Marketing, economia, administração, educação, política, música - enfim, um pouco de tudo.
31 de março de 2008
OXÍMORO
Por exemplo: "o grito do silêncio","silêncio ensurdecedor", "obscura claridade", "contentamento descontente" "ilustre desconhecido", e por aí vai.
Escola Superior de Guerra, noutro exemplo, é um oxímoro, na opinião de Millôr Fernandes: segundo ele, sendo de guerra não poderia ser superior.
Pois é.
O Brasil, além de tudo, é mesmo um país oximoroso. O autor da descoberta é o professor de português Sérgio Rodrigues. No país, temos vários oxímoros. Um dos mais óbvios:
"Conselho de Ética do Senado"
GLOBALIZAÇÃO
A Morte da Princesa Diana.
Por quê?
Uma princesa inglesa com um namorado egípcio, tem um acidente de carro dentro de um túnel francês, num carro alemão com motor holandês, conduzido por um belga, bêbado de whisky escocês, que era seguido por paparazzis italianos, em motos japonesas.
A princesa foi tratada por um médico americano, que usou medicamentos brasileiros.
E isto é enviado a você por um brasileiro, usando tecnologia americana -(Bill Gates), e, provavelmente, você está lendo isso em um computador genérico que usa chips feitos em Taiwan, e um monitor coreano montado por trabalhadores de Bangladesh, numa fábrica de Singapura, transportado em caminhões conduzidos por indianos, roubados por indonésios,descarregados por pescadores sicilianos, reempacotados por mexicanos e, finalmente, vendido a você por judeus, através de uma conexão paraguaia.
Isto é GLOBALIZAÇÃO !!!
Poema para todos os dias
Nossa respiração confunde-se com a do outro...
Nossos movimentos são sincronizados... indo e voltando... para frente e para trás ...
Às vezes pára, e então, quando nos cansamos da mesma posição, nos esforçamos para mudar, mesmo que seja só por pouco tempo.
O suor de nossos corpos começa a fluir sem nada que possamos fazer...
Um calor enorme parece que nos fará desmaiar...
Uma força ainda maior nos faz ficar ainda mais colados um ao outro e, quando não agüentamos mais segurar...
Uma voz ecoa em nossos ouvidos: . . . . .
- Estação SÉ, desembarque pelo lado esquerdo do trem!
Mais modismo: marketing viral
Depois de algum tempo sem escrever sobre minha campanha anti-modismo imbecilizante no marketing, leituras recentes me levam a tratar de mais um termo imbecil, para dizer o mínimo.
Na semana passada, ao ler o caderno de Informática da Folha, me deparei com uma matéria de capa, tratando do "Marketing Viral".
O texto da Folha de São Paulo (na íntegra para assinantes AQUI) começa assim:
Você está prestes a ser infectado por um vírus que faz com que você passe adiante mensagens e vídeos, simplesmente porque gostou do conteúdo deles. Mas, por trás da iniciativa, estão agências de publicidade, que investem em uma estratégia chamada marketing viral. Divulgadas em blogs, fóruns e redes sociais, como o Orkut, as campanhas têm como objetivo espalhar um conteúdo boca a boca -nesse caso, link a link.
A matéria é extensa, então não vou transcrever na íntegra. Porém, destaco algumas passagens relevantes para a discussão ora apresentada:
Apesar de amplamente utilizadas, somente 15% das campanhas de marketing viral atingiram seus objetivos, segundo estudo da Jupiter Research publicado em outubro último. As empresas ainda estão aprendendo a utilizar esse tipo de mídia, avalia Marcos Telles, coordenador geral de cursos da ADVB (Associação dos Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil). Ari Meneghini, diretor-executivo do IAB (Interactive Advertising Bureau Brasil) acredita que é preciso melhorar. "Tem muito publicitário achando que qualquer videozinho no YouTube vai ser viral."
Há duas semanas, um funcionário da agência Riot enviou uma sugestão de pauta para o blog Futepoca (www.futepoca.com.br) sobre a recuperação do jogador Ronaldo. Havia indicações de como o post deveria ser escrito e insinuações sobre uma possível parceria se ele fosse publicado. A equipe do Futepoca condenou a prática. "Se a blogosfera quiser ser tratada como uma mídia responsável, deve se preocupar e discutir sua relação com a publicidade", escreveu Glauco Faria no blog.
MAIS UMA VEZ, como é tão usual, fala-se sobre um tipo de ação de promoção e comunicação como se isso fosse "equivalente" ou "sinônimo" de marketing.
Será que precisa desenhar ?????
Em posts anteriores, já tratei dessa questão de o consumidor confiar mais numa "dica" de um amigo do que numa propaganda. Quanto a isso, não há nenhuma dúvida ! O termo, amplamente estudado, é "propaganda boca-a-boca" (ou, no inglês, "word of mouth"). Muita gente séria já escreveu (e ainda escreve) sobre isso, então é fácil pesquisar.
Agora...... daí a chamar algo tão simples (conceitualmente, pelo menos) de "marketing viral" ?!
Precisa dessa frescura ?????
Um desinformado que seja bombardeado por bobagens desse tipo (e, como já cansei de dizer, na internet em especial vemos MUITA bobagem escrita) pode concluir que "marketing viral" é um "tipo" de marketing, assim como existem os "tipos" marketing político, marketing pessoal, marketing esportivo, e tantas outras nomenclaturas estúpidas e vazias.
Andei "passeando" por alguns blogs que se dedicam ao tal "marketing viral", e achei inclusive a terminologia "marketing de guerrilha". Alguns links que eu consultei: aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.
É divertido ver gente escrevendo sobre um assunto que representa, basicamente, a anti-matéria.
Acabei lembrando de uma tese que li, há alguns anos, intitulada "O niilismo de Schopenhauer".
Obviamente não estou comparando a tese às besteiras que li nos links supracitados.
A única relação é o "niilismo".
Daria, inclusive, para inaugurar outro blog: "O niilismo do marketing viral".
Decerto teria audiência, além de originar uma série de livros idiotas e igualmente niilistas, mas que venderiam muito.......
Oops, acho que vou escrever um monte de bobagens, mandar para uma editora e ficar rico !
Dane-se o bom senso !!!!!!!!!!!!
Afinal, é fácil, né ?!
E, para arrematar o post, um texto que mostra que não é preciso nenhuma terminologia cretina para tratar do marketing e de todas as ferramentas que ele nos oferece para lucrar:
Quando o assunto são redes sociais da internet, como os sites de relacionamentos, logicamente estamos nos referindo a atividades que nascem e morrem na própria web, correto? Não necessariamente, como fica claro ao se observar uma tendência que cresce entre empresas relacionadas a práticas esportivas. Em vez de privilegiar a reunião de consumidores apenas em comunidades virtuais, como é comum, as companhias do setor apostam em estratégias que começam na plataforma digital e se estendem em eventos do "mundo real", como festas e atividades esportivas. O objetivo é estreitar relacionamento com clientes, servindo-se das comunidades como ferramenta para ampliar e fidelizar consumidores.
É exatamente o que faz agora a Adidas. A empresa lança no momento uma estratégia que contempla a criação de uma grande comunidade virtual que extrapola os limites da web. Com o nome de Adidas Code, a ação tem como foco congregar consumidores adeptos da prática da corrida. A campanha conta com site que apresenta conteúdo específico relacionado ao chamado running - como é chamado o mercado de corrida-, como dicas de treinamento, alimentação balanceada e orientação de especialistas em condicionamento físico.
Além do conteúdo informativo, há uma série de benefícios para estimular a participação dos membros dentro e fora da web. Descontos para a inscrição em competições exclusivas patrocinadas pela Adidas e compra de itens da linha running, como tênis e agasalhos, estão entre eles. "A idéia é, quanto maior for a interação por parte do membro, maior o valor de descontos para compras de produtos, entre outras vantagens", explica Mariana Fleury, diretora de atendimento da B/Ferraz, agência responsável pelo desenvolvimento do Adidas Code.
Outro importante elo da cadeia de negócios da área esportiva, as academias de ginástica também enxergaram nas comunidades virtuais uma aliada para prestar serviços e estreitar relacionamento. A Companhia Athletica, rede composta por 13 unidades em diferentes cidades e um total de 30 mil alunos, inspirou-se na web 2.0, de cunho colaborativo, para criar o GenteCia. Trata-se de uma rede social exclusiva para alunos e colaboradores da empresa e que contou com investimento de R$ 90 mil. Ela permite que os clientes tenham acesso a dicas de condicionamento físico e alimentação, por exemplo. Tem até espaço para classificados. "Os participantes podem divulgar a venda de serviços profissionais, caso de professores e médicos, ou mesmo produtos, como carros", diz Rafael Kiso, diretor de tecnologia da Focus Networks, agência de negócios digitais responsável pelo desenvolvimento da GenteCia. "O meio digital se tornou uma eficiente plataforma de relacionamento com o cliente", afirma Marcos Nisti, diretor de marketing da Cia Athletica. As atividades fora do meio digital também estão no foco das estratégias." As ações transcendem o digital e envolvem atividades físicas fora da web".
O texto na íntegra está aqui.
E foi escrito sem precisar recorrer a nenhum termo cretino...
