1 boca de fumo
4 cariocas = um arrastão
---------------------------------
1 gaúcho = um cabra macho, tchê !
2 gaúchos = uma briga de faca
3 gaúchos = um rodeio
4 gaúchos = uma parada gay
--------------------------------
1 baiano = um escritor famoso
2 baianos = uma luta de capoeira
3 baianos = um grupo de axé
4 baianos = um terreiro de macumba
---------------------------------
1 paulista = uma micro-indústria
2 paulistas = uma indústria de médio porte
3 paulistas = uma indústria de grande porte
4 paulistas = uma catástrofe ecológica
---------------------------------
1 paraíba = um porteiro
2 paraíbas = repentistas tirando versos
3 paraíbas = um canteiro de obras
4 paraíbas = um caminhão de pau-de-arara indo para São Paulo
---------------------------------
1 chinês = uma lavanderia
2 chineses = uma pastelaria
3 chineses = uma equipe de pingue-pongue
4 chineses = uma explosão demográfica
---------------------------------
1 italiano = um jornaleiro
2 italianos = uma pizzaria
3 italianos = um ensaio de ópera
4 italianos = uma reunião da máfia
------------------------------ ---
1 português = uma piada
2 portugueses = duas piadas
3 portugueses = três piadas
4 portugueses = quatro piadas
---------------------------------
1 argentino = um alvo móvel
2 argentinos = dois alvos móveis
3 argentinos = melhor usar uma metralhadora
4 argentinos = time do Corinthians
---------------------------------
1 bêbado = um desajustado
2 bêbados = uma despedida de solteiro
3 bêbados = uma festa de formatura
4 bêbados = uma vitória da seleção
---------------------------------
1 estudante = o futuro da União
2 estudantes = uma república em formação
3 estudantes = uma passeata
4 estudantes = um bando de desempregados
---------------------------------
1 petista = idealista
2 petistas = dois camaradas
3 petistas = bando de terroristas
4 petistas = turma do mensalão.

17 de agosto de 2008

Diário de uma motorista

Trechos do diário de uma motorista - mulher e loira !!!!!

5 de Janeiro

Passei no exame de direção!
Posso agora dirigir o meu próprio carro, sem ter que ouvir as recomendações dos instrutores, sempre dizendo: "por aí é sentido proibido!", "Vamos sair da contra- mão!", "Olha a velhinha!", "Freia! Freia!", e outras coisas do gênero. Nem sei como agüentei estes últimos dois anos e meio....

8 de Janeiro

A Auto-Escola fez uma festa de despedida para mim!
Fiquei muito emocionada!
Os instrutores nem sequer deram aulas!
Um deles disse que ia à missa... Julgo que vi outro com lágrimas nos olhos e todos disseram que iam embebedar-se, para comemorar. Achei simpática a despedida, mas penso que a minha carteira não merecia tal exagero.
Eles foram muito generosos! Umas gracinhas mesmo!

12 de Janeiro

Comprei meu carro e, infelizmente, tive que deixá-lo na concessionária para substituir opára-choque traseiro pois, quando tentei sair, engatei marcha-a-ré ao invés da primeira.
Deve ser falta de prática! Também...há uma semana que não dirijo...

14 Janeiro

Já tenho o carro.
Fiquei tão feliz ao sair da concessionária, que resolvi dar um passeio.
Parece que muitos outros tiveram a mesma idéia, pois fui seguida por inúmeros automóveis, todos buzinando como num casamento. Para não parecer antipática, entrei na brincadeira e reduzi a velocidade de 10 para 5 km por hora.
Os outros gostaram e buzinaram ainda mais. Foi muito legal...

22 Janeiro

Os meus vizinhos são impecáveis.
Colocaram posters avisando em grandes letras "ATENÇÃO ÀS MANOBRAS" e marcaram, com tinta branca florescente, um lugar bem espaçoso para eu estacionar e, para minha segurança e conforto,proibiram os filhos de saírem à rua enquanto durassem as manobras.
Penso que é tudo para não me perturbarem.
Ainda há gente boa neste mundo...