Inovação e atitude empreendedora
Inovação e atitude empreendedora
A PROSPERIDADE de uma sociedade é resultado da sua atitude empreendedora e da sua capacidade de inovação. Ambos os conceitos, portanto, estão intimamente ligados, e a competição no comércio internacional tem sido vencida pelos países que melhor unem essas duas habilidades. Quando se fala de inovação, muitas vezes essa idéia nos remete à descoberta de um determinado produto ou serviço.
Entretanto ela também pode ocorrer em processos industriais, de marketing, de logística, entre outros que, geralmente, rompem as barreiras do conservadorismo, reduzem custos e permitem um maior acesso da população a bens e serviços.
Apesar de os esforços nessa área terem sido intensificados no Brasil, ainda estamos muito aquém nessa corrida. Para ter uma idéia, o país investiu cerca de US$ 33 bilhões em P&D em 2006, enquanto a China bateu os US$ 140 bilhões, a Índia, US$ 58 bilhões, e os Estados Unidos, US$ 320 bilhões. Um indicador clássico -o número de patentes requeridas por país- demonstra que, naquele ano, a China requereu dez vezes mais patentes que o Brasil, segundo consultorias internacionais.
Uma das causas desse atraso é o distanciamento histórico entre os meios empresarial e acadêmico, que, felizmente, tem diminuído, com destaque para a atuação do Ministério da Ciência e Tecnologia.
Mas, talvez, essa aproximação entre universidades e empresas não esteja se dando com a rapidez necessária que a realidade mundial exige. Vale lembrar que os países mais prósperos são aqueles em que a inovação se traduz em benefício para a vida real, ou seja, sai das universidades e é aplicada pelas empresas de diferentes segmentos da economia.
Para aproximar ainda mais as universidades do meio empresarial é preciso construir contratos inteligentes, de forma que ambos os lados ganhem com isso. A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias) é um bom exemplo: o seu sucesso, além do quadro de bons pesquisadores, está na proximidade com o campo, isto é, com os potenciais usuários das tecnologias que desenvolve.
Sem dúvida, o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente. Mas o importante é que a inovação e a inquietação da atitude empreendedora devem estar presentes em cada um de nós. Será que no Brasil a administração pública, as empresas e as universidades têm níveis adequados de inovação e empreendedorismo diante da realidade mundial? A resposta é não. O maior limitador do desenvolvimento, seja nas grandes empresas ou no Estado, tem sido a falta de espaço dado ao empreendedorismo e à inovação. Portanto, ser empreendedor no Brasil não é somente encontrar saídas inovadoras aos obstáculos que impedem o desenvolvimento, como a burocracia, a educação precária e o sistema tributário arcaico. Ser empreendedor pressupõe também verificar o nível de inovação aplicado nas empresas ou nas instituições e dar estímulos para a formação científica dos jovens. Afinal, o progresso do conhecimento e o crescimento econômico andam juntos.
JORGE GERDAU JOHANNPETER , 71, é presidente do conselho de administração do grupo Gerdau, presidente fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC) e coordenador da Ação Empresarial.
Felizmente, não há apenas "monges e executivos" à disposição de leitores interessados em textos realmente bons....
30 de março de 2008
Prole
Felizmente, em 2005 eu havia registrado o "domínio" (nem sei se é o termo mais adequado) dentro do blogger - muito antes da "febre" dos blogs.
Mas acabei, desde então, "esquecendo" do tal registro.
De qualquer forma, está no ar um blog muito mais pessoal, e muito mais flexível. Lá, abrigarei posts e comentários de temas mais diversificados e menos sérios do que aqui no Marketing Room.
Trata-se de um espaço informativo, sim, opinativo, mas sem deixar de lado o humor. Além, é claro, de abrigar temas como música e variedades, cultura, internet, tecnologia etc.
Assim, o Marketing Room fica "apenas" com o marketing - o que, aliás, não é pouco.
Eis o link da "prole" do Marketing Room: http://carlosmunhoz.blogspot.com/
A mulher explicada pelos engenheiros




29 de março de 2008
Uma crônica da Microsoft: o paradoxo de marketing
Estamos no início de 2007.
Jon instalou o Windows Vista em duas máquinas, e descobriu que a impressora e outros produtos não funcionavam; precisou voltar para o Windows XP em um dos PCs para usar os periféricos. Quando Steven ficou sabendo das dificuldades, disse: "Tem acontecido com todo o sistema".
Há ainda o caso de Mike, que comprou um laptop com o adesivo "Compatível com Windows Vista". Sendo assim, acreditou que executaria os programas favoritos da Microsoft, como o Movie Maker. "Eu me lasquei", disse. O novo laptop não possui o chip gráfico requerido e tampouco executa seu programa favorito de edição de vídeo, ou qualquer outra coisa que não uma versão claudicante do Vista. "Eu possuo hoje uma máquina de e-mail de US$ 2.100", contou.
Acontece que Mike pode ser tudo, menos um usuário inexperiente. O nome dele é Mike Nash, vice-presidente da Microsoft para o desenvolvimento de produtos. Jon responde por Jon A. Shirley, membro do quadro de diretores da Microsoft. E Steven é Steven Sinofsky, vice-presidente sênior da empresa.
As declarações deles constam de uma série de comunicados internos da Microsoft. Uma ação jurídica iniciada contra a empresa, em março de 2007, nos EUA, obrigou a divulgação de documentos internos.
Os autores da ação alegam que o "Compatível com Windows Vista" é enganoso quando colocado em PCs incapazes de executar as versões que têm os recursos alardeados pela Microsoft como sendo as vantagens características do Vista. Entre as mensagens, há queixas de altos executivos da Microsoft transformados em usuários insatisfeitos do Vista.
Hoje, a empresa gaba-se de ter o dobro de drivers disponíveis do que quando do lançamento do sistema. Mas a performance e os recursos gráficos continuam a ser um problema.
O texto completo (sem as pequenas adaptações que eu fiz aqui, aliás) foi publicado na Folha Informática da quarta-feira, dia 26/03/2008, na íntegra AQUI. Historinha interessante sobre o desenvolvimento de um produto tão relevante para a Microsoft, uma das maiores empresas do mundo. Leitura essencial, eu diria.
Somando-se alguns fatores, podemos ver que mesmo empresas do porte da Microsoft mantêm este hábito assaz irritante de "tocar um foda-se" para o consumidor.... Basta ler esta matéria AQUI, do New York Times (em português).
Outra matéria que merece leitura está aqui, e trata do mesmo problema. Em que pese o viés dado a este texto, defendido por fãs da Apple, há revelações interessantes, e alguns links complementares para quem desejar aprofundar-se na questão.
Ainda sobre a Microsoft, li recentemente (aqui) sobre uma parceria com o Submarino, muito interessante.
Os usuários de todas as versões do Windows Vista podem utilizar o serviço de revelação online do site de comércio eletrônico por meio da Galeria de Fotos do Windows Vista ou da Galeria de Fotos disponível para download no Windows Live.
De acordo com o gerente de produto Windows da Microsoft Brasil, Ricardo Wagner, o objetivo da iniciativa é oferecer aos usuários diversas opções de serviços integrados dentro do ambiente digital. "O anúncio da parceria faz parte da estratégia software mais serviço da Microsoft, possibilitando que as pessoas possam tirar o melhor proveito do software, da conexão entre dispositivos e da evolução da web", comenta o executivo.
Para utilizar o serviço é necessário que o computador esteja conectado à Internet. O usuário seleciona as imagens que deseja revelar dentro da Galeria de Fotos e clica no ícone Imprimir, escolhendo a opção Submarino Revelação. O upload dos arquivos é feito automaticamente e enviado via web.
O prazo para o recebimento das fotos é de dois dias úteis, em média. Os valores das ampliações variam de acordo com a quantidade de imagens enviadas e dos formatos escolhidos, iniciando por R$ 0,39 a unidade no tamanho 10X15. Os clientes podem personalizar a impressão das fotos, determinando o tipo do papel, borda, tamanho, além de solicitar as imagens gravadas em um CD.
A iniciativa revela a importância de agregar serviços complementares a produtos e/ou serviços já existentes.
Interessante perceber que ao mesmo tempo em que a empresa busca uma diferenciação (através da adoção de serviços complementares que aumentem o valor percebido pelo consumidor), ela também demonstra descaso para com as necessidades e desejos dos clientes que adquirem seus softwares......
Um paradoxo do marketing moderno.... Ou, nas sábias palavras de Theodore Levitt, MIOPIA DE MARKETING.
Tetra-Pak
A Tetra Pak revitalizou sua marca com o objetivo de reforçar sua identidade global e o conhecimento sobre o que a empresa faz e o que ela representa. Segundo a empresa, a revitalização dá vida ao slogan “Protege o que é bom”, que atualmente pode ser encontrado em mais de 100 bilhões de embalagens da Tetra Pak ao redor do mundo.
Em janeiro, a Tetra Pak lançou sua nova identidade gráfica, que coloca a promessa “Protege o que é bom” no coração da marca, com uma aparência mais colorida, evidente e revigorada.
A nova identidade da marca foi desenhada para ajudar a diferenciar a empresa e apoiar sua posição em um mercado cada vez mais competitivo. O trabalho da marca foi desenvolvido pela empresa Ogivly Group UK, que conduziu uma revisão global da identidade da marca Tetra Pak.
A empresa, com mais de 50 anos no Brasil (ver aqui), tem uma história interessante. Algumas imagens sobre sua história, aliás, encontram-se AQUI.
Vela e pena ver.
28 de março de 2008
Novos consumidores
O cenário é ideal para a maturidade do mercado de consumo em todas as classes: o aumento da classe C se consolida, as classes D e E diminuem, a desigualdade de renda é menor em todos os níveis, a renda disponível é maior, assim como a confiança na economia do País. São essas as principais constatações do Observador Brasil 2008, pesquisa encomendada pela financeira do grupo francês BNP Paribas, a Cetelem, em parceria com o Instituto de Pesquisa Ipsos.
Com o intuito de compreender as regiões em que atua, a financeira francesa trouxe ao país pela terceira vez o Observador. A pesquisa também é feita em outros países, como França, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha e Bélgica, o que permite uma avaliação global, comparando os diversos mercados na pesquisa brasileira. Os dados foram coletados a partir de 1.500 entrevistas, pessoais e domiciliares, de habitantes de 70 cidades e 9 regiões metropolitanas.
De acordo com a pesquisa, a classe C saltou de 36%, em 2006, para 46%, chegando a 86 milhões de pessoas, em 2007. Já as classes D/E, que até 2006 tinham uma proporção maior que a C, apresentaram uma queda de 46% para 39%, caindo para 73 milhões de pessoas, em 2007.
A pesquisa demonstra também que houve diminuição na desigualdade de renda, com uma ligeira queda da renda média das classes A/B, ascensão de um grande contingente para a classe C e um pequeno aumento da renda média das classes D/E.
Em 2005, a renda média familiar das classes A/B era R$ 2.484. Ela caiu sucessivamente para R$ 2.325 e depois atingiu R$ 2.217 em 2007 – o que corresponde a uma redução de cerca de 11%. Nas classes D/E a renda média familiar subiu de R$ 545 em 2005 para R$ 571 e depois R$ 580 em 2007. Um crescimento de pouco mais de 6%. A renda média da classe C permaneceu no mesmo patamar quando se consideram esses três anos: algo em torno de R$ 1.100. É importante ressaltar que o número de pessoas que passou de D/E para C teve um aumento de sua renda média mensal de R$ 580 para esses R$ 1.100.
Outro acontecimento positivo foi a melhoria da renda disponível das classes C e D/E. A renda disponível das classes D/E foi negativa em 2005, - R$ 17, terminando o ano no vermelho. No entanto, em 2006, praticamente zeraram obtendo uma renda disponível de um pouco mais de R$ 2. E, agora em 2007, conseguiram atingir R$ 22 de renda disponível.
A classe C também experimentou aumento de renda disponível. Ela era R$ 122 em 2005, passou para R$ 191 em 2006 e caiu para R$ 147 em 2007. Apesar da queda no último ano, quando se toma todo o período, o crescimento foi de 20%, algo bastante significativo. Apenas as classes
As classes A/B viram diminuir sua renda disponível, caindo de R$ 632 em 2005 para R$ 506 em 2007, uma redução de 20%.
De acordo com o Observador, os maiores crescimentos na intenção de compra de bens foram para móveis, eletrodomésticos, lazer/viagem, TV/Hi-Fi/vídeo, telefone celular, computador para casa e decoração. Foram 7 de 12 itens analisados.
Renda em alta, renda disponível em crescimento, otimismo também. Quando se perguntou, em 2005, qual a nota que as pessoas davam para a situação atual do Brasil, esse número atingiu 4,7 entre 0 e 10. Em 2006 foi para 5,2 e finalmente para 5,3 em 2007. A nota média dada pelo brasileiro para a situação atual do país é superior a nota dada pelo europeu, 4,9.
O ano de 2007 reforça ainda mais este otimismo. Nas regiões brasileiras a nota média conferida à situação do Brasil aumentou de forma diferenciada. Sul e Sudeste tiveram um padrão de crescimento semelhante entre si, mas diferente de Norte, Centro-Oeste e Nordeste.
Cartelização ou evolução ?
Primeiro, a notícia.Depois eu comento.
Foi fechada nesta quinta-feira, 27 de março, a compra da Brasil Telecom pela Oi. Os acionistas das duas operadoras telefônicas chegaram enfim a um acordo final que permitiu a negociação iniciada há tantos meses e por tantas vezes postergada.
A Brasil Telecom opera nas regiões Centro-Oeste e Sul e a Oi mantém atuação no Norte, Nordeste e Sudeste. Está prestes a entrar em São Paulo, até agora o único estado a estar de fora de sua geografia. Por cerca de R$ 5 bilhões, foi fechada a compra mais comentada dos últimos tempos no Brasil.
Participaram, além do Citigroup, Opportunity e fundos de pensão, pelo lado da BrT, os acionistas da Oi, Andrade Gutierrez, BNDES e La Fonte. A última pendência, agora vencida, era a resistência dos acionistas em flexibilizar as exigências do acordo entre as teles. A Oi será a operadora de telecomunicações de capital nacional, com convergência de tecnologias e licenças, oferecendo telefonia fixa, celular, banda larga e TV por assinatura.
A notícia, na íntegra, pode ser lida AQUI.
Informações complementares podem ser localizadas aqui, aqui, aqui e aqui.
Eu já tratei desta questão anteriormente.
Me parece que a fusão não trará grandes benefícios a ninguém, exceto políticos corruPTos e incomPTentes cujos filhos já abocanharam milhões e tendem a ganhar mais.
Os consumidores terão de conviver com maior concentração de serviços nas mãos de menos empresas - muitas delas, aliás, incompreensivelmente inaptas para oferecer bons serviços.
Como se não bastasse, a lei que trata da questão foi convenientemente modificada exclusivamente para atender as demandas da empresa que injetou milhões na empresinha furreca do filho do incomPTente-mor do Brasil.
Um acinte aos cidadãos que respeitam as leis e não têm como alterá-las conforme sua conveniência.
A lei deve retratar o potencial de competitividade de setores estratégicos do país, e não buscar o benefício de "privilegiados".
Esta visão tapuia, burra, bem PTista mesmo (um pleonasmo colocar "PTista" e "burro" na mesma sentença, mas enfim.....), no longo prazo, acaba minando a concorrência e, por conseqüência, a competitividade do país no setor.
Lastimável.
27 de março de 2008
O maldito celular
IMPAGÁVEL:
26 de março de 2008
Teoria dos Jogos
O que a teoria dos jogos tem a ver com sua vida e com sua empresa
por Abraham Shapiro
Exemplo 1:
Uma pequena cidade do interior tem dois postos de combustíveis: o Posto A e o Posto B. O preço pelo qual ambos oferem gasolina é R$ 2,00 o litro. A qualidade é a mesma, já que os dois compram da mesma distribuidora ao preço do litro a R$ 1,50. Suponha que consumidores buscam preço baixo. Sabendo disso, o Posto A resolve baixar o preço para R$ 1,99. O que acontece? Ele conquista 100% do mercado varejista de combustíveis local. Qual a reação esperada do Posto B? Baixar para R$ 1,98. A guerra – saboreada pelos consumidores – chega ao ponto de ambos os postos atingirem um preço próximo de R$ 1,50. Nesta valor, o lucro é igual a zero.
Exemplo 2:
Uma nota de um dólar está sendo leiloada. Quem der o maior lance leva a nota. A regra exige que o segundo colocado tem que pagar o lance, porém, nada leva em troca.
Imagine como seria. Se o vencedor ganhar com um lance de US$ 0,20, ele tem um lucro de US$ 0,80. O segundo colocado, que deu um lance de US$ 0,19, somente paga os US$ 0,19. Neste caso, a banca recebe US$ 0,39 e paga US$ 1,00. Assim, o jogo termina. Mas não é bem assim. Vejamos o que seria normal suceder. Iniciado o jogo, o primeiro participante tem a perspectiva de alto lucro – coisa que desperta a cobiça de outro participante. Rompida a barreira de US$ 0,50, a banca começa a lucrar e, a partir de US$ 1,00, o jogo fica totalmente irracional. Martin Shubik, matemático de Yale e estudioso de Teoria dos Jogos, concebeu este jogo em 1971. Ele descobriu que, em média, a nota era arrematada por US$ 3,40.
Pode-se olhar com desprezo ou até com dúvida estudos advindos da Teoria dos Jogos. Mas eles têm aplicações múltiplas e curiosas. O Leilão da Nota de Um Dólar, por exemplo, é um jogo com aplicações práticas interessantes. As emissoras de televisão, por exemplo, o utilizam para determinar o tamanho dos trechos de filmes entrecortados por propagandas. O primeiro trecho de filme exibido é geralmente maior. Assim, elas induzem o telespectador a "entrar no leilão". Uma vez dentro, os trechos de filme ficam cada vez menores e os intervalos publicitários mais longos. O truque está em saber que, neste momento, o telespectador tem grande dificuldade em desistir: ele já passou do "limite de US$ 1,00".
O mesmo raciocínio aparece nos relacionamentos humanos. Pessoas se mantêm anos a fio em empregos ruins ou casamentos falidos em função de um modelo mental baseado em "Eu investi muito para desistir agora."