10 de Fevereiro

Os outros motoristas tem hábitos estranhos.
Além de acenarem muito, estão sempre gritando.
Não escuto nada, por estar com os vidros fechados, mas parece que querem dar informações.
Digo isto porque julgo ter percebido, através de leitura labial, um deles dizendo:
"Vai para casa ".
Não sei como ele adivinhou para onde eu ia!
Acho isso espantoso.
De qualquer modo, quando eu descobrir onde fica o botão que desce os vidros, vou tirar muitas dúvidas.

19 de Fevereiro

A Cidade é muito mal iluminada.
Fiz hoje meu primeiro passeio noturno e tive de andar sempre com o farol alto aceso, para ver direito.
Todos os motoristas com quem cruzei pareciam concordar comigo, pois também ligaram o farol alto e alguns chegaram mesmo a acender outros faróis que tinham.
Só não percebi a razão das buzinadas..
Talvez para espantar algum bicho. Sei lá.

26 de Fevereiro

Hoje me envolveram num acidente.
Entrei numa rotatória e como tinha muito carro (não quero exagerar mas deviam ser, no mínimo, uns quatro!), não consegui sair.
Fui dando voltas bem juntinho ao centro, à espera de uma oportunidade, de tal forma que acabei por ficar tonta e bati no monumento no centro da rotatória.
Acho que deviam limitar a circulação nas rotatórias a um carro de cada vez.

3 de Março

Estou em maré de azar.
Fui buscar o carro na oficina e, logo na saída, troquei os pés, acelerando fundo em vez de frear.
Bati num carro que ia passando, amassando todo o lado direito.
O motorista , por coincidência, era o inspetor que me aprovou no exame de direção.
Um bom homem, sem dúvida.
Insisti em dizer que a culpa era minha, mas ele educadamente, não parava de repetir para si mesmo:
"É tudo minha culpa! É tudo minha culpa! Que Deus me perdoe!"

Diferenciais de negócios

O vídeo abaixo é muito interessante: num ramo de negócios altamente commoditizado, é possível oferecer alguns diferenciais:



Mais um post da série dedicada aos pequenos negócios....

É preciso destacar, inicialmente, a LOCALIZAÇÃO. A escolha do local é particularmente relevante no varejo (exceto, obviamente, no comércio eletrônico, no qual a localização do depósito é mais relevante, para agilizar e baratear a entrega e facilitar a logística), e o proprietário da banca tem uma localização privilegiada: próximo de uma estação do metrô de grande movimento.

Além disso, são citados o bom atendimento (que passa pelo entendimento das necessidades e desejos dos consumidores), crescimento da região (ambiente de marketing), formas de pagamento diferenciadas e o comportamento do consumidor, parceria com fornecedores, serviço de entregas, percepção dos diferentes tipos de clientes que a banca atende, benchmarking...

O que eu mais gostei foi o seguinte: o proprietário percebe tudo isso, e dá atenção a alguns fatores que muitas empresas, cheias de profissionais com MBAs caríssimos, ignoram.

Percebam que há uma oferta diferenciada no período da manhã e no período da tarde/noite. A rotatividade da exposição dos produtos é outro ponto crucial para o varejo... Outra coisa que é genial: a parceria com outros pontos de venda, como lojas de conveniência.

E tudo isso "inventado" por uma pessoa que nitidamente não teve muita educação formal - e que tem prazer naquilo que faz.

Simplesmente genial !!!!!!

16 de agosto de 2008

Inovação em pauta

O texto a seguir é da HSM-Online:

Para Prahalad, a verdadeira inovação caracteriza-se por ser um potencial jogo de mudanças. Ele vislumbra um futuro onde empresas de ponta serão inovadoras em duas frentes: a primeira, co-criando valor com seus clientes e tratando cada um deles individualmente. A segunda, utilizando recursos de terceiros, especializados e espalhados pelo mundo, em vez de tentar fazer a maior parte das coisas elas mesmas, este que será o desfecho da verdadeira integração global da cadeia de suprimentos.

A maior parte das empresas multinacionais ampliou sua rede de fornecedores mas fez isso pensando em reduzir custos em vez de agregar valor, diz Prahalad. Ao mesmo tempo, a maior parte das empresas sequer começou a "co-criar" valor com seus clientes. Mesmo empresas como a Dell, empresa considerada número um no modelo de produção sob-medida, encontram-se nessa situação, segundo o consagrado pensador e consultor de negócios.