Outro fato curioso aconteceu na ocasião da construção do avião Concorde. Inglaterra e França souberam, em determinado ponto da empreita, que o projeto era economicamente inviável. Contudo, mesmo assim decidiram levá-lo a cabo justamente por já terem investido demais.
Numa análise mais profunda, Leilão da Nota de Um Dólar trata das atitudes humanas de "cooperação" e "deserção".
Ocorre que, do modo como foi concebido, o Leilão da Nota de Um Dólar é um jogo único, de uma só rodada. Se os jogadores jogarem seqüências de várias partidas, a deserção tende a diminuir, até desaparecer.
Um Leilão de Nota de Um Dólar jogado várias vezes convergiria para um acordo de divisão dos lucros entre os jogadores – o primeiro daria um lance de US$ 0,01 que não seria superado pelo segundo e, desta forma, os US$ 0,99 de lucro seriam divididos entre os dois. O mesmo aconteceria entre comerciantes inteligentes ao invés de praticarem guerra de preços, como no exemplo dos postos de gasolina. Daí torna-se fácil entender porque é difícil evitar a formação de cartéis. A cooperação em jogos com muitas rodadas é um ótimo negócio. Existe uma forte tendência das pessoas construírem sua reputação cooperativa e, com isto, obterem vantagens reais com isto – vantagens financeiras ou não.
Mesmo considerando que jamais será identificada, a maior parte das pessoas tende a não "fugir da raia" ou não ser desertora. Naturalmente, o ser humano gosta de ser cooperativo. Os dois opostos negativos desta dinâmica são: "deserte sempre" e "coopere sempre". Não estranhe. "Cooperar sempre" é perigoso. O cooperador incondicional está altamente vulnerável a oportunistas. Além disso, seu desempenho tende a ser pífio por falta de algum nível de competitividade.
A Teoria dos Jogos provê um conjunto de ferramentas para a análise de problemas de decisão que um indivíduo enfrenta quando seu destino depende tanto de sua própria escolha quanto da escolha de outros.
Pessoalmente, prefiro ESTA versão do assunto..... Sem "auto-ajuda" e idiotices semelhantes.
Classe dominante
Ultimamente, tenho guardado alguns cadernos de economia do jornal para discutir em sala, com a minha turma de marketing estratégico. Ambiente de marketing, notícias setoriais etc.E tenho percebido, com isso, que está cada vez mais freqüente a publicação de matérias que tratam do aumento do consumo das classes C, D e E.
Uma extensa matéria da Revista Consumidor Moderno (na íntegra aqui) trata dessa questão. Alguns trechos relevantes:
O relatório Winning over the Next Billion Consumers in Brazil – A Guide for Growth, da consultoria de estratégia e gestão The Boston Consulting Group, aponta que 34 milhões de domicílios brasileiros estão próximos da viabilidade econômica e ávidos por consumir. Porém, enquanto grande parte dos varejistas e fabricantes de bens de consumo concentra seus esforços de marketing no topo da pirâmide do mercado brasileiro, esses consumidores ainda não foram descobertos. Alvos em potencial, não se colocam voluntariamente à margem do mercado, mas encontram-se fora dele em função da ausência de modelos de negócios apropriados para servi-los.
Os next billion consumers, como foram batizados pelo BCG, são um grupo distinto de consumidores de baixa renda que pode ser encontrado no Brasil, África, China, Índia e na Europa Central e Oriental. Se fossem uma nação, seriam o décimo PIB do mundo. Situados abaixo do radar da maioria dos modelos de negócios, os next billions respondem por um terço da renda do País, ao mesmo tempo em que são responsáveis por quase metade dos seus gastos totais – mais de US$ 100 bilhões por ano. É uma boa oportunidade: os next billions brasileiros são jovens e possuem cerca de 40 anos de consumo pela frente. Apesar de estarem ansiosos por consumir produtos e serviços, não chamam a atenção de empresas, que enxergam o mundo de acordo com modelos de negócios convencionais. Segundo o The Boston Consulting Group, o mercado possui um grande e rentável filão, mas, para conquistá-lo, as empresas devem entender as necessidades dos next billions e desenvolver novos e criativos modelos de negócios para servi-los.
Os next billions representam a faixa da população que está entre o topo da classe E (domicílios com renda mensal abaixo de um salário mínimo), a classe D (um a dois mínimos) e a base da classe C (dois a cinco mínimos). Ou seja, possuem rendas mensais entre US$ 100 e US$ 700.
Esse número de consumidores cresce a um ritmo maior que a população total do Brasil. Quase metade está situada longe de favelas, em lugares onde suas famílias estão expostas às influências de marcas e produtos. Quase dois terços dos next billions são casados e seus núcleos possuem quatro membros em média, dos quais pelo menos dois contribuem com a renda familiar.
O BCG identificou os quatro aspectos principais pelos quais os next billions se diferem de outros segmentos:
1) Convivem com flutuação de renda – O baixo rendimento não é o maior limite para os gastos dos next billions. Mais da metade desses domicílios poupam parte de suas rendas e quase todos abrem mão de certos gastos para comprar as coisas que desejam. Uma família gasta 39% de sua renda com alimentação, 23% com moradia, 6% com transporte e 4% com produtos de cuidados pessoais. Isso deixa 28% para gastos eventuais, o que normalmente representa 10% para serviços financeiros, 5% para telecomunicações e 13% para despesas supérfluas.
Mais de 80% dos next billions brasileiros recebem salário em dinheiro vivo. A grande maioria junta sua renda com a de outros membros da família, e as decisões sobre importantes aquisições são feitas em grupo. Seis em cada dez não possuem emprego formal, e a renda pode variar significativamente de um mês para outro. Por isso, freqüentemente optam por produtos mais baratos ou adquirem crédito, o ponto central na movimentação econômica dos next billions. Praticamente todos os gastos com serviços financeiros (US$ 14 bilhões por ano) estão relacionados aos pagamentos de crédito. Aproximadamente metade das aquisições de crédito tem como finalidade vestuário e eletrodomésticos.
Se esses consumidores tiverem alguma dificuldade em consegui-lo, 40% contam com a ajuda de um membro da família ou um amigo. Por causa da flutuação nos rendimentos mensais, os next billions são avessos a grandes entradas. Para não comprometer os rendimentos, preferem financiar produtos caros com parcelas pequenas durante um longo período. Os resultados da pesquisa do BCG indicam que, quanto mais caro for o produto, mais a decisão de compra vai depender das condições de financiamento.
2) Começam a ascender socialmente – Apesar dos obstáculos, os next billions brasileiros são determinados a melhorar suas vidas e tomar as rédeas do próprio futuro. Mais de 40% dos entrevistados disseram que vão ampliar a poupança no próximo ano, e mais de 25% pretendem gastar mais. As mulheres são fundamentais para alcançar esses objetivos. Quase metade delas incrementa a renda familiar trabalhando fora de casa. Essas mulheres também têm grandes ambições com relação aos filhos, que, por conseqüência, recebem melhor educação escolar que os pais.
Apesar de 72% dos next billions não possuírem o ensino médio completo, reconhecem a importância da educação. Quase todos os next billions brasileiros possuem um aparelho de televisão, o que propicia o aumento da consciência sobre produtos e marcas. A maioria possui fogão, muitos têm geladeira e DVD player, e grande parte poupa para comprar uma máquina de lavar roupa. Muitos planejam comprar um computador, o bem mais desejado depois da casa própria e do carro.
Estão dispostos a mudar de padrão de vida, especialmente em relação aos bens duráveis de alto valor, porque querem ter certeza de que estão adquirindo um produto de qualidade.
Os next billions levam em consideração até os centavos. Mas isso não significa que sempre optam pelo preço mais em conta. Em vez disso, podem gastar meses pesquisando, para analisar minuciosamente os benefícios funcionais, técnicos e emocionais de um produto. Procuram o melhor possível dentro do que seus orçamentos permitem e não se contentam com versões simplificadas, se isso acarretar queda de qualidade. Justamente por não poderem correr o rico de um erro, os next billions optam por marcas confiáveis e de durabilidade comprovada. Também preferem produtos que ofereçam políticas de garantia e contratos de serviços nos quais realmente possam confiar. A falta de garantia é a grande razão para não adquirir produtos usados, mesmo que estejam sendo oferecidos por um preço bem menor.
3) Procuram orientação ao adquirir um produto – A propaganda pode ajudar a ampliar a consciência sobre um produto, mas raramente trata de todas as barreiras de compra. De fato, os next billions não consideram a aquisição de um produto não familiar se a campanha não explicar seus benefícios de maneira clara.
Os brasileiros procuram a opinião e o aconselhamento de amigos ou familiares em 20% das decisões de compra. E, quanto mais caro o produto, mais os consumidores se preocupam em confirmar sua qualidade.Os varejistas também podem ser grandes influenciadores nas decisões de compra. Quase 60% disseram que um vendedor já os ajudou a concluir um negócio. Os next billions precisam compreender também as instruções de uso de um produto. Embora vários fabricantes de eletrônicos optem por manuais de instruções cada vez mais finos e sucintos, o mercado para os next billions precisa considerar a elaboração de documentos detalhados e ilustrados.
4) Preferem o que é familiar – Os next billions confiam nas marcas que conhecem bem. Dos consumidores entrevistados, 16% preferem os hipermercados: evitam o formato self-service, por considerá-lo intimidador. Quando rendas inconstantes fazem necessária a opção por produtos mais baratos, não vale a pena deslocar-se até um supermercado distante, mesmo que o preço seja menor, e especialmente se a loja não passar uma sensação acolhedora. Outra vantagem da compra em lojas de bairro é que a vizinhança conhece de perto seus consumidores, e o comércio sempre oferece crédito em caso de necessidade. Essas lojas também oferecem comestíveis e outros itens em embalagens menores.
Em suma, as conclusões indicam que os profissionais de marketing devem manter-se atentos a estes novos padrões de consumo - se bem que não são tão "novos" assim.....
O próprio BCG tem diversas publicações neste sentido: aqui, aqui, aqui e aqui.
Este relatório mais recente, de 2008 (que a reportagem cita), pode ser copiado diretamente aqui.
Empresas que tradicionalmente visam este público têm mais chances de aproveitar o momento, como o Wal-Mart:
A rede Todo Dia, bandeira de supermercados voltada para as classes D e E do
E, para quem busca mais dados sobre o crescimento das classes C, D e E, vale a pena ler isso:
Segundo a consultoria Data Popular, as classes C, D e E já respondem por metade do consumo nacional, já que sua renda é destinada integralmente aos gastos familiares. Sozinha, a classe C é responsável por 30% do consumo. Há cinco anos, a participação das três classes sociais era de 48%.
"A classe C foi a que registrou maior expansão da renda," diz o demógrafo Haroldo Torres, diretor da Data Popular. Entre 2002 e 2007, ela teve um acréscimo de renda de R$ 79,5 bilhões. Nas classes D e E, esse ganho foi de R$ 38,7 bilhões.
Os critérios de classe adotados pela Data Popular são os mesmos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que levam em conta a faixa salarial. Entretanto os pesquisadores da consultoria ajustaram os dados de renda até julho de 2007 porque, no período considerado, o salário subiu acima da inflação.
Apesar das potencialidades, as grandes empresas resistem à baixa renda. André Torreta, diretor da A Ponte, empresa que faz pesquisa de mercado na baixa renda, considera que o preconceito é a maior barreira.
"Muitas companhias temem destruir sua marca ao vender um produto das classes A e B para a classe C", afirma Torreta. "Mas elas sabem que serão forçadas a entrar nesse ramo."
A Folha apurou que há empresas enfrentando crises internas. A líder no segmento de beleza estaria diante de um dilema: seus produtos, destinados para as classes A e B, invadiram os lares de baixa renda há dois anos. Sem uma estratégia de marketing e propaganda adequada para esse público, ela acabou perdendo terreno para a sua principal concorrente, que ajustou sua operação de venda, conquistando os clientes de menor poder aquisitivo.
A matéria completa, da Folha de São Paulo, está aqui (apenas para assinantes). A matéria fala de uma alteração na estratégia da Nestlé para atingir este público.
Um EXCELENTE texto, muito informativo.
25 de março de 2008
Ditados populares
Em sua coluna,o professor Pasquale Cipro Neto traz uma relação de ditados populares consagrados mas adulterados com o tempo.
Confira a lista:
No popular se diz: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro. '
Correto: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro.'
Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.'
Enquanto o correto é: ' Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.'
'Cor de burro quando foge.'
O correto é: 'Corro de burro quando foge!'
Outro que no popular todo mundo erra: 'Quem tem boca vai a Roma.'
O correto é: Quem tem boca vaia Roma.' (Isso mesmo, do verbo vaiar.)
Outro que todo mundo diz errado: 'Cuspido e escarrado' - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
O correto é: 'Esculpido em Carrara.' (Carrara, Itália, onde se considera haver o mais perfeito mármore.)
Mais um famoso: 'Quem não tem cão, caça com gato.'
O correto é: 'Quem não tem cão, caça como gato', ou seja, sozinho!
Vai dizer que você falava corretamente algum desses?
24 de março de 2008
Papo de macho
Questões elaboradas por mulheres e respondidas por Homens e acima de tudo, Machos!
POR QUE OS HOMENS NÃO MIJAM SENTADOS?
Mijar de pé, cagar sentado. É lei.
POR QUE OS HOMENS, DEPOIS DE MIJAR, NÃO ABAIXAM AS TÁBUAS DAS LATRINAS?
Porque a gente já teve o trabalho de levantar na nossa vez. Cada um com seus problemas.
POR QUE OS HOMENS, MESMO LEVANTANDO AS TÁBUAS, MIJAM FORA DOS VASOS?
Se você olhar bem, vai ver que o orifício peniano não é redondo. Logo o jato nem sempre vai para onde o pau está apontado. Além disso, às vezes esse buraquinho fica meio grudado, gerando uma dispersão de jatos, principalmente de manhã.
POR QUE OS HOMENS SEMPRE DEIXAM UM PELINHO NA BORDA DA LATRINA?
Marcar território.
POR QUE OS HOMENS NUNCA ESFREGAM O CLITÓRIS DA GENTE NO LUGAR CERTO?
Só de sacanagem!
POR QUE OS HOMENS NÃO SABEM ONDE FICA O PONTO G?
Ponto o quê?
POR QUE OS HOMENS ADORAM TRANSAR POR TRÁS?
Para poder continuar assistindo TV sem vocês perceberem.
POR QUE OS HOMENS PEGAM VÍDEO DE SACANAGEM SEM ESTÓRIA?
Pela sacanagem, ora! É como ver os gols do Fantástico sem precisar assistir ao jogo todo.
POR QUE A FANTASIA DOS HOMENS É TRANSAR COM A NOSSA MELHOR AMIGA?
Na verdade não é com a sua melhor amiga. É com TODAS as suas amigas.
POR QUE OS HOMENS JAMAIS TOPARIAM UM TRIÂNGULO COM MAIS UM HOMEM?
Porque é nojento!
POR QUE OS HOMENS GOSTAM DE GIRAR O PAU COMO SE FOSSE UMA HÉLICE DE HELICÓPTERO?
Se você tivesse um, também iria girá-lo. É tipo...laço de cowboy.
POR QUE OS HOMENS ESTÃO SEMPRE COM OS MÚSCULOS DA BUNDA CONTRAÍDOS?
Para não peidar quando a barriga fica batendo nas nádegas da parceira.
POR QUE OS HOMENS TEM TESÃO EM MENINAS COM UNIFORME DE ESCOLA?
Ah, meninas com uniforme de escola...
POR QUE OS HOMENS TÊM TESÃO NA XUXA?
Porque ela veste roupas de menininha de escola.
POR QUE OS HOMENS EMPURRAM A CABEÇA DA GENTE PARA BAIXO QUANDO QUEREM CHUPETINHA?
Porque se pedir vocês não vão.
POR QUE OS HOMENS SÓ TÊM UMA CAMISINHA NA CARTEIRA?
Porque depois que a gente gozar, vai querer ir embora, logo não vai precisar de mais uma.
POR QUE OS HOMENS ADORAM VER DUAS MULHERES TRANSANDO?
De repente sobra pra gente!
POR QUE OS HOMENS ACHAM QUE MULHER QUE GOSTA DE DAR É PUTA?
Na verdade todas são putas. As que gostam de dar apenas assumiram.
POR QUE OS HOMENS TÊM DUAS BOLAS E NÃO UMA?
Para poder dar a segunda e dormir.
POR QUE OS HOMENS QUEREM IR PARA A CAMA NO PRIMEIRO ENCONTRO?
Objetividade.
POR QUE OS HOMENS FICAM PUTOS SE VOCÊ NÃO QUER DAR NO PRIMEIRO ENCONTRO?
Detestamos falta de objetividade.
POR QUE OS HOMENS VÃO EMBORA LOGO DEPOIS DE TRANSAR COM A GENTE NO PRIMEIRO ENCONTRO?
Porque vai passar o video tape do jogo do SPORT na sequência.
POR QUE OS HOMENS ACREDITAM QUANDO A GENTE FINGE QUE GOZA?
Na verdade, estamos pouco nos lixando. É só para vocês, já que não gozaram, sentirem prazer em nos enganar. Tá vendo como somos legais?
POR QUE OS HOMENS GOSTAM MAIS DE CERVEJA GELADA DO QUE DE MULHER?
1. Cerveja está sempre molhadinha.
2. Cerveja não reclama quando estamos assistindo ao jogo.
3. Cerveja não pede para a gente ir ver filmes tipo "Love Story" no cinema.
4. Cerveja não tem mãe.
5. Cerveja não olha para a gente com aquela cara de desprezo quando broxamos.
6. Quando acabamos de beber a cerveja, podemos jogar ela fora que ela não fica chateada.
7. Cerveja não fica chateada se a gente olha para outra cerveja.
Entendeu?
POR QUE OS HOMENS BRINCAM DE DAR TOALHADA UNS NAS BUNDAS DOS OUTROS?
Porque dói, oras!
POR QUE OS HOMENS TÊM NOJO DO PRÓPRIO SÊMEM E FICAM OFENDIDOS QUANDO A GENTE NÃO ENGOLE?
Não ficamos ofendidos. É que não é bonito, uma moça tão bonita, cuspindo porra por aí...
POR QUE OS HOMENS NÃO FAZEM STRIP TEASE PARA A GENTE?
Se o seu homem não faz para você, aí é outro problema.