Para dar exemplos de que uma nova era de inovação está em andamento, Prahalad cita a Bridgestone, que está testando um sistema em que cobra os proprietários de frotas de caminhões de carga por milha utilizada de pneus, em vez da forma tradicional de venda. Contratos de precificação são baseados em fatores tais como a carga, manutenção dos veículos, rotas utilizadas e nível de treinamento dos motoristas. As variáveis, como por exemplo, pressão dos pneus e velocidade podem ser monitoradas através de sensores e reportadas ao Data Center da Bridgestone.

Dessa forma, ela, Bridgestone, está se movendo, do modelo transacional de relacionamento com o cliente para o modelo "feito sob medida". Os dados que ela acumula são compartilhados com os clientes para melhorar as operações deles e envolvê-los mais ainda no modelo.

Prahalad também cita outras empresas, como a Apple, Google, ING, McDonald's, e Starbucks, bem como outras empresas de menor porte ou menos conhecidas, como instituições que estão na vanguarda desse modelo de inovação globalizada e personalizada.

É verdade que o sistema é controverso. Um dos exemplos disso é a ICICI Prudential, que introduziu um sistema de seguros de vida na Índia precificado de acordo com a aderência do cliente a um programa de saúde. Ao aplicar o modelo a diabéticos, a ICICI Prudential monitora regularmente os níveis de açúcar no sangue do cliente, além de outras informações estatísticas, praticamente em tempo real, através de diagnósticos realizados remotamente. A ICICI organizou uma rede de fornecedores de serviços médicos, empresas farmacêuticas, empresas de diagnóstico e testes e até mesmo de academias de ginástica, para manter os clientes monitorados. Com isso, ajusta as taxas da apólice de seguro a cada duas semanas ou a cada mês, na medida em que a aderência do cliente ao programa também varia. Clientes que se mantém consistentemente numa faixa "ótima", obtém as melhores taxas. E tudo isso associado a recomendações médicas, de nutricionistas, especialistas em fitness e outros profissionais dessa rede organizada para ajustar a medicação a níveis precisos e melhorar a qualidade de vida das pessoas.

"A gestão do risco é uma responsabilidade comum dos médicos, da empresa de seguro e do paciente", diz Prahalad, para quem a ICICI fornece tanto um produto do segmento da saúde quanto do segmento de seguros.

Baseado no livro The New Age of Innovation: Driving Cocreated Value Through Global Networks.

Novidades

Após um longo período afastado do blog, por razões diversas (trabalho, volta às aulas [ou seja, mais trabalho!], artigos, breve período de descanso e afastamento de computadores etc), retomo com novidades.

Um novo marcador (PME) abrigará alguns temas particularmente relevantes para Pequenas e Médias Empresas.

Quero trazer alguns pontos da minha dissertação, sobre o marketing das pequenas e médias empresas, e ainda aproveitar tais discussões nas aulas. Além disso, como já tenho alguns artigos publicados pela web sobre isso, poderei retomá-los e, em muitos casos, atualizá-los.

15 de agosto de 2008

Caralhocóptero na palestra

Eis um jeito interessante de quebrar a monotonia de uma palestra chata:

Propagandas criativas e bem executadas

Mais algumas propagandas EXCELENTES:







6 de agosto de 2008

Patentes e inovação

Excelente artigo publicado no Valor Econômico de 05/08/08:

Em matéria publicada recentemente no presente jornal ("Queda no registro de patentes frustra política industrial" publicada no Valor de 13/06/08) fica evidenciado que há uma queda considerável no triênio (2005/07) do número de patentes depositadas pelo Brasil nos Estados Unidos, refletindo portanto questionamentos a respeito da política de incentivo à inovação no país.

A utilização do número de patentes como indicador de inovação de um país pode ser absolutamente questionável por diversos motivos. Primeiro, porque há países, a exemplo do próprio EUA, que estabelecem critérios muito abrangentes para análise dos pedidos depositados, permitindo assim uma grande permeabilidade e grande número de concessões de patentes sem que seja acompanhada de uma qualidade, tanto do conteúdo da patente como da invenção em si. Assim, vários depósitos podem cercar uma única invenção, reivindicando diferentes proteções. Ou seja, o número de patentes não é necessariamente equivalente a várias invenções.

Outra consequência igualmente grave é que a possibilidade de se patentear qualquer coisa por um sistema muito permeável, tal como pequenas variações de produtos já consolidados no mercado, incentiva mais uma perpetuação do monopólio e do mercado do que realmente o desenvolvimento de reais inovações.