POR QUE OS HOMENS GOSTAM DE OUVIR QUE O PAU DELES É O MÁXIMO?
E não é? Ainda mais para vocês, que não tem. Sabe, Freud já falou sobre a inveja do pênis.
POR QUE OS HOMENS CONTAM PARA OS AMIGOS QUE NOS COMERAM?
Metade do prazer está em contar. Por exemplo, que graça teria comer a Sharon Stone e levar essa informação para o túmulo???
POR QUE OS HOMENS NÃO REPARAM QUE ESTAMOS DE LINGERIE NOVA?
Ué? Vocês não reclamam que a gente só liga para a beleza externa? Então ta aí mais uma prova que nos preocupamos com o conteúdo, o interior...
POR QUE OS HOMENS SE ANIQUILAM QUANDO GOZAM?
Pô, depois de manter esse pauzão levantado por tanto tempo, tem que ficar cansado mesmo!
POR QUE OS HOMENS TÊM TESÃO NA NOSSA IRMÃ CAÇULA?
Porque, em geral, ela é você mais gostosa, mais novinha, usa roupa de colegial, etc.
POR QUE OS HOMENS FICAM CHEIO DE DEDOS QUANDO A GENTE PEDE UM TABEFE NA HORA DA TRANSA?
O que a gente quer mesmo é bater contra a vontade de vocês. Mas é legal dar uma amaciada no bife antes de comê-lo.
POR QUE OS HOMENS GOSTAM DE OLHAR PARA OUTRAS MULHERES NA RUA?
Você acha que só você é gostosa???
POR QUE OS HOMENS AVISAM QUANDO VÃO GOZAR?
Para ver se vocês tomaram ou não ou anticoncepcional.
POR QUE OS HOMENS GOSTAM DE VER A GENTE CHUPANDO O PAU DELES?
Vocês ficam tão bonitas...
POR QUE OS HOMENS GOSTAM DE CHAMAR A GENTE DE "MINHA PUTINHA?"
Porque você é minha. Se não fosse chamava de "putinha do próximo"
POR QUE OS HOMENS USAM AQUELAS CUECAS ZORBAS HORRÍVEIS?
São mais confortávei e baratas. Ah, vai... não são tão feias assim...
POR QUE OS HOMENS TÊM CIÚMES DOS NOSSOS AMIGOS HOMENS?
Porque temos certeza que eles só pensam em comer vocês. Todos nós somos assim. Esse negócio de amizade entre homem e mulher é só pretexto.
POR QUE OS HOMENS SEGURAM A BASE DO PAU NA HORA DA CHUPETINHA?
Para ver se vocês se concentram em lamber mais em cima, que é onde sentimos alguma coisa.
POR QUE OS HOMENS GOSTAM DE VER NOSSOS BIQUINHOS ARREPIADOS?
Talvez porque lembre do seio da mãe, sei lá. Ah, lembrei: é sinal de que vocês estão excitadas (ou o ar condicionado está muito forte)
POR QUE OS HOMENS FAZEM CAMPEONATO DE PUNHETA?
Porque punheta é um negócio que dá para competir: Quem goza primeiro, quem goza mais volume, mais longe. Já siririca não tem jeito, né?
POR QUE OS HOMENS NEGAM QUE FAZEM TROCA-TROCA NA INFÂNCIA?
Porque não fazemos, ora! Só porque você pegou o seu irmão dando para o vizinho agora acha que todo mundo é viado!
POR QUE OS HOMENS NÃO GOSTAM QUANDO A GENTE PASSA O DEDINHO NO RABO DELES?
Porque ali é só porta de saída. Que nem cinema.
POR QUE OS HOMENS ADORAM COÇAR O SACO?
É que nem arrotar e cuspir no chão. Coisa de macho...
POR QUE OS HOMENS DETESTAM BEIJAR A GENTE QUANDO ESTAMOS DE BATOM?
Porque ficamos parecendo o Bozo.
POR QUE OS HOMENS ACORDAM DE PAU DURO?
Porque, em geral, sonhamos com as suas irmãs e suas amigas (vestidas de colegial).
POR QUE OS HOMENS, QUANDO TIRAM A CAMISINHA, DÃO UM NÓ?
Para ter certeza que, se você engravidar, você vai parir um McGiver.
POR QUE OS HOMENS SE MASTURBAM MESMO QUANDO SÃO CASADOS?
Mas é sempre pensando em você, meu amor.
PORQUE OS HOMENS ESTÃO SEMPRE AJEITANDO OS PINTOS NAS CALÇAS?
Porque cada um tem a posição preferida, e no decorrer do dia ele vai se deslocando, exigindo um imediato reposicionamento.
POR QUE OS HOMENS SE PREOCUPAM TANTO COM O TAMANHO DOS SEUS CACETES?
Ué, pensei que fosse importante, sei lá, pelo impacto...
PORQUE OS HOMENS NUNCA ADMITEM QUE A MÃE DELES TAMBÉM FAZ SEXO?
Se nem Cristo admitia, porque logo nós vamos ter que admitir?
POR QUE OS HOMENS EXIGEM QUE A GENTE DEPILE AS PERNAS E DEIXAM A BARBA MAL FEITA?
Por mim, pode sair peluda. De repente você descola até um empreguinho no Circo de Moscou.
POR QUE TODO ADOLESCENTE HOMEM TENTA CHUPAR O PRÓPRIO PAU?
Opa, essa eu nunca tentei...
POR QUE OS HOMENS, QUANDO USAM PAPEL HIGIÊNICO DEPOIS DE MIJAR, FICAM COM UM PEDACINHO GRUDADO NO PAU?
Papel Higiênico no Pau??? Não pode.... A última gota é sempre da cueca.
E POR QUE, MEU DEUS, POR QUE OS HOMENS SEMPRE DESARRUMAM OS MALDITOS
TAPETINHOS DO BANHEIRO?
Esse negócio de tapetinho arrumado é coisa de viado!
E os "spots" do Canal Sony têm tudo a ver com isso:
23 de março de 2008
Não esqueça....
Peço desculpas ao fiéis leitores, mas o acúmulo de trabalho manteve este escriba ocupadíssimo.
Mas, para tentar pelo menos me dirimir, retomo com um vídeo que muitos irão lembrar com uma pontinha de nostalgia:
Esta campanha, da Caloi, é inesquecível.
Foi criado um slogan ("não esqueça a minha Caloi") criativo, único, que foi capaz de, por muito tempo, manter a Caloi como uma das marcas mais conhecidas e lembradas no Brasil.
Merece todos os aplausos.
16 de março de 2008
Second Life: modismo ?
A explosão inicial de usuários, incitada pela febre de cobertura da imprensa, não se sustentou pelos meses seguintes, levando o número de internautas ativos da rede de 164 mil em maio para menos de 50 mil em outubro, segundo dados do IBOPE/NetRatings.
Pouco menos de um ano após sua inauguração pela parceria entre Kaizen e iG, o Second Life Brasil passa por um ajuste interno em uma espécie de adolescência para o metaverso no mercado brasileiro.
A maturidade vem representada tanto pelo crescimento lento e gradual de usuários como pela substituição dos empreendimentos, antes abertos aos montes com prédios suntuosos, a estratégias de médio prazo centradas no conteúdo. Estaria o Second Life Brasil morto para investimentos 11 meses após sua inauguração? A resposta negativa é quase unânime e remete ao nascimento de outra mídia experimentada exaustivamente antes da sua maturidade financeira: a própria internet comercial.
“Percebemos uma mudança no Second Life, tanto que estamos tendo de nos reposicionar frente aos anunciantes”, explica Maurílio Shintati, CEO da Kaizen, responsável pela tradução e adaptação da rede social da Linden Labs para o Brasil.
O reposicionamento da empresa responsável por movimentar o mercado virtual dentro do Second Life passa mais pela educação de usuários e empreendedores do que propriamente por ferramentas que permitam novas abordagens. O plano da Kaizen passa tanto pela criação de cases de referência sobre como o Second Life pode ser usado por empresas interessadas, como o clipe criado para a banda baiana Babado Novo ou a parceria com o projeto Cidade do Conhecimento - ligado à Universidade de São Paulo. A estratégia ainda envolve equipes de produção traçando estratégias para que clientes não encarem o investimento na rede como um fim.
“Quem não compreendeu o formato de mídia (presente no Second Life), deu a impressão que não teve uma presença estudada. Colocou casinha, não fez planejamento em longo prazo e acabou depois abandonado por outras mídias, sem se preocupar com uma saída honrosa”, explica Jeff Paiva, gerente de social media da Agência Click.
A metáfora de Paiva funciona bem – muitos empreendedores que investiram nos primeiros meses impulsionados pelo hype criado ao redor do Second Life deixaram construções como outdoors velhos na beira da estrada, decompondo com a ação do tempo.
As construções dentro dos espaços brasileiros no Second Life, como a MainLand e as Ilhas Jardins e Berrini, não se decompõem com o tempo, mas ajudam a formar uma visão fúnebre de um metaverso antes celebrado como meio de encontro de desconhecidos.
Uma simples caminhada no Second Life comprova o ponto: em visita a stands de empresas dos mais diferentes ramos, como Brasil Telecom, iG, SOS Computadores, COC, 89 FM, G1, MMartan, Unibanco e Fecomércio, todos os prédios, alguns além dos quatro andares, estão vazios, com bancadas para atendentes e salas de reunião abandonadas.