Segundo, porque nem toda patente leva a uma inovação, além de proteger suas invenções pelo sistema de patentes. Pesquisadores são julgados pelo número de patentes depositadas mesmo que não sejam concedidas ou licenciadas para futuras comercializações.

Ou seja: a patente é um fim ou um meio?

No caso do setor farmacêutico, vários estudos evidenciam que o crescente fortalecimento do sistema de proteção patentária ao longo dos últimos 15 anos não acompanha a taxa de inovação no setor, que é cada vez mais decrescente. Os mesmos ressaltam um aumento do número de medicamentos do tipo "me too" ("eu também" em português) - princípios ativos que seguem um padrão de estrutura molecular já estabelecido num grupo terapêutico, apresentando um mesmo mecanismo de ação farmacológica - com pouco ou nenhum ganho terapêutico.

Um inquérito publicado em abril de 2005 pela La Revue Prescrire concluiu que 68% dos 3.096 novos produtos aprovados na França entre 1981 e 2004 não trouxeram "nada de novo" em relação às preparações previamente disponíveis. De forma similar, a revista científica British Medical Journal publicou um estudo no qual demonstra que nem 5% de todos os medicamentos recentemente patenteados no Canadá podem ser considerados como reais inovações. Além disso, uma análise detalhada de uma centena de novos medicamentos aprovados pela Agência dos Estados Unidos para Regulação de Medicamentos e Alimentos (FDA), entre 1989 e 2000, revelou que 75% não apresentavam benefício terapêutico em relação aos produtos já existentes.

Um terceiro ponto de questionamento é a concessão de patentes injustificadas que apenas estendem o monopólio de objetos já protegidos anteriormente, podendo afetar negativamente políticas sociais - tais como a de acesso a medicamentos -, componente fundamental de uma política de desenvolvimento de um país.

Práticas monopolistas neste setor vêm cada vez mais refletindo uma dificuldade na promoção do acesso a ferramentas essenciais de saúde, em virtude da prática de preços altos por partes das empresas farmacêuticas transnacionais, bem como diminuição do número de fornecedores no mercado internacional.

Ainda que existam as chamadas flexibilidades para proteção da saúde pública previstas no acordo sobre propriedade intelectual (Acordo Trips) da OMC, como é o caso da licença compulsória, muitos países em desenvolvimento vêm sofrendo ataques infundados por parte de países desenvolvidos e suas empresas farmacêuticas.

Não por acaso, foi conduzido durante dois anos um processo de negociação entre os países-membros da Organização Mundial da Saúde (OMS), plantado principalmente pelo governo brasileiro - que propôs junto com o Quênia a resolução -, sobre saúde pública, inovação e propriedade industrial. A base que fundamentou essas discussões partiu de um relatório publicado em 2006 por uma Comissão de especialistas internacionais (conhecida como CIPIH), igualmente comanditada por iniciativa desses países na OMS, chegando a um diagnóstico muito simples: o atual sistema de patentes, que permite a concessão de monopólios, não estimulou o desenvolvimento de inovações em saúde orientadas para as necessidades dos países em desenvolvimento e afetou o preço e o acesso a produtos essenciais, tal como presenciamos com o caso dos anti-retrovirais para Aids.

Em maio de 2008, chegou-se, após luta árdua, a uma Resolução da Assembléia Mundial de Saúde que solicita a criação de um grupo de trabalho com especialistas para avaliar "propostas para fontes novas e inovadores de financiamento para estimular a Pesquisa e Desenvolvimento" para enfrentar as necessidades em saúde dos países em desenvolvimento. O desafio agora é estudar modelos de incentivo à inovação que sejam orientados pelas necessidades em saúde, e não pela lucratividade potencial do mercado. Também estão na mesa propostas ainda incipientes de estudiosos de diferentes partes do mundo, que buscam desvincular o custo da inovação do preço dos medicamentos, tais como modelo de prêmios, pool de patentes e outros. Além disso, também foi a oportunidade de garantir apoio da OMS para que os países em desenvolvimento possam utilizar as flexibilidades do Trips de proteção à saúde pública.