A partir do momento em que perceberam que a construção implicava também a manutenção, com atendentes contratados para fazer o papel de mestres de cerimônia aos avatares que procuram informações sobre a empresa real, muitos empreendedores deixaram de lado o Second Life.
Caíque Severo, diretor de conteúdo do iG, defende que, para determinadas empresas, uma ação pontual no metaverso que não justifique a manutenção de uma atividade constante, também pode ser considerada como um caso de sucesso, citando a fabricante Nokia que, perto da inauguração do Second Life, distribuiu celulares digitais aos avatares.
“Muitos exemplos (de empresas que supostamente abandonaram o Second Life) podem ter sido um sucesso, já que talvez a estratégia possa ter sido essa mesmo. Tudo esta aí para ser tentado e retomado. No começo da internet, quantos sites nós não vimos que voltaram”, cita Severo, se juntando a Shintati e Cezar Taurion, gerente de novas tecnologias da IBM, na comparação do Second Life com o nascimento da web comercial.
“Muitas iniciativas foram atabalhoadas, como se fosse uma brincadeira de marketing desconectado de estratégia”, resume Taurion. “Uma empresa área inaugura um vôo para um lugar X e faz festinha no Second Life em que até 30 avatares aparecem. Depois disto, ninguém mais aparece por lá. O objetivo é falar que se está no Second Life? É como, no início da internet comercial, ter um site e colocar seu nome só pra falar que está online.”
Tradicional defensora do Second Life como um ambiente em crescimento voltado para o estudo, a IBM tem cerca de 50 ilhas no metaverso onde realiza reuniões internas e oferece ambientes como o Virtual Health Care e o Business Center, onde avatares têm acesso a conteúdos sobre futuras tecnologias ou cursos ministrados pela empresa.
“Estamos dando os primeiros passos certos agora sem o oba-oba”, afirma Taurion, comparando as etapas do metaverso no Brasil.
Enquanto o “Second Life 1.0” envolve prédios suntuosos que apostavam em uma massa de usuários que não voltariam a aparecer depois, o “Second Life 2.0” é focado em um público mais restrito e com qualidade melhor, com interação centrada em conteúdo.
Seja pelas exigências (tanto de hardware como de banda) ou pelo interesse de determinados nichos, o Second Life é uma mídia que pede campanhas e métricas de medição diferentes das empregadas na internet convencional, defendem eles.
“Imagine que, das 35 mil pessoas que acessem o Second Life, 700 seja brasileiros. Destes, imagine que 20 vão entrar na sua ilha. Tem que pensar realmente se vale a pena criar um mundo virtual ou contratar um vendedor pra visitar este grupo”, defende Taurion. “O Second Life não é para todo mundo”, ecoa Severo.
“Pelo Second Life, dá pra saber quantas pessoas ficaram expostas, quanto tempo interagiram, onde clicaram, o que falaram. (A medição do estilo) Google Analytics é uma métrica que não funciona. A mais valiosa é a experiência que aquela empresa pode proporcionar àquele avatar”, resume Roberta Alvarenga, diretora da Cafeína, estúdio de modelagem com cerca de 35 clientes no metaverso.
Shintati afirma que a Kaizen está em negociações com consultorias brasileiras para implementar uma ferramenta de medição mais poderosa para o Second Life que deve atender a proposta de profissionalização do metaverso. A plataforma registrará métricas conforme o objetivo da empresa, seja ele distribuir brindes ou atrair avatares à sua construção.
A profissionalização envolverá também uma incubadora digital, que deve tirar do foco do Second Life Brasil apenas para o usuário final – são os microempreendedores que se tornarão alvo da Kaizen, alçados do anonimato por cursos e treinamentos de incentivo.
Mesmo com a queda de usuários e a “corrida ao ouro” que caracterizou a primeira encarnação do Second Life Brasil, Maurílio garante que “a Linden Labs está satisfeita com os resultados”. Sem oba-oba, é provável que a satisfação atinja também outras empresas interessadas no Second Life além da criadora do metaverso.
Por essas e outras, sou contra os modismos.
Reposicionar o Second Life, adotando uma estratégia completamente diferente ?! Ótimo.
Agora, dizer que foi uma experiência bem-sucedida ?!
A linha que separa a utopia da falta de bom senso e auto-crítica NÃO é tão estreita, tênue, assim.
A empresa pretende "educar" os usuários ?! Como assim ?!
"O meu produto é ótimo, meu cliente é que não sabe usar, porque é uma besta"..... É isso mesmo ?????
Ora, se o cliente não sabe usar o produto, a falha é da empresa, que não posicionou seu produto corretamente !!!
O pior, para as empresas envolvidas com o Second Life, é saber o quanto a internet cresceu no país, no mesmo período em que o Second Life naufragou (vide post anterior, aqui).
Atribuir o fracasso da empresa (e de sua estratégia) à suposta burrice do cliente é fácil.
Produzir uma solução realmente útil, que traga benefícios ao cliente...... bom, isso é mais difícil.
Requer pensar um pouco......... (atividade assaz cansativa, estressante......)
15 de março de 2008
Comércio eletrônico e o Google
Em 2007, o comércio eletrônico registrou 40% de crescimento em comparação com 2006, somando 6,2 bilhões de reais, revelou o 17º relatório WebShoppers.
O total de pedidos feitos pela rede no ano passado chegou a 20,4 milhões, em torno de 5,6 milhões de pedidos a mais do que os registrados em 2006. Segundo o levantamento, em 2007, 9,5 milhões de brasileiros compraram online ao menos uma vez.
O tíquete médio das compras no período foi de R$ 302. O valor aumentou para R$ 308 no período natalino - a data foi a que mais se destacou, faturando 1,08 bilhão de reais. A estimativa da e-bit para o faturamento no primeiro semestre de 2008 é de 3,8 bilhões de reais, 45% a mais que no mesmo período de 2007, no qual o e-commerce atingiu 2,6 bilhões de reais.
A categoria que mais vendeu no ano passado foi Livros e Assinaturas de Revistas e Jornais, com 17% do total. Informática seguiu no ranking, com 12%, e depois vieram os Eletrônicos (9%), Saúde e Beleza (8%) e Telefonia Celular (7%). No Natal, os produtos da categoria Informática foram os mais buscados (15%), seguidos pelos Eletrônicos (6,5%), Eletrodomésticos (6,2%) e Telefonia (5,5%).
A pesquisa também aponta que o número de consumidores online saltará para 10,5 milhões no primeiro semestre de 2008, contra os 8,1 milhões neste período em 2007. A consultoria aposta no sucesso de vendas de eletrônicos - como MP3 players e TVs LCD e de Plasma - e artigos de informática no primeiro semestre de 2008.
A recomendação de um amigo ou comentários de outros usuários são fator relevante para 42% dos compradores se sentirem seguros em transações online.
Compreensível, então, que o Google promova ações como estas:
13 de março de 2008
CURTINHAS
Com o tanto de trabalhos (dos alunos) para ler e corrigir, com tantos e-mails para responder, fora demandas inusitadas de clientes...... fica difícil escrever e/ou comentar detalhadamente cada um dos assuntos.
Mas para uma geral nos principais temas.
Matérias da Revista Consumidor Moderno que merecem uma lida: aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui. Grande diversidade de assuntos: desde web 2.0 a CRM, passando por bancos, atendimento a clientes...... Cada vez mais gosto dessa revista !
Sobre a Nota Fiscal eletrônica, novidades aqui.
Mais tarde vou comentar notícia sobre telefonia, mas adianto o mote: Os celulares foram líderes nas reclamações na categoria de produtos em 2007, segundo a associação Pro Teste Associação de Consumidores. De acordo com a entidade, 38% das reclamações na categoria de produtos estavam relacionadas a celulares. Em seguida, apareceram os eletroeletrônicos, com 31% das reclamações.
A matéria completa está aqui.
Finalmente, um bom texto sobre fidelização e relacionamento com o cliente, aqui.
Um pequeno trecho:
Even the best companies sometimes get it wrong. They fail to deliver what is promised. When people, processes and technology don't complement each other and work in harmony, service delivery can stall, and customers end up dissatisfied. That puts them at risk of churning and giving bad word of mouth to their social networks. Companies, therefore, need to design their service delivery strategies to "get it right the first time" but, recognizing that even the best sometimes fail, also have recovery processes in place to identify and retain valued at-risk customers.
The key customer-save course of action is the complaints-handling process. Customers who complain to service providers and are well treated by the process are less likely to churn than customers who have no cause for complaint. In other words, a well-designed, easy-to-engage and responsive complaints-handling process can build loyalty.
12 de março de 2008
NÃO ESTOU SÓ - DERRUBANDO MITOS
Reconfortante ler uma matéria publicada na ÉpocaNegócios de março (download do texto integral aqui, num arquivo que contém grifos meus).
Um texto absolutamente delicioso de ser lido, sobre o livro "Derrubando mitos".
Já encomendei o livro, e decerto devorá-lo-ei quando chegar.