Espera-se, portanto, que o Brasil tenha coerência interna no âmbito da nova política industrial que contempla o novo complexo industrial de saúde, para que sejam buscadas inovações voltadas para as necessidades do país e dos demais países em desenvolvimento, muito embora isso não vá significar necessariamente um aumento no número de patentes.

Gabriela Costa Chaves é farmacêutica da Campanha de Acesso a Medicamentos Essenciais de Médicos Sem Fronteiras

5 de agosto de 2008

Oportunidades de negócios oriundas do turismo

Algumas idéias simples de negócios, mas que, ainda assim, podem render bons resultados:



Alguns pontos que eu destaco desse vídeo:

1 - Saber aproveitar as oportunidades: a região oferece possibilidades para serviços ligados ao turismo - e isso o Brasil tem de sobra ! Os empreendedores apresentados na matéria conseguiram aproveitar bem as oportunidades - coisa que muita gente simplesmente não consegue !

2 - Há serviços com custos altos, é verdade; mas há, também, oportunidades para serviços mais simples, com custos fixos baixos. Pode atrair gregos e troianos....

3 - Parcerias: as empresas instaladas nos locais turísticos podem (e devem!) buscar parcerias com empresas de grandes capitais, que acabam servindo como força de vendas: o morador da cidade (geralmente estressado com trânsito, trabalhando muito e com poucas opções de diversão CALMA) busca estas empresas, nas cidades, e elas podem oferecer serviços em locais distantes...... Temos, aí, o estudo do comportamento do consumidor criando oportunidades, desde que se saiba fazer uma boa segmentação, e criar uma OFERTA DE VALOR.

3 de agosto de 2008

Avaliação dos resultados de ações de MR

Nas leituras do final de semana, um destaque merece a citação:
O marketing de relacionamento surge na década de 1980, estimulado pela crescente concorrência, estagnação do crescimento dos mercados e desenvolvimento tecnológico. As ações de marketing de relacionamento visam estreitar a ligação entre empresa e cliente, estimulando a fidelidade do cliente e buscando a rentabilidade a partir de uma série de negociações com o mesmo cliente ao longo de tempo.
Os investimentos em marketing de relacionamento só podem ser justificados caso a empresa conquiste seus objetivos e se aproprie de benefícios que essas ações podem trazer.

A avaliação de resultados é, portanto, ferramenta fundamental, mas não existe hoje, um método consolidado de avaliação de resultados de ações do marketing de relacionamento.
Nesse contexto, este estudo enfoca a avaliação de resultado do marketing de relacionamento, voltando-se para o relacionamento das empresas com o cliente final.

O tema é tratado com base em uma revisão teórica que trabalha três principais blocos:
i) valor percebido e vantagem competitiva;
ii) marketing de relacionamento, seu conceito, benefícios esperados de ações de relacionamento e as práticas trabalhadas;
iii) avaliação de resultados e controle.

É desenvolvida uma pesquisa de campo, de natureza qualitativa e caráter exploratório, utilizando o método de estudo de casos múltiplos. São trabalhadas três principais empresas de um mesmo segmento. O segmento escolhido foi o de cartões de crédito, por apresentar grande prática na aplicação do marketing de relacionamento. O trabalho é finalizado com a análise das ações do marketing de relacionamento desenvolvidas e dos métodos de avaliação de resultados aplicados.

Observou-se que as ações do marketing de relacionamento desenvolvidas pelas duas empresas que possuem contato direto com o cliente final muito se assemelham e apresentam grande coincidência com o que é apontado pela literatura. Uma das bandeiras, porém, não tem contato direto com o cliente final e apresenta diferenças significativas nas ações desenvolvidas.
Os métodos de avaliação de resultado nas empresas pesquisadas são bastante similares ao proposto pela teoria estudada.
Os principais objetivos apontados são: a fidelização do cliente, o entendimento das necessidades dos clientes e a maior lucratividade. Já as variáveis analisadas como indicadores de resultados são: grupo de controle, fidelidade do cliente, avaliação financeira, entendimento das necessidades dos clientes, satisfação do cliente, qualidade do produto, conhecimento e imagem de marca, inconveniência de o cliente mudar de fornecedor, retenção de clientes/churn, recompra, quantidade/volume vendido, custo de aquisição de clientes, aquisição de cliente e valor vitalício do cliente.
Para ler o arquivo na íntegra, veja aqui. Vale a pena.