Alguns dos trechos que mais me interessaram:
- Gostamos de afirmar que os números não mentem. É por isso que Enron, Tyco e um punhado de outros escândalos recentes abalam tão profundamente nossa confiança. Acreditamos rotineiramente nas cifras de desempenho financeiro. E é natural que, com base nesses dados, as pessoas façam ilações sobre outros aspectos menos tangíveis e objetivos. Veja o caso da americana Cisco. Enquanto ela estava crescendo de modo lucrativo, estabelecendo preços recordes para suas ações, executivos, jornalistas e acadêmicos inferiram que ela tinha uma habilidade maravilhosa para ouvir os clientes, uma cultura corporativa coesa e uma estratégia brilhante. Quando a bolha estourou, os observadores foram rápidos em tirar uma conclusão oposta. Tudo aquilo fazia sentido, a história era coerente.
- Se tantas das coisas que observamos não são motivadoras do desempenho, mas, sim, percepções com base no desempenho, o que gerou, em primeiro lugar, alto desempenho? Se acreditarmos em gurus da administração, consultores e professores de escolas de administração, o alto desempenho pode ser alcançado com suficiente cuidado e atenção a um conjunto preciso de elementos — aqueles quatro fatores, ou aqueles seis passos, ou aqueles oito princípios. Faça essas coisas, e o sucesso o aguardará na próxima esquina. Sucede que toda a ênfase em passos e fórmulas pode obscurecer uma verdade mais simples. Pode embelezar de tal modo a ficção a ponto de acreditarmos que um conjunto específico de passos nos levará ao sucesso presumido. E se você nunca alcançar a grandeza, bem, o problema não está na fórmula - que foi, afinal, produto de pesquisas rigorosas, de dados abrangentes e exaustivamente analisados —, mas em você, e no seu fracasso em acompanhar a fórmula. Ela pode desviar a nossa atenção de um insight mais poderoso: o de que, embora possamos fazer muitas coisas para melhorar nossas chances de sucesso, em seu âmago o desempenho nos negócios retém uma grande medida de incerteza.
- Você não iria apreciar a natureza arriscada da opção estratégica se lesse mais livros de negócios. Por exemplo: o Projeto Evergreen (primeira pesquisa estatisticamente rigorosa para encontrar uma chave para o êxito empresarial contínuo) aconselhou as empresas a "planejar e manter uma estratégia claramente declarada e focada". A natureza exata dessa estratégia não era importante. Se uma empresa deseja crescer, explicaram os autores, "não importa como você alcance esse crescimento. Você pode fazer isso por expansão orgânica, fusões e aquisições, ou uma combinação de ambos". E emendaram: "Qualquer que seja sua estratégia, lastreada em preços baixos ou produtos inovadores, ela irá funcionar se for nitidamente definida, claramente comunicada e bem entendida por empregados, clientes, parceiros e investidores". O que é, obviamente, um claro absurdo. Talvez seja verdade que, se selecionarmos um grupo de empresas altamente bem-sucedidas, poderemos encontrar algumas que cresceram organicamente e outras por meio de aquisição; algumas que ofereceram preços baixos e outras que enfatizaram a inovação - mas disso não decorre que uma estratégia é exatamente tão boa quanto outra, desde que seja bem definida e claramente comunicada.
- Pode ser verdade que 78% das empresas de alto desempenho tenham tido um único núcleo de negócio, mas disso não se infere que suas chances de sucesso foram maiores, uma vez que não sabemos qual era a proporção de empresas do conjunto que possuía um único núcleo em relação àquelas com mais de um. É necessário ter certeza de ter agarrado o lado certo do bastão. A questão-chave não é quantas empresas de sucesso têm um perfil focado, mas se empresas com perfil focado têm mais probabilidade de ser bem-sucedidas. Uma mudança na estratégia pode não ser tanto a causa do mau desempenho mas sim o resultado, uma vez que as empresas normalmente se apegam a uma fórmula vencedora. Uma pergunta mais interessante, ainda sem resposta, é a seguinte: o que uma empresa deve fazer quando seu núcleo é submetido a pressões? Há raras pesquisas conclusivas sobre o tema. Talvez porque a pergunta não possa ser respondida com base em uma longa varredura no tempo e examinando os padrões gerais.
- Afinal, se você ler muitos livros sobre gestão, é praticamente inevitável que adquira um certo grau de ceticismo. Num dia, você acompanha os argumentos do consultor Jim Collins. Ele assegura que as empresas só se tornam excelentes se seguirem uma estratégia incremental, com pequenas melhorias de cada vez. Aí você lê o megaguru Tom Peters, cuja principal premissa é que só os revolucionários têm chance de se dar bem. Para Peters, o importante é fazer algo novo, e o melhor gestor é um realizador. Mas o mestre da competitividade, Michael Porter, diz que um bom gestor é um pensador. O especialista em liderança Warren Bennis diz que um bom gestor tem de ser... adivinhou, um líder. Um dos primeiros pensadores da administração, o francês Henri Fayol, dizia que o bom gestor é um exímio controlador. Ou o bom gestor é necessariamente um ser superior, que pensa, realiza, lidera e controla, ou essas teorias não batem umas com as outras.
Depois de ler a matéria, corri ao blog do Clemente Nóbrega (aqui), e o sentimento reforçou-se. NÃO ESTOU SOZINHO !!!!!!!!!!!
Estou me referindo à minha campanha contra modismos - a minha, em particular, é contra os modismos imbecilizantes no Marketing; a dos outros "personagens" aqui citados é mais ampla, genérica.
Ambas, porém, têm um mesmo princípio: ceticismo.
Jamais acreditar nas teses propagadas pelos "gurus" - que, via de regra, são um modismo e têm como objetivo tornar os autores destes livros ricos, a partir da falta de visão crítica de quem paga para ler bobagens.
Os maiores expoentes desse movimento, claro, são os lixos "Quem mexeu no meu queijo", "O monge e o executivo" e outros afins.
Depois, temos aqueles livros que cercam-se da imagem de serem embasados em pesquisas sérias...... Sérias uma ova !!!!!!
Os textos publicados na Época Negócios (IMPERDÍVEIS) citam alguns destes livros, e suas "teses" principais.
Uma verdadeira aula de "pensamento crítico".
11 de março de 2008
A demissão sem justa causa e a competitividade das empresas brasileiras
Obviamente, pouco mais de 4 mil pessoas, neste tipo de levantamento, não pode ser considerado um universo amostral capaz de assegurar a generalização dos resultados - mas sem sombra de dúvidas indica uma preocupação relevante.
A despeito de não ser diretamente ligado ao tema "marketing", o assunto afeta a competitividade das empresas brasileiras - e, portanto, é do interesse deste blog.
Nem preciso comentar a infelicidade de termos um Presidente da República com o perfil de incomPTente deste pelego-mollusco. Mas se ele apenas restringisse sua boçalidade a copiar aquilo que o PT sempre criticou (o que assegurou a continuidade das principais políticas implantadas, grosso modo, por FHC), seria menos mal.
O problem é quando este imbecil resolve mudar muita coisa; o risco de "dar merda" é de 150%......
Administradores são contra o fim da demissão sem justa causa
70% se dizem contra a proposta de impedir empregador de demitir empregado sem justa causa
O Portal Administradores (www.administradores.com.br), principal veículo on-line voltado à Administração de Empresas & Negócios, realizou, no último mês, uma enquete para avaliar a opinião de seus usuários sobre a proposta de ratificação das convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que visa impedir o empregador de demitir o empregado sem justa causa.
Os resultados da enquete demonstram que os administradores estão preocupados com a possibilidade de êxito da proposta.
46% dos participantes se dizem totalmente contra, enquanto 23% são contra a proposta. Dos que apresentam opinião contrária, 15% se dizem a favor e apenas 13% são totalmente a favor. 4% dos participantes são indiferentes.
A questão gerou polêmica e foi discutida pelos usuários na comunidade de Administração do portal (www.administradores.com.br/comunidades). Para o administrador João Luiz Moser, uma das conseqüências imediatas será uma diminuição no profissionalismo das organizações: "aqueles que não têm a mínima vontade de trabalhar terão seus diretos garantidos e não poderão ser demitidos", prevê.
Para a advogada trabalhista Anna Vita Vieira, o fim da demissão sem justa causa significaria o fim da autonomia do empregador ante o seu próprio negócio, um retrocesso para o desenvolvimento empresarial brasileiro. "Provar que um empregado foi despedido por justa causa é quase impossível com a nossa legislação trabalhista, pois o ônus da prova é sempre do empregador e os percalços são infinitos, pois as provas sempre serão contestadas e colocadas em xeque", comenta Anna. "Ao impor o fim da demissão sem justa causa, ao invés de coibir as despedidas e demissões sem fundamento, inibe-se a contratação de mais empregados, a diminuição do investimento de grandes empresas em nosso país, e, conseqüentemente, o aumento do desemprego e do trabalho informal", conclui.
4138 pessoas participaram da enquete. Segundo o administrador Leandro Vieira, editor do www.administradores.com.br, trata-se de uma amostra muito significante, onde aproximadamente 70% dos votantes são contra a proposta do Presidente Lula. Levando em consideração que o perfil dos participantes da enquete é formado por pessoas com amplos conhecimentos em administração de empresas e sobre o dia-a-dia das organizações, a proposta de acabar com a demissão sem justa causa representa um grande risco para o nosso país.
Fonte: www.administradores.com.br