Responsabilidade social - algumas leituras

E lá vamos nós........
As leituras do fim de semana (que, aliás, foram coincidência pura, pois andei buscando alguns arquivos específicos, mas no processo de busca na web, acabei "esbarrando" em alguns, que faço questão de comentar) renderam mais 2 contribuições às discussões sobre responsabilidade social - um tema recorrente por aqui.

Vamos por partes, como ensinou o mestre Jack.

Este arquivo AQUI é uma dissertação que chega a algumas conclusões bastante interessantes (com grifos meus, em negrito):
Os resultados, em sua maioria, não foram capazes de rejeitar a hipótese nula do modelo, isto é, de que não há relação estatisticamente significante entre o desempenho social e o desempenho financeiro corporativos.
Entretanto, as regressões que utilizaram indicadores contábeis de desempenho financeiro apresentaram resultados que indicariam, em alguns períodos de análise, a existência de uma relação positiva entre as duas formas de desempenho, corroborando, em parte, com a idéia de que a administração dos stakeholders acarretaria desempenho financeiro superior às empresas.

Porém, a seqüência causal do relacionamento não foi clara, dado que tanto um melhor ou pior desempenho social corporativo foi causa de um melhor ou pior desempenho financeiro, como também o segundo foi causa do primeiro.

Por sua vez, a relação entre os indicadores de mercado do desempenho financeiro das empresas e o indicador de desempenho social corporativo apresentou-se bastante contraditória, o que corrobora com resultados alcançados em pesquisas e trabalhos anteriores sobre o tema.


Finalmente, a variável de controle de Tamanho da Empresa mostrou-se não significante para o modelo, enquanto a variável de controle de Setor de Atuação apresentou resultados bastante diversos.

Dessa forma, os resultados mostraram-se pouco conclusivos, fato explicado pela literatura existente que identifica as limitações conceituais, como a indefinição de conceitos-chave, e empíricas, como a ausência de banco de dados ou deficiências dos existentes, que permeiam a maioria das pesquisas existentes sobre o tema e que se agravam na realidade brasileira.
Esta outra leitura AQUI é uma tese, sobre o mesmo tema. Contudo, ao final da leitura, pode-se perceber o forte viés (que, num trabalho científico, jamais deveria existir) imposto pela autora, ainda que os resultados da pesquisa convirjam para os mesmo da pesquisa supracitada - ou seja: ninguém sabe o que é esse negócio, e ainda não se sabe quais suas implicações gerenciais.

Em suma, enquanto muita gente alardeia a importância da "responsabilidade social" ou mesmo da "sustentabilidade", a verdade é que ninguém sabe do que está falando.

E, para complementar, um texto mais do que interessante, que mostra que o consumidor NÃO dá importância à responsabilidade social propagada pelas empresas, AQUI.

Destaco esse último arquivo, pois muitas empresas, coitadas, têm gastado tufos em propagandas e ações promocionais diversas para tentarem "colar" sua imagem na resposnsabilidade social ou na sustentabilidade.
Em vão.

O título da matéria é direto e objetivo: Responsabilidade social corporativa não é a prioridade dos consumidores.

Alguém precisa alertar Bradesco, Itaú, HSBC, Real e outros bancos, que têm investido milhões, à toa.

Culpada: a miopia de marketing.

1 de agosto de 2008

Acabou...

Julho acabou.
Acabaram as férias letivas (que, por sinal, não aproveitei como pretendia, pois trabalhei pacas).
Acabou a semana.

Mas, pelo menos, não acabou o bom humor.

Ainda.







Mais velhos - mais consumidores

Achei esta matéria, do programa "Pequenas Empresas & Grandes Negócios", genial - ela trata do aumento do contingente de idosos no Brasil (aliás, essa tendência é mundial, e não apenas brasileira), e, de quebra, mostra algumas EXCELENTES sacadas de serviços direcionados a este segmento:



Duas empresas que conseguiram, a partir de uma percepção da necessidade de um segmento específico, desenvolver 2 tipos de serviços extremamente úteis, com demanda crescente - e, de quebra, custos reduzidos.

Exemplos excelentes de compreensão sobre o que é VALOR PERCEBIDO por um segmento, e, a partir da identificação do comportamento de consumo deste segmento, oferecer exatamente o que é necessário para satisfazê-lo..... (isso eu tenho que usar nas aulas, porque achei genial!)